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As maiores produtividades de soja nesta safra

Leonardo Machado

Engenheiro agrônomo e secretário executivo da ABRASS

 

Créditos Shutterstock
Créditos Shutterstock

A produtividade é uma variável importantíssima nos processos de avaliação de safra. São vários os fatores que podem influenciá-la, como o pacote tecnológico utilizado pelo produtor (qualidade da semente, uso de adubação e de agrotóxicos, etc.) e as condições climáticas.

O constante acompanhamento da safra agrícola, realizado pela Conab, leva ao conhecimento de que, para algumas culturas, o pacote tecnológico utilizado pelo produtor é de alto nível e não há tanta variação entre as safras, como é o caso da soja e algodão.

O milho e o feijão possuem variações. São culturas que apresentam desde o uso de elevado pacote tecnológico, até determinadas regiões onde se prioriza o plantio para consumo de pequenas propriedades, as quais nem sempre usam o melhor pacote disponível.

Diferente da safra passada, nesta safra as condições climáticas têm contribuído muito para uma boa expectativa de produto, não só pelo aumento de área quanto para as boas condições da cultura. A última safra foi fortemente influenciada pelo efeito do El Niño, impactando as produtividades de praticamente todas as culturas.

A destinação de áreas para cultivo da soja apresenta avanço em áreas de rotação cultivadas com algodão, milho e feijãode primeira safra, além de arroz de sequeiro. O calendário de semeadura similar, a disponibilidade de sementes com alto desempenho agronômico e de pacotes tecnológicos acessíveis, são alguns dos fatores técnicos que corroboram para a expansão da área plantada.

Portanto, a estimativa de área plantada de soja é crescente em quase todos os Estados produtores. No Paraná, por exemplo, a queda é consequência da proibição de plantio de soja na segunda safra, enquanto em Minas Gerais e Goiás houve priorização do cultivo de milho.

Altos investimentos

A soja, apesar de ter mantido produtividades médias muito próximas de anos anteriores, é uma cultura em que há alto investimento por parte do produtor, tanto em equipamentos quanto em tecnologia de sementes, adubação e agrotóxicos.

Com o início da colheita e o bom desenvolvimento dacultura ao longo de todo o ciclo, os produtores têmcolhido produtividades melhores, resultando em aumento na estimativa para a colheita da presente safra.

As expectativas são muito boas para esta safra. De acordo com o último levantamento da Conab, a média do rendimento das lavouras de soja do País ficou próximade 53 sacas por hectare. Tal produtividade é 11% maior que a safra passada, o que mostra o bom resultado, fruto do incremento de produtividade e das boas condições climáticas.

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Cultivares em destaque

É muito difícil listar as principais cultivares (ou variedades) que apresentaram os melhores resultados, uma vez que isto depende muito das microrregiões onde tais cultivares são plantadas.

Assim, em cada microrregião há algumas cultivares que se destacam. Porém, não é difícil encontrar resultados de produtividade entre 60 e 70 sacas por hectare quando são utilizadas cultivares de elevada tecnologia.

No Brasil existem mais de 30 microrregiões de plantio e cada uma delas possui cultivares de alta produtividade, permitindo presumir que em todo o Brasil é possível encontrar boas produtividades.

Características

De modo geral, as cultivares que apresentam melhores resultados produtivos são as que possuem um maior investimento em tecnologia, como tolerância a certas doenças, desenvolvidas pelo melhoramento vegetal, assim como apresentam eventos transgênicos de resistência a insetos.

A estimativa de área plantada de soja é crescente em quase todos os Estados produtores - Créditos Shutterstock
A estimativa de área plantada de soja é crescente em quase todos os Estados produtores – Créditos Shutterstock

Custo

De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Agrícola (IMEA), o custo médio da semente de soja transgênica na safra 2016/17 no Estado de Mato Grosso foi de R$312,00 por hectare. Descontando os royalties da transgenia, este custo cai para R$ 180,00 por hectare.

Fazendo uma comparação da utilização destas sementes de alta tecnologia com uma semente feita pelo próprio agricultor, fica claro que a utilização desta última opção dá uma falsa impressão de economia.

No caso das sementes de uso próprio, além de se utilizar uma maior quantidade de sementes (20% a mais, em média) e pagar royalties mais elevados (10% a mais), o resultado é ter uma produtividade menor (10 a 20% a menos). Na ponta do lápis, o resultado econômico da semente salva traz um custo-benefício menor do que da utilização da semente certificada.

Essa matéria completa você encontra na edição de maio 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

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