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Beauveria controla mosca-branca no feijoeiro

Nilton Gomes Jaime

Engenheiro agrônomo, M.Sc. e consultor da Cerrado Consultoria Agronômica

ngjconsultor@yahoo.com.br

Crédito Nilton Jaime
Crédito Nilton Jaime

O Brasil é o maior produtor mundial de feijão (Phaeseolus vulgaris L.), com produção média anual, segundo dados do Ministério da Agricultura, de 3,5 milhões de toneladas. É um produto que faz parte da alimentação brasileira, por ser rico em proteínas, ferro e carboidratos, principalmente para aqueles com carência na ingestão de proteína de origem animal.

É cultivado por pequenos e grandes produtores em todas as regiões do Brasil, mas tem nos Estados do Paraná e de Minas Gerais os dois maiores produtores nacionais desse alimento.

Durante seu ciclo, 80 a 90 dias, tanto o desenvolvimento quanto a produção da cultura pode ser influenciada negativamente por fatores bióticos (insetos, fungos, bactérias e vírus) e abióticos (estresse hídrico, temperatura, fertilidade, etc.). No que tange aos fatores bióticos causadores de danos à cultura do feijoeiro, a mosca-branca (Bemisia tabaci biótipo B) se apresenta, atualmente, como o inseto praga mais importante, não somente da cultura do feijoeiro como em muitas outras.

Isso se deve à expansão da área cultivada do feijoeiro sob irrigação, ao cultivo sucessivo e intensivo das áreas, por exemplo soja, feijão, milho, tomate, etc., bem como ao uso intensivo de inseticidas químicos que favorecem o desequilíbrio e o aumento da população desse inseto.

Quem é ela

A mosca-branca é um inseto que pertence à classe Hemiptera Sternorrhyncha, família Aleyrodidae, subfamília Aleyrodinae. São espécies polífagas e colonizam, causando danos diretos e indiretos, a aproximadamente 700 espécies de plantas, predominando as anuais e herbáceas, pertencentes a diversas famílias botânicas.

Folha com sintomas do mosaico dourado - Crédito Anésio Bianchini
Folha com sintomas do mosaico dourado – Crédito Anésio Bianchini

Danos

 No feijoeiro, os danos podem ser diretos, por meio de anomalias ou desordens fitotóxicas, caracterizadas pelo amarelecimento de folhas, ramos e frutos, causado pela injeção de toxinas durante o processo de alimentação do inseto.

Os insetos também excretam uma substância açucarada que cobre as folhas e serve de substrato para o fungo (Capnodium elaeophilum), causador da doença conhecida como fumagina, reduzindo a taxa fotossintética das plantas, influenciando negativamente o transporte de fotoassimilados no processo de enchimento dos grãos, com consequente redução da produtividade e produção total.

O principal dano indireto causado pela mosca-branca ao feijoeiro é a transmissão do vírus do mosaico-dourado, principal doença virótica da cultura, transmitida pelos adultos e ninfas da mosca-branca ao sugar a planta durante sua alimentação.

Linhagens promissoras de feijão com resistentes e suscetíveis com mosaico e deformações - Crédito Anésio Bianchini
Linhagens promissoras de feijão com resistentes e suscetíveis com mosaico e deformações – Crédito Anésio Bianchini

Eficiência no controle

O controle da população de mosca-branca na cultura do feijoeiro tem se dado, basicamente, pela utilização de inseticidas químicos com ingredientes ativos variados e pertencentes a diversos grupos químicos, por exemplo, éter piridiloxipropílico, cetoenol e neonicotinoides, com ação sobre ovos, ninfas e adultos do inseto.

A utilização, por si só, do fungo entomopatogênico Beauveria bassiana tem obtido relativa eficiência no controle da mosca-branca, mas o que tem se observado, na prática, é que esta eficiência é influenciada por fatores como: concentração de esporos do fungo no produto comercial, fatores ambientais, como temperatura e umidade do ar, e misturas do produto com outros agroquímicos no tanque de pulverização.

Esses fatores devem ser observados por consultores e agricultores antes de se optar pela aquisição e uso do produto. Uma vez aplicado o produto, os esporos do fungo, em contato com o inseto, o contaminam, penetrando em seu espiráculo e colonizando seus órgãos internos, causando uma enfermidade na praga, que para de se alimentar e morre. Este processo ocorre entre dois a sete dias após a aplicação, dependendo das condições climáticas.

MIP

Segundo Kogan (1998), o termo Manejo Integrado de Pragas é assim definido: Manejo – uso de um conjunto de regras baseadas em princípios ecológicos, considerações econômicas e sociais para a tomada de decisão sobre o controle; Integrado – significa o uso harmonioso de diferentes métodos para o controle de uma determinada espécie de organismo e Pragas – todos os organismos conflitantes com o interesse do homem.

Por isso, a definição adotada pela FAO diz: Manejo Integrado de Pragas é o sistema que, no contexto, associa o ambiente e a dinâmica populacional da espécie, utiliza todas as técnicas apropriadas e métodos de forma tão compatível quanto possível, e mantém a população da praga em níveis abaixo daqueles capazes de causar dano econômico.

Em todas as culturas a importância do manejo integrado de pragas recai no controle dos insetos-praga ambiental, social e economicamente corretos.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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