A safra de milho, embora amargue uma retração de 20,6% na comparação com 2019, segundo especialistas, não há relação com o Covid-19 e sim com a redução de estoques e menor oferta prevista para 2020. Entretanto, o preço do milho segue em alta segundo indicador Esalq/BM&F, com incremento de 15,1% nos últimos 30 dias. A tendência é de retração do produto, visto que a perspectiva é de que os valores continuem avançando nas próximas semanas. Em relação às frutas, legumes e verduras, devido às recomendações de isolamento social, o segmento vem enfrentando uma demanda reduzida, tanto no varejo quanto nas áreas produtoras. Essa queda na demanda se dá pela diminuição do giro de vendas por conta do isolamento social. O problema de logística também é evidenciado. A expectativa é que os produtos mais perecíveis devem sofrer com a queda no consumo, pois os consumidores estão priorizando alimentos de maior durabilidade e industrializados.
Em relação a soja, os pesquisadores ressaltam que, embora os preços na Bolsa de Chicago (CBOT) tenham recuado, os valores em reais seguem em alta devido à forte valorização do dólar. As exportações do grão estão estimadas em 13 milhões de toneladas, o que representaria, se confirmado, um incremento de 154% sobre fevereiro de 2019. A expectativa é de que a pandemia da COVID-19 não gere retração na demanda e que a China volte a comprar do Brasil.
As cooperativas da agricultura familiar são importantes agentes na manutenção da segurança alimentar de estudantes de escolas públicas, de hospitais e de famílias que se encontram em situação de vulnerabilidade social, através do Programa de Aquisição de Alimentos da Agricultura Familiar (PAA) e do Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE). Muitos produtores estão enfrentando dificuldades para escoar a produção de frutas e hortaliças nesse período de isolamento social e fechamento das escolas. Segundo informações divulgadas pela Confederação Nacional da Agricultura e Pecuária (CNA), o setor é um dos mais atingidos pela crise da Covid-19, uma vez que escolas, restaurantes, bares e feiras livres estão fechados ou reduziram significativamente a demanda. Essa situação está fazendo com que muitos produtores tenham que descartar toda a produção. Para minimizar os impactos no setor, a CNA está pleiteando, junto ao Governo Federal, a ampliação das compras governamentais de alimentos, assim como a ampliação da rede de fornecedores às grandes redes de varejo e buscando alternativas para venda online dos produtos pelas cooperativas e produtores rurais. No último dia 30 de março, o Senado Federal aprovou o Projeto de Lei n. 786/2020, que garante, em caráter excepcional, durante a suspensão das aulas, a distribuição de alimentos para os alunos beneficiados pelo Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) em situações de emergência e calamidade pública. A medida beneficiaria os estudantes, seus familiares e auxiliaria os produtores e cooperativas da agricultura familiar, que estão com a renda comprometida devido a atua crise.
Fonte: Gerência de Desenvolvimento e Monitoramento de Cooperativas.