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Aminoácido otimiza enraizamento do tomateiro

Glaucio da Cruz Genuncio

glauciogenuncio@gmail.com

Elisamara Caldeira do Nascimento

Talita deSantana Matos

Doutores em Agronomia

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Os aminoácidos caracterizam-se por apresentarem interação com a nutrição das plantas cultivadas, aumentando a eficiência na absorção, transporte e assimilação dos nutrientes. Assim, o uso de aminoácidos em culturas como o tomateiro, que possuem alta demanda de nutrientes em seus diversos estádios de desenvolvimento (por exemplo, relações crescentes entre K/N e K/Ca), torna-se uma técnica que pode potencializar tanto a qualidade de fruto quanto a produção e produtividade.

Na nutrição da cultura e, em específico, a aplicação de aminoácidos favorece a quelatização de minerais, a qual potencializa a absorção de nutrientes catiônicos tanto via foliar quanto via solução nutritiva. Por outro lado, por gerarem moléculas sem cargas e protegidas, sua dinâmica no solo em função do pH torna-se mais eficaz e com menores perdas destes nutrientes.

Assim, a aplicação de aminoácidos via fertirrigação vem se destacando no cenário da produção com elevada produtividade (acima de 120 t/ha) para o cultivo de tomateiro.

Ação no enraizamento

Os aminoácidos são moléculas de características estruturais em comum que, dentro das principais hipóteses, apresentam como principais funções a síntese de proteínas, compostos intermediários dos hormônios vegetais endógenos (auxina e citocinina), efeitos quelantes em nutrientes e outros agroquímicos, maior resistência ao estresse hídrico, a altas temperaturas e ao ataque de doenças e pragas.

São enquadrados por alguns pesquisadores como antiestressantes, compostos capazes de agir em processos morfofisiológicos do vegetal como precursores de hormônios endógenos ou como ativadores de enzimas e da disponibilização de compostos capazes de promover tolerância ao estresse.

Assim, sua contribuição específica é a geração de precursores de hormônios responsáveis pelo enraizamento, como a auxina. Eles podem ser considerados, em alguns casos, como compostos que induzem a regulação do crescimento radicular. Um bom exemplo seria o triptofano, que é um composto precursor da auxina.

Quando aplicar

De modo geral, a aplicação deve preconizar a fase vegetativa do tomate.Assim, a aplicação deve ser concentrada até os 75 dias após o plantio. Porém, aplicações posteriores podem ser adequadas pela formação de quelatos, principalmente os oriundos de microelementos catiônicos (Cu, Fe, Mn e Zn), por exemplo.

Cabe ressaltar que os quelatos se caracterizam por serem estáveis, sendo assimiláveis e compatíveis com a maioria dos cátions metálicos (íons metálicos de carga positiva), sendo utilizado como agente quelatizante para os íons de Zn, Mn, Fe, Cu, assim como para Ca, Mg, K.

O aminoácido melhora a produtividade e qualidade de fruto - Crédito Ana Maria Diniz
O aminoácido melhora a produtividade e qualidade de fruto – Crédito Ana Maria Diniz

Dosagem

A dosagem é bastante variável, pois está em função da concentração do aminoácido no produto e da ação que se pretende obter. Via fertirrigação, a média é de 02 a 03 L/ha. Via foliar, pode variar de 100 a 300 ml/100L, por aplicação.

Um fator importante a ser controlado é o pH da solução nutritiva/calda de aplicação via fertirrigação, em função da manutenção da estabilidade dos aminoácidos. A calda deve ter um pH entre 5,0 a 5,5.

Custo

O custo pode variar de R$ 150,00 a R$ 400,00 por hectare, via fertirrigação, com alto custo-benefício, uma vez que é comprovado um significativo aumento da eficiência no manejo nutricional para a cultura do tomateiro, o que garante ao produtor respostas produtivas acima da média brasileira.

Essa matéria você encontra na edição de janeiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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