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sábado, setembro 21, 2024
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Beterraba híbrida tem melhor qualidade e sabor

Autores

Roberta Camargos de Oliveira
Pós-doutora em Fitotecnia e professora – Una Uberlândia
robertacamargoss@gmail.com 
Paula Taísa Arantes Martins
Thalisa Georgia Skaff Santana
Engenheiras agrônomas

A beterraba (Beta vulgaris) é uma olerícola originária da costa do Mediterrâneo e pertence à família Chenopodiaceae. Atualmente, de acordo com as condições climáticas, culturais e adaptabilidade dos materiais genéticos amplamente difundidos no mercado, observa-se uma concentração da produção nos Estados de São Paulo, Minas Gerais e Paraná. Quanto à comercialização, aproximadamente 87% ocorre nos Estados de São Paulo, Minas Gerais, Paraná, Bahia e Goiás.

A beterraba hortícola apresenta alto potencial de expansão, uma vez que as descobertas recentes revelam alta correlação e comprovação entre seus componentes e a preservação da saúde.

Entre os fatores e cultivo, a obtenção de materiais responsivos, adaptados a variações climáticas entre as regiões, com níveis de resistência ou tolerância aos estresses bióticos e abióticos são focos de empresas do segmento hortícola, as quais têm disponibilizado no mercado, nas últimas décadas, excelentes avanços na cultura da beterraba.

Os híbridos

Atualmente, observa-se a adoção cada vez mais expressiva pelos híbridos de beterraba, pelos produtores. Isso se deve, por um lado, ao extensivo trabalho em equipe, e à divulgação das vantagens e benefícios de materiais melhorados, por meio da agregação de valor e características favoráveis.

Por outro lado, há maior abertura, flexibilidade, apoio e adoção das inovações pelos produtores, que testam e vivenciam na prática os resultados positivos e promissores.

Os híbridos são obtidos pelo cruzamento forçado entre duas plantas de linhagens puras diferentes e contrastantes. Ao passo que as variedades são obtidas pelo cruzamento natural entre plantas da mesma linhagem.

Em programas para obtenção variedades são realizadas simples seleções de plantas com características desejáveis. O resultado são plantas mais heterogêneas entre si.

Os híbridos são obtidos por técnicas de melhoramento genético dispendiosas de tempo, espaço e recursos, que consequentemente alcançam maior capacidade de resposta em desenvolvimento e produtividade. Neste sentido, são materiais que exigem maior investimento, tanto no preço da semente quanto nas práticas de manejo para explorar e obter o máximo que esta genética pode expressar.

Os híbridos apresentam maior produtividade, uniformidade de tamanho e formato da raiz tuberosa, melhor consistência e aspecto da pele, inserção foliar pequena e melhor coloração externa e interna das raízes (sem halos esbranquiçados). Os aspectos nutracêuticos e os fatores relacionados à sustentabilidade do ecossistema também vêm emergindo como variáveis a serem consideradas para agregar valor e alcançar nichos diferenciados de mercado. 

Manejo

O plantio da beterraba ocorre por meio da semeadura direta ou por produção de mudas. Após instalados no campo, os tratos culturais seguem conforme as exigências da cultura em interação com as condições do meio: cuidados com o fornecimento de água (irrigação) e nutrientes (adubação) e os controles fitossanitários, através do adequado monitoramento de plantas infestantes, pragas e doenças.

O entendimento da interação genótipo x ambiente reflete diretamente no sucesso da lavoura. Para obter altas produtividades é importante, inicialmente, optar pela variedade correta e decidir a época. A indicação de cultivares apropriadas, bem como o conhecimento e aplicação das técnicas recomendadas para cada variedade proporciona maior segurança aos produtores, evitando perdas na produção.

O conhecimento do histórico da área e das condições da região de cultivo são fundamentais e está relacionado à escolha das cultivares. A cercosporiose causada por Cercospora beticola, considerada a principal doença da beterraba, tem como método preferencial de controle a resistência genética.

Em condições climáticas favoráveis ao desenvolvimento deste patógeno, a escolha por material genético resistente é uma das características básicas, aliado à escolha de local onde há ausência do inóculo e demais técnicas de manejo, como espaçamento de plantas, que permite maior insolação e arejamento interno das plantas, redução do molhamento foliar, entre outros.

Custo e investimento

Observa-se que há acúmulo de pontos positivos a cada ação realizada. Os retornos econômicos são proporcionais aos investimentos e entendimento das interações entre os fatores que geram a produtividade. Isso implica que, em níveis tecnológicos e de investimento alto, os híbridos promovem melhores ganhos.

Por outro lado, para menores investimentos (adubação, irrigação e demais insumos), talvez pelo elevado custo da tecnologia embutida na formação dos híbridos, pode-se ter menor margem de lucros. Para verificar se é vantajoso ou não plantar uma cultivar ou híbrido, é interessante que se faça uma análise de custo, considerando todos os pontos, o que está disposto a investir e quanto isso pode gerar de benefícios.

Em condições rústicas, por exemplo, as cultivares apresentam melhores desempenhos que os híbridos. Já em condições adequadas, os híbridos são mais responsivos, devido à maior homogeneidade das plantas, que permite padronizar as operações e obter melhor rendimento operacional do maquinário e das técnicas de cultivo.

BOX

Investimento na genética

O investimento na genética ocasionou a seleção de raízes vigorosas, eficientes na absorção de água e nutrientes, fornecendo para a parte aérea os componentes essenciais para o desenvolvimento das plantas. Estes fatores direcionam a escolha dos materiais, com pronunciado aumento de produtividade frente às cultivares convencionais e melhores resultados na comercialização, agregando valor ao produto, seja para indústria ou consumo in natura

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