Autora
Mariana Schuchovski
Doutora em Engenharia Florestal e professora de Sustentabilidade para cursos de Pós-Graduação do ISAE Escola de Negócios
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Quase 1,6 bilhão de pessoas no mundo, 21% da população mundial, depende das florestas para sua subsistência. Além disto, as florestas são o lar de mais de 80% de todas as espécies de animais, plantas e insetos que vivem na Terra. Ainda assim, segundo dados da ONU, cerca de treze milhões de hectares de florestas são perdidos a cada ano, o equivalente a 85 cidades de São Paulo.
Em crescimento, as florestas capturam dióxido de carbono da atmosfera, incorporando-o em suas células e tecidos vegetais, que são transformados em folhas, galhos, raízes e troncos. E neste complexo processo da fotossíntese, cria verdadeiros estoques de carbono, diminuindo a concentração de CO2 na atmosfera, o principal gás de efeito estufa, contribuindo para a redução das mudanças climáticas.
Desenvolvimento sustentável
Dada a grande importância das florestas para o desenvolvimento e o equilíbrio do planeta, um dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) é inteiramente dedicado à vida terrestre.
Assim, o ODS 15 tem o foco de “proteger, recuperar e promover o uso sustentável dos ecossistemas terrestres, gerir de forma sustentável as florestas, combater a desertificação, deter e reverter a degradação da terra e deter a perda de biodiversidade”.
Quando vivemos nas grandes cidades, parece difícil estabelecer uma conexão com as florestas. Embora pareçam distantes, elas fazem parte da nossa vida em tantos aspectos, pois estamos cercados por inúmeros produtos de origem florestal: móveis, pisos, rodapés, portas, forro, telhado, lápis, papéis, dentre tantos outros. E até mesmo os que não são de madeira, pois provavelmente a utilizaram no seu processo produtivo.
Se por um lado os produtos florestais contam com certificações que atestam sua origem e o manejo sustentável de suas florestas, além de utilizarem matéria-prima renovável, esta não é a realidade da maioria de outros mercados.
Muitas pessoas se preocupam com a redução do uso de papel para impressão, por exemplo, mas não se dão conta de que seus principais hábitos de consumo, tais como roupas, produtos de higiene, carros, eletrônicos e alimentos, utilizam insumos não-renováveis e têm processos produtivos mais impactantes do que os da silvicultura e da indústria do papel.
Benefícios
Além dos produtos madeireiros, as plantações florestais e as florestas naturais promovem inúmeros benefícios diretos e indiretos ao planeta e a todas as suas formas de vida. As florestas contribuem para a conservação da biodiversidade, manutenção da fertilidade do solo e ciclagem de nutrientes, proteção de bacias hidrográficas, redução da poluição do ar e regulação do clima, além de serem fontes de plantas medicinais e de recursos genéticos.
Assim, o manejo sustentável das florestas e dos seus recursos desempenha um papel fundamental no combate às mudanças climáticas, na conservação da biodiversidade, na manutenção de comunidades e na longevidade de muitos outros mercados, contribuindo globalmente para uma sociedade mais próspera, resiliente e sustentável.