17.5 C
Nova Iorque
sábado, setembro 21, 2024
Início Revistas Hortifrúti Beauveria se mostra eficiente no controle do greening

Beauveria se mostra eficiente no controle do greening

 

José Salazar Zanuncio Junior

DSc. Entomologia e pesquisador do INCAPER – Centro de Desenvolvimento Regional Centro Serrano

jjzanuncio@yahoo.com.br

 

Crédito Henrique Santos
Dependendo da infestação, o greening pode eliminar o pomar em até 10 anos – Crédito Henrique Santos

O Huang Long Bing (HLB) ou “citrus greening“ é causado por uma bactéria do gênero Candidatus, que ataca os citros, sendo que não existe tratamento eficaz contra a doença.

Segundo a Fundecitrus, os prejuízos causados pelo greening variam de acordo com o nível de infestação, podendo chegar à eliminação do pomar em 10 anos. No entanto, pode-se tornar inviável de cinco a seis anos após o aparecimento dos sintomas.

Somente o estado de São Paulo já tinha eliminado seis milhões de plantas até 2009, sendo uma doença considerada de maior severidade para a cultura e fator limitante da produção.

Em alguns estados, como o Espírito Santo, ainda não foi detectada a doença, sendo importante o monitoramento das lavouras e medida quarentenária adotada para esta doença, que se baseia no princípio da exclusão e se apresenta como restrições legislativas de importação de plantas ou partes da planta de citros oriundas de regiões onde o greening ocorre de forma endêmica.

Manejo

O manejo recomendado para o controle da doença consiste na aquisição de mudas sadias, eliminação imediata de plantas sintomáticas e controle do vetor, o psilídeo Diaphorina citri, sendo esta a principal forma de controle da doença.

O controle do vetor é realizado por meio da aplicação de inseticidas direcionados ao controle de ninfas e adultos, visando reduzir a população da praga.

Controle biológico

Outra forma de controle de D. citri é o biológico, com microrganismos entomopatogênicos, como o fungo Beauveria bassiana, o qual tem demonstrado eficiência no controle de ninfas do psilídeo, chegando a causar mais de 90% de mortalidade nas concentrações encontradas nos produtos comerciais.

Este fungo apresenta eficácia comprovada contra várias pragas agrícolas, como a broca do café e a broca do rizoma da bananeira. Ao entrar em contato coma a superfície do inseto, o fungo germina, penetra no tegumento e coloniza internamente o inseto, quando libera toxinas, causando sua morte.

Cuidados extras

As formulações comerciais à base de B. bassiana são recomendadas para aplicação em pulverização, semelhante à aplicação de agrotóxicos. O cuidado a se ter no momento da aplicação é evitar os dias com alta incidência de radiação solar, pois este fungo é muito suscetível à radiação ultravioleta, que atua como germicida.

Além disso, é importante aplicar o fungo ao final da tarde e, de preferência, com alta umidade no ambiente, que pode ser obtida molhando-se a parte aérea das plantas antes de sua aplicação.

Manejo integrado

Uma estratégia de controle do inseto vetor do greening é a associação de métodos, dentro do manejo integrado de pragas (MIP), iniciando-se com a seleção de mudas sadias e o monitoramento da presença do vetor e de plantas doentes, a fim de erradicar as plantas sintomáticas e iniciar o controle ao detectar a presença do psilídeo.

A associação do controle biológico com o fungo entomopatogênico B.bassiana e os inseticidas pode ser utilizada como estratégia para o controle de ninfas e adultos da praga.

Vale ressaltar que se o objetivo for utilizar estes produtos misturados na mesma calda, deve-se observar a compatibilidade, pois a ação da B. bassiana poderá ser reduzida devido à ação dos inseticidas incompatíveis e que podem ser muito tóxicos para o fungo.

Essa matéria completa você encontra na edição de novembro da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Clique aqui para adquirir agora a sua.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes