Logo no começo da conversa sobre embalagens para hortifrutigranjeiros, José Maria da Silva Filho, técnico da Ceasa Minas, deixa claro que as caixas de madeira não são padronizadas, paletizáveis ou higienizadas, contrariando a Instrução Normativa nº 09 do Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Por outro lado, as caixas plásticas são homologadas pela Ceasa Minas. “Além disso, o manuseio dessas últimas é mais fácil, e ainda proporcionam maior segurança no controle de pragas e doenças nas lavouras, com menor custo, de uma forma geral, em todo o processo pós-colheita. Para o consumidor final, garante um produto de melhor qualidade, ou seja, com maior segurança alimentar“, considera José Maria.
O que se vê
Na maioria dos mercados brasileiros, incluindo a região metropolitana de Belo Horizonte, infelizmente a caixa mais utilizada ainda é a de madeira do tipo K. “Tanto os produtores quanto os compradores ainda não aderiram ao plástico, por ainda desconhecerem os benefícios da caixa plástica e estarem presos ao paradigma da caixa de madeira, embora já se observe nesses mercados uma tendência para o uso das caixas plásticas“, visualiza o técnico da Ceasa Minas.
Ainda segundo ele, a maioria dos entrepostos de Minas Gerais já adotou as caixas plásticas em quase 100% de suas operações comerciais, sendo que somente as unidades de Barbacena e Contagem ainda não aderiram 100%.
Entretanto, na unidade de Contagem já existe uma estrutura completa, inclusive com Banco de Higienização e diversos programas de apoio, disponibilizados aos usuários que aderirem ao modelo plástico higienizado, pela CeasaMinas e pelas cooperativas e associações de classe (comerciantes e produtores).
Vantagens das caixas plásticas para a horticultura
Entre as vantagens das caixas plásticas, José Maria destaca a maior eficiência na classificação e embalagem do produto, menores perdas mecânicas, agregação de valor ao produto, aumento da durabilidade do produto pós-colheita, menor custo em relação à caixa tipo K, que exige maior mão de obra e uso de materiais como pregos e ripas, além da diminuição de disseminação de pragas e doenças nas lavouras, uma vez que a caixa plástica é higienizada e possibilita a inclusão do produtor às normas estabelecidas pelo MAPA.
A Ceasa Minas cobra o cumprimento das normas exigidas pelo MAPA, através de apoio do Instituto Mineiro de Agropecuária (IMA) e da Secretaria de Agricultura Pecuária e Abastecimento de Minas Gerais.
Viabilidade
Para José Maria, em termos de viabilidade, a caixa plástica compensa mais para o produtor, devido não provocar danos mecânicos (lesões nos frutos causados pelas quinas vivas das caixas tipo K).
Por outro lado, as caixas de madeira não podem ser retornadas, o que significa que o produtor terá que comprar uma caixa nova a cada ida ao mercado. “As caixas plásticas são retornáveis e possuem uma vida útil de cinco anos, quando manuseadas corretamente. Uma caixa tipo K nova custa no mercado R$3,00, enquanto que a higienização custa R$0,41 por caixa por comercialização. Portanto, um produtor que traz 100 caixas de produtos três vezes por semana na caixa K tem um custo mensal de R$3.600,00 só com embalagem, enquanto que na caixa plástica desembolsará R$ 200,00 por mês de locação e R$ 492,00 de higienização, no total de R$ 692,00. A economia, nesse caso, é de R$ 2.908,00“, aponta o técnico da Ceasa Minas, acrescentando que esse cálculo pode variara para menos, caso o produtor seja associado à Cooperativa dos Produtores de Hortigranjeiros do Estado de Minas Gerais (Coophemg), entidade que apoia e incentiva o processo.
Essa mesma entidade tem ações de apoio ao comprador que possibilita sua inclusão no processo, sem ônus, desde que cadastrado e inserido nas regras da cooperativa.