17.5 C
Nova Iorque
sábado, novembro 23, 2024
Início Revistas Florestas Análise de folha direciona para adubação ideal

Análise de folha direciona para adubação ideal

Cristina AlediFelsemburgh

Professora da Universidade Federal do Oeste do Pará ““ UFOPA

crisalefel@gmail.com

 Crédito Luize Hess
Crédito Luize Hess

As folhas são os órgãos que melhor podem expressar o estado nutricional da planta, estabelecendo uma relação entre o crescimento, teores de nutrientes e produtividade. As alterações fisiológicas em função de desequilíbrios nutricionais, sejam eles pela escassez ou toxicidade, tornam-se mais evidentes nas folhas, o que demonstra a importância da análise foliar.

A análise foliar consiste em analisar quimicamente uma amostra de folhas representativas de uma determinada área, permitindo a verificação do estado nutricional das plantas em determinado tempo ou fase fenológica. Dessa forma, a diagnose foliar realizada pela análise da folha torna-se uma importante ferramenta para indicar e monitorar o balanço nutricional das plantas, e sua interpretação possibilita verificar a ocorrência de deficiências, desequilíbrio e toxidez.

O ideal é que, em conjunto com a análise foliar, outras ferramentas também sejam utilizadas, preferencialmente de forma integrada, para o melhor entendimento do sistema solo-planta, como a realização da análise de solo e também a diagnose visual.

Para que os resultados da análise foliar sejam confiáveis e seguros, é imprescindível que o procedimento de amostragem seja realizado de forma criteriosa e correta.

Como fazer a análise foliar

Ao decidir pela análise foliar, deve-se evitar coletar as amostras logo após ter sido realizada adubação no solo ou foliar; depois da aplicação de defensivos; após chuva intensa, quando a planta se encontra com déficit hídrico; e em folhas com danos mecânicos, danos por insetos, infecção por doenças ou com tecidos mortos.

Para a execução de uma amostragem correta, a época de coleta, localização da coleta na planta, no ramo e o número de amostras deverão ser considerados e dependerão da espécie em estudo.

Ressalta-se a importância da representatividade da área durante a amostragem e ainda dos critérios adotados. Em termos gerais, deve-se dividir a área considerando-se a sua uniformidade. A amostragem deve ser realizada em árvores dominantes, de mesma idade e coletando-se folhas recém-maduras.

 

Em destaque

Os nutrientes mais utilizados nas adubações são o N, P, K, e os menos frequentes são B e Zn. Na calagem são aplicados o Ca e Mg. A importância de cada nutriente pode ser considerada igual, e quando pensamos que cada um deles terá uma função no desenvolvimento da planta o ideal é que estejam de forma equilibrada.

A aplicação de fertilizantes deve ser feita tão logo se obtenha os resultados da análise foliar para correção e/ou manutenção, mantendo o equilíbrio nutricional dos macro e micronutrientes, visando assim o aumento na produtividade.

É possível, ainda, explicar a produtividade a partir de outras características foliares, como a área foliar e o teor de nitrogênio que têm sido mostrados como um bom indicador de produtividade do sistema.

O nitrogênio

A concentração de nitrogênio é fortemente relacionada com a taxa de fotossíntese líquida e, consequentemente, com a absorção de carbono, variando entre espécies de plantas e grupos funcionais. Uma forte correlação positiva tem sido observada entre a taxa de saturação de luz da fotossíntese de uma folha e seu conteúdo de nitrogênio. Geralmente, elevado conteúdo de nitrogênio está associado com altas taxas de fotossíntese máxima.

Em resposta ao aumento no estoque de nitrogênio, a produção de área foliar aumenta mais que a taxa fotossintética por unidade de folha. A produção de novas folhas cria uma nova demanda por nitrogênio; e novas folhas tendem a maximizar o crescimento, porque estão produzindo novo tecido fotossintético.

Com o aumento no estoque de nitrogênio e a concentração interna na planta, o peso da folha, a área foliar e a taxa de assimilação líquida aumentam, resultando em maior taxa de crescimento relativo. A concentração de nitrogênio interno da planta torna-se um eficaz preditor da taxa de crescimento da planta e da produtividade.

Novidades

Métodos mais recentes de medidas de produtividade envolvem fluxo de dióxido de carbono da vegetação-interface atmosfera. Existem, também, modelos fisiológicos simulando fluxos no ecossistema originários de variáveis ambientaise modelos baseados em sensoriamento remoto.

Com o desenvolvimento do sensoriamento remotohiperespectral, tem-se aberto a possibilidade de quantificar pigmentos fotossintéticos individuais contidos na vegetação. Estas informações ajudam na determinação do estado fisiológico da vegetação (detecção de estresse), na discriminação de espécies (monitoramento das características fenológicas) e na estimativa de produtividade (medindo e interpretando a quantidade de radiação fotossinteticamente ativa absorvida, com mais acurácia).

Medidas podem ser realizadas nas plantas e posteriormente comparadas como, por exemplo, as imagens de sensoriamento remoto. Alguns trabalhos fazem predições sobre a produtividade utilizando essas imagens comparativamente com medidas fisiológicas de fotossíntese e respiração, e ainda utilizando o nitrogênio foliar como parâmetro.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio/junho 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes