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Baixa salinidade em fertilizantes de liberação controlada

Letícia de Abreu Faria

Professora da Universidade Federal Rural da Amazônia-UFRA

leticia.faria@ufra.edu.br

Douglas Alexandre de AzevedoMargalho

Graduando Eng.AgronômicaUFRA

Crédito Ana Maria Diniz
Crédito Ana Maria Diniz

A salinidade do solo ocorre com o acúmulo de sais na camada superficial. Dentre suas principais causas destacam-se a aplicação excessiva de fertilizantes com elevados índices salinos e a implantação de sistemas de irrigação erroneamente conduzidos, sobretudo com uso de águas salobras.

O efeito do acúmulo de sais no solo causa sua degradação física e química.A salinidade provoca a desagregação das partículas do solo, que aumenta sua suscetibilidade à compactação e favorece a ocorrência de perdas de solo por erosão.

Na fertilidade,verifica-se o excesso de elementos nocivos às plantas e sua consequente influência negativa no equilíbrio dos nutrientes e água absorvidos pelos vegetais, assim refletindo no pouco ou nenhum desenvolvimento das culturas.

O acúmulo de saistambém prejudica a manutenção dos processos fisiológicos dos vegetais, em consequência dos distúrbios na manutenção da pressão osmótica; danos às raízes e reduçãona absorção de águae nutrientes.Em casos extremos de alta salinidade, poderá haver a inutilização de áreas e a necessidade de tratamentos e estratégias para a correção do solo.

Fertilizantes de liberação controlada x salinidade

A salinidade decorrente do uso de adubações é causada pelo uso desordenado de fertilizantes de elevado índice salino, ou seja, aplicações sem parcelamento, com doses elevadas e, principalmente, sem o prévio conhecimento dos atributos químicos e físicos do solo e das exigências das culturas.

As maiores preocupações devem ser tomadas com o uso de alguns fertilizantes,como cloreto de potássio (índice salino = 116),nitrato de sódio (índice salino = 100), ureia (índice salino = 75), nitrato de potássio (índice salino = 74) esulfato de amônio (índice salino = 69),que representam os fertilizantes de maiores índices de salinidade.

Portanto, a aplicação dos mesmos deve ser cautelosa no sentido de parcelar as operações e doses condizentes às demandas da planta.

Os fertilizantes que apresentam maior risco de salinidade coincidem com as fontes nitrogenadas e potássicasde maior demanda na agricultura.Assim,o setorindustrial,em associação com a pesquisa, cientes das implicações e dificuldades da prática de parcelamento pelos produtores, tem trabalhado no desenvolvimento de fertilizantes de liberação controlada.

O conceito de liberação controlada refere-se à fonte com tecnologia adicionalna qual se torna conhecida a liberação de seus constituintes em um intervalo de tempo determinado, visando o aumento da eficiência de absorção dos nutrientes pelas plantas, reduzindo perdas por volatilização, lixiviação e adsorção.

Uma das técnicas de produção desse tipo fertilizante se baseia em revestimentos dos fertilizantes convencionais. Desta forma, o índice de salinidade não é minimizado, mas a liberação gradativa dos nutrientes evita a alta concentração de sais de uma só vez na solução do solo, minimizando os efeitos prejudiciais da salinidade no sistema de produção.

Os fertilizantes de liberação lenta reduzem perdas e aumentam eficiência - Crédito Vanoli Fronza
Os fertilizantes de liberação lenta reduzem perdas e aumentam eficiência – Crédito Vanoli Fronza

Novidades

 

A evolução da produção de fertilizantes de liberação controlada tem grande importância, pois a aplicação única dos fertilizantes reduz custos com mão de obra, desgaste de equipamentos, consumo de combustíveis fósseis e até mesmo compactação do solo.

As tecnologias aplicadas para a liberação controlada se baseiam em mecanismos químicos e físicos com o principal intuito de reduzir perdas e aumentar a eficiência de uso dos fertilizantes, principalmente a ureia, que é suscetível à volatilização.

Dentre os fertilizantes potássicos, tem-se o uso predominante do cloreto de potássio,cujo controle de liberação do nutriente é feito por mecanismo físico, com destaque para o revestimento com polímeros. Atualmente, no mercado de fertilizantes de liberação controlada há formulações NPK e micronutrientes revestidos que, de acordo com a temperatura e umidade, podem se expandir em épocas mais quentes, possibilitando maior quantidade de nutrientes às plantas, liberados por meio de microporos expandidos.

A utilização de técnicas de revestimento de fertilizantes com camadas de diferentes espessuras de polímeros estabelece a liberação gradual ou controlada dos nutrientes. Desta forma, propõe-se a disponibilidade gradativa em momentos pré-estabelecidos para a liberação dos nutrientes, permitindo uma única aplicação.

Este processo ocorre com a infiltração de água no grânulo e a condensação do fertilizante salino, promovendo uma pressão dentro da partícula que causará a dissolução do grânulo e a liberação do fertilizante de dentro da “cápsula de revestimento“.

Contra doenças e pragas

 

A possibilidade do fornecimento de nutrientes acompanhando a curva de crescimento e demanda das plantas garante maior produtividade.Além disso, uma planta bem nutrida tem menor suscetibilidade às doenças e pragas. O alto teor de sais no solo causa prejuízos à produtividade devido, principalmente, ao desequilíbrio metabólico dos vegetais.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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