Glaucio da Cruz Genuncio
Doutor em Nutrição Mineral de Plantas
Elisamara Caldeira do Nascimento
Talita de Santana Matos
Mestres em Fitotecnia
Everaldo Zonta
Doutor em Agronomia – Fertilidade do Solo
O morango é uma cultura de excelente valor agregado, com sazonalidade em função de sua fisiologia (planta fotoperiódica) e existente em termoperiodicidade. A condução do morangueiro é de caráter anual, com replantio após a safra. Porém, a irradiância e a irrigação inadequada podem influenciar no crescimento e desenvolvimento da cultura.
Para o cultivo do morangueiro, as mudas, via de regra, são adquiridas na forma de estolão. O produtor que decidir produzir as próprias mudas deve considerar o período que compreende o final da primavera e o início do outono. Por outro lado, a colheita se dá após dois meses de transplante do estolão, com período estendido até o outono.
Entenda melhor
O estolão é uma estrutura propagativa, caracterizada por ser um segmento do caule com crescimento horizontal, em que suas gemas diferenciam-se em raízes e folhas, com a formação de novas plantas idênticas às plantas matrizes.
O estolão é a estrutura comercializada cuja finalidade é a obtenção de mudas e, ao ser transplantado para o canteiro ou para os sistemas hidropônicos (substratos ou NFT) merecem cuidados para que seu pegamento seja eficiente. Ressalta-se que a produção ou aquisição de mudas pode corresponder a 25% do custo de produção da cultura.
De olho no estresse
Os sintomas de estresses, nesta fase que é crÃtica, são: secamento por déficit hídrico e doenças, tais como a antracnose, por ser tratar de mudas com ferimentos. Assim, a manutenção da tensão do solo próxima a -0,03 Mpa e o tratamento com produtos que reduzam a infecção biótica são de fundamental importância nesta fase.
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Prejuízos
Os prejuízos causados pelo estresse ao morangueiro são: desuniformidade no talhão, com consequente redução na produção, produtividade e qualidade de frutos. As mudas com estresse podem sofrer ataques significativos de ácaros e infecção de antracnose.
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Solução – aminoácidos
Uma variável importante na produção da muda é a seleção de estolões com maior tamanho de coroa. O tamanho da coroa associado a temperaturas baixas favorecem uma maior síntese e acúmulo de açúcares, que têm como função a geração de energia fundamental para a formação de raízes.
O uso específico de biopromotores contendo aminoácidos ou que induzam a síntese destes é fator agregador na produção de hortÃcolas, principalmente do morango, dado o seu elevado valor agregado.
Assim, a aplicação ou a indução do aminoácido glicina, por exemplo, aumenta a síntese de clorofila, assim como a síntese de metionina é importante para a síntese de etileno, hormônio este responsável pela maturação dos frutos.
Já a síntese de tirosina e a fenilalanina é importante por estes serem responsáveis pela produção de compostos do metabolismo secundário, que se destacam por atuarem na resistência das plantas ao ataque de pragas e doenças.
Por fim, a síntese de triptofano é importante por este aminoácido ser precursor do hormônio de crescimento ácido indolacético (AIA).
Viabilidade
O uso de fertilizantes contendo agentes que induzam a síntese ou acréscimos de triptofano no metabolismo vegetal é interessante, por este aminoácido produzir auxina, hormônio responsável para formação de raízes laterais e adventÃcias, assim como no desenvolvimento de gemas florais.
Ressalta-se que o triptofano é um hormônio de síntese natural nas plantas, destacando-se como constituinte de proteínas e precursor intermediário da biossíntese do ácido indolacético (auxina).
Por outro lado, o uso de biopromotores que induzem a síntese de glicina betaÃna é importante na fase de estolão, uma vez que a glicina atua como agente protetor da planta, mantendo o equilíbrio do potencial hídrico entre a célula e o ambiente.
Naturalmente, em condições de estresse há um aumento significativo de glicina betaÃna celular e, consequentemente, um aumento do nível da tolerância do morangueiro ao transplante.