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Análise de folha direciona para adubação ideal

 

Cristina AlediFelsemburgh

Professora da Universidade Federal do Oeste do Pará ““ UFOPA

crisalefel@gmail.com

Crédito LuizeHess
Crédito LuizeHess

As folhas são os órgãos que melhor podem expressar o estado nutricional da planta, estabelecendo uma relação entre o crescimento, teores de nutrientes e produtividade. As alterações fisiológicas em função de desequilíbrios nutricionais, sejam eles pela escassez ou toxicidade, tornam-se mais evidentes nas folhas, o que demonstra a importância da análise foliar.

A análise foliar consiste em analisar quimicamente uma amostra de folhas representativas de uma determinada área, permitindo a verificação do estado nutricional das plantas em determinado tempo ou fase fenológica. Dessa forma, a diagnose foliar realizada pela análise da folha torna-se uma importante ferramenta para indicar e monitorar o balanço nutricional das plantas, e sua interpretação possibilita verificar a ocorrência de deficiências, desequilíbrio e toxidez.

O ideal é que, em conjunto com a análise foliar, outras ferramentas também sejam utilizadas, preferencialmente de forma integrada, para o melhor entendimento do sistema solo-planta, como a realização da análise de solo e também a diagnose visual.

Para que os resultados da análise foliar sejam confiáveis e seguros, é imprescindível que o procedimento de amostragem seja realizado de forma criteriosa e correta.

Como fazer a análise foliar

Ao decidir pela análise foliar, deve-se evitar coletar as amostras logo após ter sido realizada adubação no solo ou foliar; depois da aplicação de defensivos; após chuva intensa, quando a planta se encontra com déficit hídrico; e em folhas com danos mecânicos, danos por insetos, infecção por doenças ou com tecidos mortos.

Para a execução de uma amostragem correta, a época de coleta, localização da coleta na planta, no ramo e o número de amostras deverão ser considerados e dependerão da espécie em estudo.

Ressalta-se a importância da representatividade da área durante a amostragem e ainda dos critérios adotados. Em termos gerais, deve-se dividir a área considerando-se a sua uniformidade. A amostragem deve ser realizada em árvores dominantes, de mesma idade e coletando-se folhas recém-maduras.

 

Em destaque

Os nutrientes mais utilizados nas adubações são o N, P, K, e os menos frequentes são B e Zn. Na calagem são aplicados o Ca e Mg. A importância de cada nutriente pode ser considerada igual, e quando pensamos que cada um deles terá uma função no desenvolvimento da planta o ideal é que estejam de forma equilibrada.

A aplicação de fertilizantes deve ser feita tão logo se obtenha os resultados da análise foliar para correção e/ou manutenção, mantendo o equilíbrio nutricional dos macro e micronutrientes, visando assim o aumento na produtividade.

É possível, ainda, explicar a produtividade a partir de outras características foliares, como a área foliar e o teor de nitrogênio que têm sido mostrados como um bom indicador de produtividade do sistema.

O nitrogênio

A concentração de nitrogênio é fortemente relacionada com a taxa de fotossíntese líquida e, consequentemente, com a absorção de carbono, variando entre espécies de plantas e grupos funcionais. Uma forte correlação positiva tem sido observada entre a taxa de saturação de luz da fotossíntese de uma folha e seu conteúdo de nitrogênio. Geralmente, elevado conteúdo de nitrogênio está associado com altas taxas de fotossíntese máxima.

Em resposta ao aumento no estoque de nitrogênio, a produção de área foliar aumenta mais que a taxa fotossintética por unidade de folha. A produção de novas folhas cria uma nova demanda por nitrogênio; e novas folhas tendem a maximizar o crescimento, porque estão produzindo novo tecido fotossintético.

Com o aumento no estoque de nitrogênio e a concentração interna na planta, o peso da folha, a área foliar e a taxa de assimilação líquida aumentam, resultando em maior taxa de crescimento relativo. A concentração de nitrogênio interno da planta torna-se um eficaz preditor da taxa de crescimento da planta e da produtividade.

Novidades

Métodos mais recentes de medidas de produtividade envolvem fluxo de dióxido de carbono da vegetação-interface atmosfera. Existem, também, modelos fisiológicos simulando fluxos no ecossistema originários de variáveis ambientaise modelos baseados em sensoriamento remoto.

Com o desenvolvimento do sensoriamento remotohiperespectral, tem-se aberto a possibilidade de quantificar pigmentos fotossintéticos individuais contidos na vegetação. Estas informações ajudam na determinação do estado fisiológico da vegetação (detecção de estresse), na discriminação de espécies (monitoramento das características fenológicas) e na estimativa de produtividade (medindo e interpretando a quantidade de radiação fotossinteticamente ativa absorvida, com mais acurácia).

Medidas podem ser realizadas nas plantas e posteriormente comparadas como, por exemplo, as imagens de sensoriamento remoto. Alguns trabalhos fazem predições sobre a produtividade utilizando essas imagens comparativamente com medidas fisiológicas de fotossíntese e respiração, e ainda utilizando o nitrogênio foliar como parâmetro.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

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