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Algas tornam a lavoura de soja mais resistente

Jorge Otavio Mendes de Oliveira Junek

Mestre em Agronomia, professor e consultor

jorge.junek@gmail.com

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A utilização de algas na agricultura ou para aumento da condição do solo e consequente aumento da produtividade não é algo novo. Aliás, elas têm sido utilizadas pela humanidade muito antes das tecnologias dos fertilizantes como as conhecemos.

Na Europa, muito antes dos fertilizantes, as algas eram coletadas depois de ressacas marinhas e utilizadas na agricultura. Não é difícil entender que mesmo depois de lavado pelas chuvas e seco, este material apresenta traços de elementos presentes na água do mar, que não se apresentam no solo.

Daí então uma transferência de micronutrientes que fazem deste produto algo particularmente interessante e que, por meio de sua aplicação contribui para o incremento de elementos que mesmo em baixíssimas quantidades produzem efeitos positivos nas plantas.

O mesmo ocorre com os fitohormônios que, presentes nas algas, passam para o solo cumprindo um estímulo a mais. Desta forma, a associação entre elementos essenciais, micronutrientes e fitohormônios pode explicar o que denominamos bioestimulantes.

O que são elas

Basicamente, caso não seja identificada nenhuma incompatibilidade entre a alga e a produção agrícola, toda matéria orgânica advinda das algas pode ser utilizada no incremento da fertilidade solo, lógico, depois de verificada a disponibilidade, viabilidade e segurança do meio para extração e destinação deste material. Não se quer, com isso, desviar oudesequilibrar o meio por uma exploração não racional.

Vantagem das algas marinhas para a agricultura

O simples aumento da matéria orgânica do solo já produz efeitos na CTC do solo e na disponibilidade de elementos para as plantas. Assim, como as algas são matéria orgânica, estas promovem a fertilidade do solo.

No entanto, em minha visão sobre o assunto, o diferencial está na origem do material e no meio em que se desenvolve – a água do mar. A água do mar é rica em elementos que normalmente não encontramos no solo. Desta forma, pela utilização destas algas sugere-se o incremento destes elementos ao meio, podendo afetar as plantas mesmo em baixas concentrações.

Uma forma de pensar na vantagem, mesmo não sendo diretamente ligada à produção,é que a utilização de algas é uma fonte renovável de recursos para a agricultura, o que não é verdade para outros produtos de origem mineral. Assim, podemos dizer que esta é uma forma mais ajustada aos tempos de hoje, pensando em sustentabilidade de recursos.

As algas oferecem proteção às plantas quanto à incidência de pragas e doenças - Crédito Shutterstock
As algas oferecem proteção às plantas quanto à incidência de pragas e doenças – Crédito Shutterstock

Mais resistência para as plantas

A resistência de uma planta é tanto maior quanto mais bem nutrida ela estiver. Desta forma, quanto maior a quantidade de recursos que uma planta obtém no meio, melhor elase defenderá das possíveis injúrias que recaírem sobre ela.

Assim, associado a uma adubação bem feita, a utilização das algas como bioestimulantes, por conta da matéria orgânica e das características particulares que este material confere ao solo, colabora para uma planta mais saudável e menos doente durante seu ciclo.

No caso de algumas algas calcárias, ocorre o fornecimento de cálcio para as plantas, sendo este um elemento essencial para a construção da parede celular, em até 90%.

O cálcio é muito importante não apenas para construção da barreira física, que é a união dascélulas, mas também para a permeabilidade e infiltração da água do solo nas estruturas radicularesresponsáveis pela absorção da solução do solo, o que, consequentemente, torna as plantas mais resistentes.

Em campo

Em um trabalho realizado em viveiro, em Mossoró (RN), utilizaram-se diferentes doses de algas A. nodosum para produção de couve-folha em vasos.Chegou-se à conclusão que, entre diferentes doses, que variavam entre 0 e 6 mlL−1, a melhor dose para as condições do estudo é a de 3,80 mlL−1.

 Rodrigo Dall Igna, em um trabalho no município de Santa Tereza doOeste (PR), comenta que na cultura do trigo o mesmo tipo dealga anteriormente citado proporcionou resultados significativos para onúmero de espigas por metro linear e rendimento de grãos.

Em outro trabalho, Cristiano Pereira da Silva, 2006, comenta que em crisântemos esta mesma alga produziu efeitos significativos sobre diâmetro de caules e massa seca das raízes em experimento realizado na UNESP, em Botucatu.

Como se pode ver nos três exemplos citados, os produtos à base das algasA. Nodosum têm amplo espectro de uso, ou seja, está sendo utilizado de Norte a Sul do País nas mais variadas culturas e finalidades.

Portanto, como toda boa ciência pede, devemos acompanhar atentos todos os resultados desses testes, acabados ou em andamento, para entender melhor a utilização deste e de outros produtos à base de algas.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

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