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Algas melhoram frutificação dos citros

Nilva Teresinha Teixeira

Engenheira agrônoma, doutora em Solos e Nutrição de Plantas e professora do Curso de Engenharia Agronômica do Centro Regional Universitário de Espírito Santo do Pinhal (UNIPINHAL)

nilva@unipinhal.edu.br

 

Créditos Shutterstock
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As algas marinhas são utilizadas na agricultura há muitos anos como bioestimulantes e fertilizantes naturais. Existem inúmeras espécies de tais organismos empregadas na agricultura, como por exemplo, a Ascophyllumnodosum, Ulva fasciata, Laminaria digitata, Lithothamniumcalcareum, Ecklonia máxima, Sargassumspp e Macrocystispyriferait.

Há referências sobre o emprego de algas marinhas na agricultura na antiguidade. Na Roma antiga tais organismos eram utilizados na adubação de plantas cítricas e em hortaliças, e ainda em compostagem.

Vantagens

O emprego de tais organismos nos cultivos se justifica, pois promove maior desenvolvimento das raízes, floração mais abundante, melhor granação e frutificação, pegamento, formação e maturação dos frutos. Tem que se lembrar, também, dos efeitos importantes que as algas têm na resistência a agentes externos, como: déficit hídrico, temperaturas desfavoráveis e como desintoxicante.

Os efeitos benéficos proporcionados pela adição de algas marinhas no processo produtivo vegetal podem ser explicados pela riqueza da composição de tais organismos. As algas são fontes de vitaminas, glicoproteínas, como o alginato, de aminoácidos, que podem funcionar como bioestimulantes vegetais e, ainda, de estimulantes naturais, como: auxinas (hormônios do crescimento que governam a divisão celular), giberelina (que induz a floração e o alongamento celular) e citocininas (hormônio da juventude edo retardamento da senescência).

Assim, os extratos de algas marinhas podem funcionar como fonte de nutrientes. Entretanto, ao analisar a constituição das algas, outros aspectos precisam ser abordados, como o fato de serem ricas em auxinas, giberelinas, os brassinosteróides e citocininas naturais.

Atuação

A introdução das algas no processo produtivo, além de contribuir com nutrientes, promove o estímulo da divisão celular, o que favorece a formação das raízes, propiciando, assim, o melhor aproveitamento da água e dos nutrientes.

Ainda, tem que ser lembrado que os compostos presentes nos extratos de algas estimulam a formação da clorofila e, por consequência, a própria fotossíntese, que é a fonte de toda a estrutura da planta.

A partir dos açúcares formados na fotossíntese se originam todos os demais componentes das plantas (proteínas, óleos, etc.). Também, substâncias presentes nas algas marinhas beneficiam o Ciclo de Krebs, que é o centro do metabolismo vegetal, fonte de intermediários para a formação de aminoácidos que constituirão as proteínas e, também, dos ácidos graxos que integrarão os óleos e demais lipídeos importantes na vida vegetal, por exemplo.

Créditos Shutterstock
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Entenda melhor

Mas, o que são auxinas, giberelinas, brassinosteróides e citocininas, sintetizados normalmente pelos vegetais? As auxinas participam do alongamento celular, dominância apical, além de promoverem a formação de raízes laterais e adventícias, retardar o início da abscisão foliar e regular o desenvolvimento das gemas florais.

As citocininas fazem parte da regulação da síntese proteica, podem induzir a divisão celular, retardam a senescência foliar, promovem a expansão de cotilédones em dicotiledôneas, entre outros processos.

As giberelinas estão relacionadas com a divisão celular, iniciação floral e frutificação, com a germinação de sementes e outros aspectos fisiológicos. Os brassinosteróides têm como ação o alongamento de caules. Além dos fitohormônios há, nas algas marinhas, os polissacarídeos, taninos, aminoácidos, proteínas, etc.

Em meio a estas moléculas estão osalginatos, carragenanas, fucanas, florotoninos, bem como seus derivados, que chamam a atenção para uso na agricultura devido ao potencial de aumentar as respostas das plantas contra patógenos, insetos-pragas, temperaturas extremas e problemas hídricos.

Àfrente

A alga marinha Ascophyllumnodosum é a mais estudada, por ser considerada por muitos pesquisadores a de maior bioatividade. Entretanto, algas como Ulva fasciata e Laminaria digitata compõem-se de substâncias que aumentam a resistência às doenças por estimular a formação de elicitores e, ainda, apresentam efeitos supressores sobre microrganismos patogênicos. JáLithothamniumcalcareum, pela riqueza em cálcio, é empregada como corretivo de acidez de solo.

Assim, produtos contendo algas marinhas podem melhorar o estabelecimento inicial das plantas, aumento na resistência a estresses, como seca, temperatura, salinidade, doenças e pragas, maior desenvolvimento de raízes, melhor aproveitamento de nutrientes pelas plantas e maiores produtividades e colheitas.

Também, extratos destes organismos beneficiam as propriedades físicas, químicas e biológicas dos solos, aumentando a capacidade de retenção de umidade e promovendo o desenvolvimento de microrganismos do solo benéficos aos cultivos (como, por exemplo,micorrizas).

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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