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Cancro europeu da maçã preocupa produtores

 

O cancro europeu é, no momento, a doença de maior risco à cultura da macieira, mostrando-se de difícil controle

 

Crédito Aires Carmem Mariga
Crédito Aires Carmem Mariga

Apesar de ser uma das principais doenças que afeta a produção de maçã e pera no mundo, o cancro europeu ou cancro de néctria ainda é pouco conhecido pelos técnicos e produtores no Brasil pelo seu histórico. Ela é causada pelo fungo Neonectria ditissima, que possui como sinonímia outros nomes, como Neonectria galligena, Nectria galligena, entre outros.

O fungo apareceu nos pomares comerciais brasileiros em 2002, mas foi imediatamente erradicado. Reapareceu no Sul do Brasil, há cerca de três anos, e vem causando prejuízos pela morte de mudas e diminuição do vigor das plantas.

Quanto antes, melhor

A diagnose correta da doença é fundamental para se obter o sucesso de controle da mesma. Os Estados de Santa Catarina e Rio Grande do Sul são responsáveis por cerca de 90% da produção nacional de maçãs. A ocorrência do cancro europeu nessas regiões representa grande potencial de danos à cultura.

A diminuição da produção nos países produtores é dependente da suscetibilidade das variedades, da agressividade do patógeno e das condições climáticas. Com relação às variedades, sabe-se que as macieiras “˜Gala’ e “˜Fuji’, que são predominantes no Brasil, são sensíveis a danos e que não há variedades imunes à doença.

Sintoma do cancro europeu em tronco de macieira - Crédito Reinhard Krueger
Sintoma do cancro europeu em tronco de macieira – Crédito Reinhard Krueger

 

Monitoramento

É importante que seja feito o controle no pomar para identificar a presença de cancro. Para facilitar o levantamento das áreas de ocorrência do cancro europeu nos pomares, Ana Beatriz Czermainski, pesquisadora da Embrapa Uva e Vinho, desenvolveu uma metodologia para amostragem nos pomares.

A metodologia foi elaborada com base em simulações estatísticas, pois não existem medições prévias, o que dificulta uma definição precisa no tamanho das amostras. “A orientação é que áreas com até 10 mil plantas deverão ter uma amostra de 100 plantas, e acima deste número deverão ser avaliadas no mínimo 1% das plantas“, destaca Ana Beatriz. O levantamento amostral deverá ser realizado uma vez ao ano, antes da poda de inverno, no período do outono-inverno.

 

Disseminação e controle

Segundo Silvio André Meirelles Alves, pesquisador da Embrapa Uva e Vinho e coordenador do projeto, as principais formas de disseminação da doença são pelo plantio de mudas infectadas ou pela contaminação por meio de ferimento nas plantas. “O fungo pode se instalar no local da poda ou numa lesão gerada pela queda de granizo, de folhas ou de pétalas ou injúria de inseto, por exemplo. Basta ter uma abertura que o fungo irá infectar os tecidos lenhosos da planta, pois ele pode ser transportado pelo vento ou pela chuva“, esclarece.

Alves orienta que o ideal é aplicar um fungicida no local da poda, além de pulverizações após a colheita da fruta e no período do outono. Dessa forma a planta estará protegida.

Dentre as ações do projeto, além do estudo das melhores formas de controle, o grande foco está na capacitação de técnicos e produtores para o monitoramento, na correta identificação e eliminação do cancro do pomar.

Nos meses de maio e junho de 2015 já foram capacitados 350 produtores e técnicos nos Estados do Rio Grande do Sul, Santa Catarina e Paraná. O controle da doença tem sido obtido com sucesso por meio da prevenção da entrada da doença nos pomares, retirada dos ramos doentes e aplicação de fungicidas.

Essa matéria você encontra na edição de novembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

 

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