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Amendoim sobre palhada de cana  é uma técnica promissora

O amendoim é uma cultura que vem agregando muita tecnologia e evoluiu muito nos últimos 15 anos. Há um novo polo de produção na região de Iturama (MG), onde foi introduzido em larga escala seu plantio em cultivo mínimo na palhada de cana-de-açúcar. A técnica tem sido adotada por diversos produtores também no Estado de São Paulo, que tem tradição no cultivo do amendoim

 Crédito Pedro Faria Jr.
Crédito Pedro Faria Jr.

Mundialmente, o Brasil é o 17º produtor de amendoim, tendo produzido, na safra 2015/16, em torno de 420,3 mil toneladas. De acordo com a CONAB, a maior parte dessa produção acontece no Estado de São Paulo, que é responsável por 91,8% do total produzido.

As novas áreas plantadas sobre a palhada da cana são uma nova fronteira agrícola para o amendoim, abrindo espaço para o crescimento em outros Estados.

Cenário positivo

O amendoim é uma cultura de nicho de mercado. O Brasil planta pouco mais de 100 mil hectares por ano, mas é uma cultura de alto valor. O plantio é feito principalmente em áreas de reforma de canaviais e em sistemas de rotação com pastagens.

Antonio Carlos Aparecido Filho, engenheiro agrônomo especialista em proteção de plantas e atualmente produtor de amendoim, conta que o cenário para o amendoim na safra 2016/17 é positivo. “Viemos de uma safra que foi prejudicada por um El Niño que foi considerado o mais forte dos últimos 19 anos e estamos passando por um La Niña neste ano que, para o amendoim, é promissor, visto que as chuvas na região sudeste tendem a ficar dentro da normalidade e com dias mais amenos. O mercado aquecido é outro fator que dá esperança de bons ganhos nesta safra para os produtores“, avalia.

Operação de plantio em passada única usando o cultivador escarificador RipStrip da KBM Equipamentos Agrícolas
Operação de plantio em passada única usando o cultivador escarificador RipStrip da KBM Equipamentos Agrícolas

Os plantios acontecem no Triângulo Mineiro nas cidades de Iturama, Carneirinho, Limeira do Oeste e União de Minas e na região leste do Mato Grosso do Sul nas cidades de Paranaíba e Aparecida do Taboado.

Atualmente, o Estado de São Paulo é o maior produtor, disparado. A produção se concentra na Alta Mogiana e na Alta Paulista, mas o preço alto do arrendamento da terra na Alta Mogiana tem estimulado os produtores a procurar novas áreas cada vez mais para o Oeste de São Paulo.

“Hoje, áreas significativas são plantadas na região de São José do Rio Preto e até mais a Oeste. O Triângulo Mineiro, principalmente entre Frutal e o Pontal, têm passado por crescimento consistente nos últimos dois anos, e já existe projeto de uma indústria para recebimento de amendoim na região, o que certamente vai impulsionar tremendamente a atividade. É importante ressaltar que o amendoim é plantado essencialmente em terras arrendadas, o que dificulta um pouco o planejamento, já que os produtores dependem das usinas definirem as áreas de reforma de canaviais, o que só ocorre depois da colheita dos talhões. Já vi produtores ficarem sem terra para plantar depois de terem comprado todos os insumos, o que é um prejuízo tremendo“, avalia Pedro Faria Jr.,engenheiro agrônomo, consultor pela empresa Cultivar Tecnologias e Serviços de Agronomia Ltda.

Lavoura de amendoim no sistema de plantio direto - Crédito Denizart Bolonhesi
Lavoura de amendoim no sistema de plantio direto – Crédito Denizart Bolonhesi

Evolução

Os produtores de amendoim cresceram muito em produtividade nos últimos 15 anos, saindo de máximas de aproximadamente 3.100 kg/hectare para as atuais 7.200 kg/hectare. Segundo Pedro Faria Jr., a evolução tecnológica ocorreu com a substituição da antiga variedade “Tatu Vermelho“, de ciclo curto e porte ereto, pelas variedades rasteiras de ciclo médio e longo, com a adoção de técnicas de controle de doenças foliares e com a mecanização da colheita.

“Mais recentemente, o uso do plantio georreferenciado vem permitindo reduzir ainda mais as perdas de colheita, além de otimizar o uso da área plantada com amendoim“, considera o profissional.

Operação de recolhimento em área de que o plantio não foi direto na palha - Crédito Pedro Faria Jr.
Operação de recolhimento em área de que o plantio não foi direto na palha – Crédito Pedro Faria Jr.

Nível tecnológico

A adoção de tecnologia no amendoim significa alto investimento em máquinas e insumos. O Brasil enfrentou anos seguidos de investimentos fortes por parte dos grandes produtores, mas a atual dificuldade de crédito tem atrapalhado o acesso dos médios e pequenos produtores a essa tecnologia.

“Entretanto, se compararmos com o cenário de 15 anos atrás, a mudança foi enorme. A mecanização da cultura deve ser de quase 100%, e há uso intenso de insumos ““ desde fertilizantes até produtos para trato fitossanitário, passando por bioestimulantes e até mesmo controle biológico de pragas, algo impensável cinco anos atrás“, relembra Pedro Faria Jr.

Operação de arranquio do amendoim - Crédito Pedro Faria Jr.
Operação de arranquio do amendoim – Crédito Pedro Faria Jr.

Plantio familiar

Por ser um nicho de mercado, a produção de amendoim tende a crescer, pois oferece um bom retorno financeiro para produtores de 100 até 5.000 hectares, ou seja, são, em sua maioria, produtores familiares, como fornecedores de cana que trabalham com os filhos, irmãos, sobrinhos, etc. “Você vai ao campo e encontra o próprio produtor tocando os trabalhos da lavoura junto com os funcionários. Desta forma, é uma cultura de extrema importância econômica regional, pois muitas famílias fazem dela uma importante fonte de renda complementar à atividade canavieira“, informa Pedro Faria Jr.

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Grãos, edição de fevereiro 2017. Adquira a sua para leitura completa. 

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