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Em continuação das atividades do Programa Cooperativo em Proteção Florestal (PROTEF) do IPEF, por meio do seu Projeto Cooperativo de Manejo de Pragas Exóticas do Eucalipto (PCMPEE), iniciaram-se os esforços para a instalação do programa de controle biológico para vespa-de-galha (Leptocybe invasa).
Foi concedida, no ano passado, pelo Ministério da Agricultura, a permissão para importação do parasitoide Selitrichodes neseri, uma vespa que coloca seus ovos dentro das galhas no eucalipto. Com seu desenvolvimento, as larvas do parasitoide se alimentam da vespa-de-galha, provocando sua morte. Este inimigo natural será importado da África do Sul, também pela parceria estabelecida no BiCEP, que já desenvolve estudos com este parasitoide a algum tempo.
Após deixar a quarentena, o material será distribuído para a Faculdade de Ciências Agronômicas (FCA) da UNESP e para Embrapa Florestas, onde se realizarão todos os estudos que irão traçar as estratégias para criação e liberação em campo.
Experiência
Em maio, o pesquisador Leonardo Rodrigues Barbosa (Embrapa Florestas) visitou as instalações do Laboratório de Controle Biológico de Pragas Florestais nas dependências da FCA/UNESP, para acompanhar e trocar experiências sobre a criação para pesquisa da vespa-de-galha.
Devido ao processo de importação de seu inimigo natural, é necessária a manutenção da praga em laboratório para condução dos experimentos necessários para avaliação do potencial deste inimigo natural, bem como iniciar a elaboração de um protocolo para multiplicação massal.
Durante a visita discutiram-se estratégias e técnicas para se alcançar melhores resultados na criação da praga, como adequação da estrutura do laboratório, criação em gaiolas e casas de vegetação, entre outros.
Para o pesquisador Leonardo Barbosa, “a visita foi bastante proveitosa. Aprendemos como a vespa da galha vem sendo manejada em laboratório e definimos as principais estratégias de como a Embrapa Florestas poderá colaborar com o programa de controle biológico dessa praga“.
Intercâmbio com BiCEP
No último ano, o IPEF se filiou ao Centro de Controle Biológico para Pragas de Eucalipto, sigla inglesa BiCEP, uma iniciativa entre instituições do Brasil, Austrália e África do Sul, que visa aumentar a rede de comunicação e fomentar a integração entre pesquisadores destes países.
Este centro tem por objetivo estudar as principais pragas e doenças do eucalipto, principalmente na Austrália que abriga os inimigos naturais destas pragas. Com o início do intercâmbio entre pesquisadores, também em maio, Amanda Rodrigues (FCA/UNESP), viajou para realizar parte de suas pesquisas de doutorado junto a Universidade de Sunshine Coast, na Austrália, com auxÃlio do Programa Ciências Sem Fronteiras.
Amanda tem dedicado seu trabalho de doutorado para estudos com a vespa-de-galha do eucalipto, e durante o tempo que estiver na Austrália irá realizar um levantamento de outras espécies de vespas galhadoras que atacam o eucalipto, bem como seus inimigos naturais, procurando cada vez mais conhecer e se antecipar a possÃveis ameaças de introduções de novas pragas no Brasil, garantindo a segurança dos plantios de eucaliptos no país.