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Biorreguladores ““ uma ferramenta útil na produção de HF

Mônica Bartira da Silva

monica.bartira@gmail.com

Luan Fernando Ormond Sobreira Rodrigues

Marla Silvia Diamante

Engenheiros agrônomos e doutorandos em Agronomia/Horticultura, UNESP-Botucatu

Marilia Caixeta Souza

Bióloga e doutoranda em Ciências Biológicas/Botânica, UNESP – Botucatu

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O uso de reguladores vegetais é uma prática comum em vários países, com utilização em diversas espécies. No Brasil, seu uso na agricultura tem mostrado grande potencial e existem diversos estudos que comprovam a eficiência desses produtos em grandes culturas; no entanto, para hortaliças é uma técnica ainda em desenvolvimento.

Processos importantes, como germinação, crescimento vegetativo, florescimento, frutificação e maturação são afetados por diversos fatores, sendo que os hormônios vegetais desempenham papel fundamental na sua regulação. Assim, a manipulação destas substâncias e/ou aplicação de seus similares pode alterar as respostas fisiológicas das plantas, com ação promotora (auxinas, giberelinas e citocininas) ou inibidora do desenvolvimento (etileno e ácido abscísico).

Além dos cinco principais grupos hormonais: auxinas (AX), giberelinas (GA), citocininas (CK), etileno (ET) e o ácido abscísico (ABA), considera-se também a existência de hormônios vegetais esteroides, os brassinosteroides (BR) e outras substâncias vegetais, como os salicilatos (AS), jasmonatos (JA) e poliaminas (PA).

Dentre eles destaca-se o uso do ácido giberélico, que é responsável pela promoção do elongamento e divisão celular, atuando no estímulo do crescimento vegetal.

As auxinas, que atuam no controle do crescimento e na dominância apical, têm como principal ação o elongamento celular. As citocininas se destacam pela capacidade de induzir a divisão celular. Já os brassinosteroides (BR) atuam no crescimento das plantas, reprodução e em respostas a vários estresses bióticos e abióticos.

Agem sinergicamente com as auxinas estimulando o elongamento celular, caracterizado pelo estímulo da síntese de enzimas que aumentam o tamanho da parede celular.Além disso, os brassinosteroides aumentam a sensibilidade dos tecidos às auxinas.

O ácido jasmônico e os salicilatos atuam nos processos de resistência a patógenos e de defesa contra insetos.As poliaminas têm sido utilizadas para promover o crescimento vegetal, além de estarem envolvidas no sistema de defesa da planta aos diferentes estresses.

Estímulo à produção

A utilização de reguladores vegetais pode apresentar bons resultados, dependendo da região de cultivo e da espécie utilizada. Por atuarem em baixas concentrações, qualquer alteração pode modificar o efeito desejado, sendo que as respostas à sua aplicação e as concentrações ótimas variam conforme a cultura, estádio de desenvolvimento da planta no momento da aplicação, frequência e número de aplicações, tipo de equipamento e condições do ambiente.

A aplicação destes compostos permite que as plantas expressem da melhor forma seu potencial genético produtivo, uma vez que estes são importantes ativadores metabólicos. Desta forma, combinações desses produtos têm sido utilizadas comercialmente.

Existem aproximadamente 40 produtos registrados no MAPA como reguladores de crescimento, dos quais menos da metade podem ser utilizados para hortifrutícolas.Um deles é composto por ácido indolbutírico (auxina) 0,005%, cinetina (citocinina) 0,009% e ácido giberélico (giberelina) 0,005%.

Alguns estudos mostram efeitos positivos da aplicação combinada de auxina, citocinina e giberelina(AX, CK e GA) em mudas de maracujazeiro, tamarindeiro e porta-enxerto cítrico.

Também já foi observada a eficiência do produto no aumento do vigor das plântulas de alface a partir da pré-embebição das sementes. A aplicação foliar do produto em mudas de melancia também apresentou resultados positivos, promovendo maiores diâmetros de colo.

Crédito Shutterstock
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Manejo

Alguns estudos mostram ainda que em pimentão pé-franco, sete aplicações de 125 a 150 mLp.c100L H2O-1 de bioestimulante comercial promoveram incremento positivo na produção. Já em plantas enxertadas foram usadas sete aplicações de 100 mLp.c100L H2O-1 desse mesmo produto.

Também têm sido utilizados reguladores para induzir aumento na qualidade de frutos, sendo as giberelinas as mais empregadas, observando que frutos de ameixa mantiveram maior firmeza de polpa após a aplicação de GA3.

O mesmo foi evidenciado em frutos de caqui,tangerina poncã e em laranja pera. Em hortaliças, como a alface, o uso deste regulador durante o início de desenvolvimento promoveu aumento significativo no tamanho das folhas (em até 23%), consequentemente elevando o peso das plantas.

Em laboratório foram desenvolvidos alguns testes, aplicando ácido jasmônico em folhas de tomate,em que foi observada diminuição da suscetibilidade a dois lepidópteros (Spodopteraexigua e Helicoverpazea).

Cuidados

Cabe ressaltar que a eficiência desses compostos vai depender da aplicação correta, sendo que o emprego adequado deles requer uma seleção do produto, a partir da finalidade desejada, a época e horário apropriado, além da dose ideal para cada cultura.

Essa matéria você encontra na edição de abril 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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