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Algas controlam patógenos de solo na cenoura

Giovani Belutti Voltolini

giovanibelutti77@hotmail.com

Celso Magalhães de Lima Dias

celsocmld@yahoo.com.br

Graduandos em Agronomia pela Universidade Federal de Lavras (UFLA), membros do Grupo de Estudos em Herbicidas, Plantas Daninhas e Alelopatia(GHPD) e do Núcleo de Estudos em Cafeicultura (NECAF)

Ademilson de Oliveira Alecrim

Mestrando em Fitotecnia ““ Agronomia (UFLA), membro do GHPD e do NECAF

ademilsonagronomia@gmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A cultura da cenoura tem grande importância para a economia brasileira, por ser muito cultivada no País e utilizada em diversos pratos da culinária, devido ao sabor e a suas características nutricionais.

Porém, a parte comestível e comercializada da cenoura fica em contato constante com o solo durante todo o ciclo produtivo, por ser uma raiz. Como a parte consumível da cultura são as raízes, estas devem apresentar qualidade superior, pois o preço de comercialização ocorre principalmente em função da sua qualidade física.

Nesse contexto surgem as doenças de solo, que se não controladas podem influenciar diretamente na qualidade e na produtividade da cultura. Geralmente os altos valores de temperatura e umidade relativa, que normalmente ocorrem no verão, favorecem o aparecimento de grande parte dos patógenos.

Os principais patógenos de solo que prejudicam a cultura da cenoura são: Alternaria dauci, Cercosporacarotae, Xanthomonascampestrispv. carotae, Fusariumoxysporum, Verticilliumalbo-atrum, fitobactériaAgrobacteriumtumefaciens, Sclerotiniasclerotiorum e Sclerotiumrolfsii.

As algas

A utilização de algas na agricultura é uma prática muito antiga, e seu uso é relatado desde a antiguidade clássica, devido aos benefícios atribuídos à sua aplicação, como o melhor desenvolvimento vegetativo, sobretudo de raízes (com destaque para as laterais e os pelos absorventes), e a maior tolerância a estresses abióticos (como seca e salinidade) e bióticos, reduzindo as perdas nessas situações.

Entretanto, a exploração destes organismos e/ou dos seus metabólitos na proteção de plantas contra doenças de plantas é recente. Porém, os produtos químicos convencionais encarecem o custo de produção das lavouras e podem causar problemas ao meio ambiente (preocupação cada vez mais presente da população), o que tem provocado aumento no interesse dos estudos para emprego das algas na nutrição das plantas e para solucionar problemas fitossanitários.

Em diversos estudos a atividade antimicrobiana tem sido frequentemente relatada, principalmente nas algas vermelhas e marrons.Elas estimulam o fortalecimento dos mecanismos naturais de defesa das plantas, aumentando a resistência às doenças (indução de resistência sistêmica adquirida), podendo ser associado a fungicidas específicos usados regularmente na cultura, ou mensalmente.

Junto ou separado?

A aplicação do fungicida isoladamente não terá a mesma eficiência se comparada à aplicação em conjunto com as algas marinhas, pois desta última forma a dose do fungicida pode ser reduzida, devido aos efeitos positivos das algas, tendo em vista que, além das algas favorecerem o desenvolvimento vegetativo das plantas, elas ainda cumprem a função de indutoras de resistência a fitopatógenos.

 As algas estimulam o fortalecimento dos mecanismos naturais de defesa das plantas - Crédito Miriam Lins
As algas estimulam o fortalecimento dos mecanismos naturais de defesa das plantas – Crédito Miriam Lins

Efeito combinado

 

As algas atuam nas plantas de modo que o metabolismo delas desencadeia reações que fazem com que elas se tornem mais resistentes aos ataques de pragas e doenças e também a estresses nutricionais e hídricos.

São variadas as espécies de algas utilizadas para este fim, se destacando as algas vermelhas e marrons, especialmente a Ascophyllumnodosum, que é uma das mais utilizadas.

Benefícios para a cenoura

Com a inclusão de formulados contendo algas marinhas, especificamente no cultivo de cenoura, pode-se obter maior resistência à incidência de podridão de raízes e pragas foliares e, ainda, reduzir a severidade de ataques de nematoides.

A utilização de algas, que promove maior resistência contra patógenos aliado à utilização de fungicidas, pode ser realizada de maneira consorciada, fazendo com que a eficiência de aplicação seja acentuada. Este efeito combinado assegura maiores condições de desenvolvimento das plantas, evitando assim a incidência dos patógenos sobre a lavoura de cenoura.

Sobretudo, o uso de extratos de algas também agrega outros benefícios às plantas, pela composição nutricional das mesmas, fornecendo boas quantidades de N e K, e também pelo fornecimento de fitohormônios reguladores de crescimento, como as auxinas e citocininas.

Portanto, a utilização de algas associada a todos estes efeitos positivos faz com que as plantas se apresentem mais resistentes e vigorosas, impedindo assim a ação de patógenos nas mesmas.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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