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Café consorciado com cedro australiano é opção rentável

Eduardo de Castro Stehling

Biólogo, gestor de Melhoramento e Produção da Bela Vista Florestal

pesquisa@belavistaflorestal.com.br

Créditos Bela Vista Florestal
Créditos Bela Vista Florestal

Existem muitas vantagens na consorciação de espécies, com amplos benefícios para as culturas e que acabam refletindo em uma maior rentabilidade do produtor. Ter árvores dentro do plantio de café permite melhorar diversos aspectos na produção de ambas as espécies, utilizar melhor os recursos naturais, com maior variedade de produtos, diluição dos riscos, entre outros ganhos.

A diversificação de produtos dentro de uma área onde só se produzia um, agrega muito valor, sem necessariamente envolver grande aumento dos custos.

Benefícios

As principais vantagens diretas para o café são:

ðMelhora da temperatura na lavoura, reduzindo a temperatura na lavoura nas horas mais quentes e aumentando a temperatura nas horas mais frias. Maior conforto térmico para o cafezal.

ðMaturação mais lenta dos grãos, o que reflete no aumento da qualidade da bebida, que se torna mais suave.

ðRedução do vento dentro da lavoura, o que pode reduzir a incidência de doenças.

ðRedução da radiação solar em lavouras, reduzindo a escaldadura do cafeeiro.

ðRedução da seca de ponteiros no cafeeiro.

ðRedução de plantas espontâneas dentro da lavoura. Melhor controle da matocompetição.

Eduardo Stehling, biólogo, gestor de Melhoramento e Produção da Bela Vista Florestal
Eduardo Stehling, biólogo, gestor de Melhoramento e Produção da Bela Vista Florestal

As principais vantagens diretas para o cedro são:

ðMaior produtividade diamétrica devido à grande compatibilidade nutricional das duas culturas.

ðO cedro, que possui o mesmo zoneamento do café, se beneficia, pois os solos utilizados proporcionam ótima produtividade.

ðAdubações e correções com maior frequência e qualidade, devido aos tratos realizados no cafeeiro.

ðPossibilidade do cedro se beneficiar da irrigação, quando o café possui o sistema, ampliando a produtividade.

ðRedução da incidência solar no tronco das plantas de cedro, em regiões de grande insolação.

ðRedução da mortalidade em fase de implantação.

ðMaior uniformização do estande.

ðMelhora do comportamento decíduo (queda das folhas) durante a estiagem, com regeneração mais rápida das folhas.

ðSimplificação do manejo florestal.

ðBenefício direto dos tratos culturais realizados no café, seja na parte nutricional, fitossanitária ou no controle da mato-competição.

Cedro BV 1110 com caféaos oito meses
Cedro BV 1110 com caféaos oito meses

Alternativa

O consórcio de café com cedro australiano é uma excelente alternativa para o produtor, que visa diversificar suas atividades dentro da propriedade, principalmente dentro da silvicultura. Apesar de o cedro australiano ser uma cultura recente no Brasil (introduzido em 1975), em comparação com o café, é um dos modelos de consórcio que conta com boa produção técnica e científica, atraindo a atenção de pesquisadores e interessados.

Isso é muito importante quando se leva em conta a segurança tecnológica por trás do investimento, seja na parte de cultivo do cedro, na produção de madeira, mercado e de materiais genéticos testados.

São várias instituições que já desenvolveram trabalhos com o consórcio. A UFV e o Pró-Café já desenvolveram pesquisas há pelo menos uma década e os resultados estão disponíveis na internet. A Embrapa Florestas lançou recentemente um importante documento sobre o tema.

O trabalho chamado “Estudo da rentabilidade econômica do cedro australiano em plantios puros e consorciados com caf铝 foi conduzido em parceria com pesquisadores da Embrapa, Instituto Ipê e Caeté Florestal, empresa produtora de madeira e grãos e que aposta e acredita na consorciação.

Desenvolvido em um campo experimental implantado em uma fazenda da Caeté Florestal no município de Nepomuceno, o trabalho comparou a produtividade e rentabilidade do consórcio com o cedro australiano seminal. A pesquisa também testou diferentes materiais genéticos de alta produtividade da Linha BV 1000, desenvolvidos pela Bela Vista Florestal, empresa que investe no melhoramento genético da cultura.

A possibilidade de utilizar materiais genéticos superiores de cedro australiano otimiza muito o consórcio entre as espécies, facilita o manejo florestal, aumenta a produtividade de madeira, uniformizando a madeira produzida e o sombreamento do cafezal dentro de uma mesma área. Isto representa um enorme ganho tecnológico dentro do consórcio.

Cedro BV 1110 com café aos 4,5 anos
Cedro BV 1110 com café aos 4,5 anos

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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