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domingo, novembro 10, 2024
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Cálcio: Sem ele, desenvolvimento de tomates é prejudicado?

Autores

Ednângelo Duarte Pereira
Ronaldo Silva Gomes
Doutorandos em Fitotecnia – Universidade Federal de Viçosa (UFV)
Rafael Ravaneli Chagas
Doutorando em Genética e melhoramento – UFV
Derly José Henriques da Silva
Professor titular do Departamento de Agronomia – UFV
derly@ufv.br
Crédito: Shutterstock

O suprimento adequado de água e calagem são essenciais para evitar que ocorra deficiência de cálcio nos frutos (fundo preto). Se mesmo assim o problema persistir, devem ser retirados os frutos que já foram afetados e realizar a aplicação de cloreto de cálcio (CaCl2) em solução a 0,8% nos frutos jovens.

Importância do cálcio

O cálcio é um componente importante para a cultura do tomate, influenciando nos diversos estágios de crescimento das plantas: na fase de estabelecimento da cultura impulsiona o crescimento de folhas e raízes, na fase de crescimento vegetativo mantém o crescimento, na fase reprodutiva maximiza a produção, na maturação mantém boa firmeza e aumenta a qualidade dos frutos e reduz riscos de ocorrência de podridão apical (Figura 1).

A deficiência de cálcio nos solos ocorre em solos ácidos e pode causar danos nos vasos condutores das plantas, levando à murcha das plantas. Por outro lado, o excesso de cálcio no tomate é prejudicial, podendo causar pequenas rachaduras na parte superior do fruto, acarretando no ressecamento dos mesmos e diminuindo sua vida de prateleira.

Tome cuidado com o cloreto de cálcio, porque em altas temperaturas (acima de 30°C) ele pode queimar as plantas. A pulverização de cálcio não substitui o manejo adequado de irrigação e fertilização.

Benefícios proporcionados pelo cálcio

Os principais benefícios associados à aplicação de cálcio por meio da calagem nos cultivos compreendem o fornecimento de cálcio e magnésio às plantas e a correção da acidez do solo. Com relação à correção da acidez, sabe-se que a condição de acidez elevada é muito comum nos solos brasileiros e, caso não corrigida, prejudica o desenvolvimento de raízes.

O gesso é fonte de cálcio e consegue estimular o crescimento radicular do tomateiro para atingir regiões bem profundas do solo. A prática da gessagem pode ajudar bastante na economia com a irrigação no cultivo de tomate.

Como utilizar a técnica da calagem e gessagem

Para a realização de calagem e gessagem, o primeiro passo é sempre realizar a análise do solo, coletando as amostras adequadamente. Deverão ser coletadas de 15 a 20 sub-amostras por hectare, de acordo com a homogeneidade do solo, que constituirão a amostra composta, a qual deve ser enviada ao laboratório.

No preparo da área, se a mesma não tiver problemas de compactação, uma aração profunda pode ser suficiente. Por outro lado, em solos com camadas compactadas a primeira operação é a subsolagem ou aração profunda (superior a 30 centímetros). Logo após esses processos, usa-se a grade aradora e complementa-se o destorroamento com a grade niveladora.

Assim, a compactação do solo é reduzida por meio do preparo mais profundo do solo. Com o resultado da análise do solo em mãos, deve-se optar por um produto com as quantidades de cálcio e magnésio mais adequadas para a sua necessidade.

Ao calcular a dose de calcário a ser aplicada, deve-se considerar os dados da camada de 0-20 cm da análise de solo. Já para aplicação de gesso, consideram-se os dados da camada de 20-40 cm.

A elevação do pH do solo ao valor desejado depende, dentre outros fatores, da qualidade do corretivo (granulometria e poder de neutralização), que conferirá o Poder Relativo de Neutralização Total (PRNT), de sua mistura com o solo e do tempo de contato do corretivo com o solo.

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