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sábado, novembro 23, 2024
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Cedro australiano – Até 200% mais produtivo

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Investimentos em pesquisas propiciam melhoramento do cedro australiano, com a produção de mudas resistentes às principais pragas e doenças da cultura

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Graças à homogeneidade do plantio clonal, hoje já é possível plantar apenas 816 árvores de cedro australiano por hectare, metade do que se plantava antes, com o dobro de produtividade

M M M M M Crédito Rodrigo Lima (Fotógrafo da Nitro Imagens) (16) M Crédito Rodrigo Lima (Fotógrafo da Nitro Imagens) (18) Crédito Rodrigo Lima (Fotógrafo da Nitro Imagens) (19) Cedro Australiano - Crédito Eduardo Stehling (1) Cedro Australiano - Crédito Eduardo Stehling (2) Cedro Australiano - Crédito Eduardo Stehling (3) Cedro Australiano - Crédito Eduardo Stehling (4) Cedro Australiano - Crédito Eduardo Stehling (5) Cedro Australiano - Crédito Ricardo Vilela (2) Cedro Australiano - Crédito Ricardo Vilela (3) Cedro Australiano - Crédito Ricardo Vilela (4) Cedro Australiano - Crédito Ricardo Vilela (5)O recente cenário aponta para uma expansão da área a ser cultivada com florestas, mostrando fortes evidências de que a atual conjuntura oferece oportunidades para consolidar o Brasil como um país de referência na indústria de base florestal. Essas evidências estão publicadas no anuário estatístico do IBGE que, em 2012, registrou uma significativa participação da silvicultura (reflorestamento) na produção dos principais produtos madeireiros e não madeireiros.

Esse instituto relata que no referido ano a produção primária florestal alcançou um montante total de R$ 18.4 bilhões. Desse valor, a silvicultura teve uma participação da ordem de 76.9% (R$ 14.2 bilhões), enquanto que o extrativismo vegetal participou com apenas 23.1%, os seja; R$ 4.2 bilhões (IBGE, 2012).

Dado a magnitude da evolução dessa participação silvicultural em relação ao extrativismo de madeira, que implica na supressão de florestas nativas, e as recentes informações de que o cedro australiano apresenta boa produtividade de madeira e adaptabilidade às condições bioclimáticas das principais regiões do sudeste brasileiro, especialistas preveem para breve que as plantações de cedro australiano comporão as paisagens brasileiras.

Em comparação com outras culturas florestais, ainda é pequena a área plantada com cedro australiano no Brasil, girando em torno de 5.000 hectares, no total, segundo estimativas do setor privado.

Entre as principais regiões produtoras estão o Sudeste, destacando-se o sul de Minas Gerais, o Espírito Santo, São Paulo e Rio de Janeiro, tendo o sul da Bahia se mostrado uma região promissora, todas elas por sua adaptabilidade à espécie, especialmente em áreas com boa precipitação, solo fértil, bem corrigido e livres de geadas fortes.

 

Aposta que deu certo

A Bela Vista Florestal foi uma das pioneiras na introdução da espécie no Brasil, tendo produzido 3.000.000 de mudas de material seminal de cedro australiano entre 2004 e 2010.

Eduardo Stehling, biólogo e gestor de Melhoramento e Produção desta empresa, diz que, devido à similaridade visual e tecnológica com o cedro e mogno brasileiro, o cedro australiano tem grande potencial para substituir estas madeiras tropicais, minimizando, assim, as pressões em biomas como a Amazônia ou a Mata Atlântica. “Este potencial se reflete no maior valor agregado da madeira em comparação com outras monoculturas florestais, como o eucalipto e pinus. A madeira é ideal para movelaria, forros e acabamentos de construção civil“, destaca.

Desde o começo

Ricardo Steinmetz Vilela é sócio-proprietário da Bela Vista Florestal e produtor de cedro. A produção acontece na Fazenda Bela Vista, em Campo Belo (MG) e, além de lá, a empresa faz a gestão de sete mil hectares de eucalipto, sendo dois mil hectares seus.

“Produzimos eucalipto também, mas acreditamos mais no cedro australiano. Investimos mais de R$ 3 milhões neste programa, que considero um ótimo negócio, especialmente depois que desenvolvemos os clones, que nos deram segurança tecnológica necessária para seguir em frente. Por isso, no início preferimos investir em pesquisa ao invés de em plantio ““ para termos o domínio tecnológico da planta, e depois dar um salto enorme em produção. A partir desse ano não vamos mais plantar o eucalipto, apenas o cedro“, aposta Ricardo.

A Bela Vista é sócia de três empresas de reflorestamento – a Natureza Reflorestamento, a MRF Reflorestamento e a Tropical Timber Agroflorestal. O projeto da Natureza Reflorestamento envolve o plantio, em sua primeira fase, de 1.500 hectares de cedro australiano.

“Nesse primeiro ano serão 300 hectares plantados, metade no Sul de Minas e metade no Noroeste mineiro, sendo irrigado apenas esse último. Na segunda fase do projeto serão plantados mais 4.500 hectares, totalizando seis mil hectares de cedro australiano, o maior projeto desse tipo do mundo. Isso porque já temos a segurança tecnológica para investir no plantio, pois só a primeira fase do projeto, de 1.500 hectares, corresponde a um investimento de R$ 30 milhões, sem considerar o custo da terra“, afirma o empresário, disposto a ir até o final, para provar que vale a pena.

Diferencial do cedro

A madeira do cedro rosa brasileiro e do cedro australiano são bastante similares, com grande aceitação no mercado, estáveis, trabalháveis e leves, o que acaba sendo uma vantagem, de acordo com a finalidade do mercado consumidor.

Essa “˜trabalhabilidade’ e estabilidade da madeira são um grande diferencial. Outras espécies possuem essa mesma característica, mas não alcançam a mesma produtividade do cedro australiano.

Ricardo Vilela planta cedro australiano desde 2003, e em 2013 começou a vender a madeira, proveniente do desbaste. “Era preciso tirar algumas plantas para diminuir a densidade por área e selecionar as melhores para cortar com 15 anos“, lembra. “Nesta época, confirmamos que o mercado tem uma demanda enorme por essa madeira, semelhante à das árvores nativas, mas com a segurança fiscal da origem da floresta plantada e com o cunho de um projeto sustentável“, detalha.

A clonagem

Os clones são fundamentais para homogeneizar o estande, pois, segundo Eduardo Stehling, no material comercial de semente, a variabilidade de diâmetros, altura e forma tornava a cultura inviável.

“Os clones apresentam produtividade entre 120 a 200% superior ao material de semente, sendo isto válido para o diâmetro e volume das plantas. Além disso, mostram resistência às pragas e doenças que anteriormente ocorriam no cedro, como o psilídeo branco, a escaldadura de caule e o fungo Phyllachora, responsável pela crosta negra das folhas. Os clones foram selecionados para diferentes regiões biogeográficas do Sudeste, o que confere maior adaptação destes materiais em relação ao material comercial de semente“, compara o biólogo.

 

 

 

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