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Cenoura de verão deve ser resistente às doenças

 

Marcelo Vieira da Silva

Engenheiro agrônomo e consultor técnico de vendas da Agrocerrado

marcelovieira@agrocerrado.com.br

CréditoShutterstock
CréditoShutterstock

A cenoura (Daucuscarota L.) é uma hortaliça de grande importância econômica no Brasil. É possível ser plantada durante todo o ano, desde que a cultivar seja adequada à época de plantio.

Várias características são levadas em consideração na seleção de uma cultivar para ser lançada no mercado: produtividade, exigência de mercado consumidor, cor, tamanho, teor de açúcar, resistência a pragas e doenças, precocidade, teor de proteína e vitamina.

Historicamente, o cultivo de cenouras durante o verão sempre foi o de maior risco para os produtores e isto se reflete diretamente no comportamento dos preços praticados no mercado, que normalmente apresentam tendência de crescimento nesta época do ano.

Os principais problemas neste período são referentes à manutenção da sanidade das plantas, devido às intensas chuvas e altas temperaturas que favorecem a principal doença da estação, o chamado “complexo queima das folhas“. Chamamos de complexo porque normalmente não se trata de um ataque isolado de um fungo ou bactéria, mas de um ataque simultâneo de dois fungos (Alternaria daucieCercosporacarotae) e uma bactéria (Xanthomonascampestris, pv. Carotae), que são favorecidas por condições de altas temperaturas e umidade elevada.

A melhor opção

No plantio de cenoura de verão, os produtores devem optar por híbridos com resistência à queima-das-folhas (Alternaria dauci), Cercosporacarotae, bactéria Xanthomonascampestris e nematoides.

Além da resistência, as características mais procuradas pelos consumidores são:cenouras com bom formato cilíndrico, tamanho médio, ligeiramente pontiagudas, coloração externa alaranjada intensa e alta porcentagem de caroteno.

Queima das folhas

A queima das folhas é a principal doença da cenoura no Brasil e tem sido atribuída a um complexo de três patógenos:Alternaria Dauci, Cercosporacarotae e Xanthomonascampestris. No período de verão tem sido normal encontrar a presença de todos estes patógenos na maioria das lavouras comerciais.

Entre os prejuízos causados pelas doenças de verão estão, principalmente, perdas de produtividade e qualidade no produto final.

Marcelo Vieira da Silva, consultor técnico da Agrocerrado - Crédito Arquivo pessoal
Marcelo Vieira da Silva, consultor técnico da Agrocerrado – Crédito Arquivo pessoal

Melhoramento genético

A eficiência dos materiais resistentes às doenças de verão, na cenoura, ainda é baixa, pois mesmo os materiais mais resistentes do mercado nas condições de verão, com temperatura e umidade relativa elevadas normalmente apresentam estas doenças.

Até o verão de 2012/13, apenas um híbrido dominava o mercado, mas atualmente é outro material que tem apresentado a melhor performance.

Exigências de mercado

Entre as características desejadas em uma cenoura de verão estão:

ØRaízes cilíndricas, lisas e com bom fechamento da ponta;

ØColoração laranja intenso, interna e externamente;

ØSementes de alta qualidade, padronizadas, com boa germinação e vigor;

ØProdutividade.

Certamente o produtor não deve encontrar todas as características desejadas em um mesmo material. Sendo assim, o mercado sempre estará à procura de híbridos cada vez mais produtivos e de melhor característica. Atualmente, há um híbrido comercial que melhor tem atendido essas exigências, principalmente em função de seu potencial produtivo.

Investimento

O investimento nos híbridos é maior, especialmente devido às sementes. Além disso, são materiais muito mais exigentes em tratos culturais e nutricionais. Mas, apesar do maior custo, tanto na aquisição das sementes como no manejo mais intenso, com a utilização de insumos específicos e de valor agregado os híbridos são materiais altamente responsivos ao incremento de tecnologias.

Num mercado cada vez mais competitivo como o nosso, sempre temos que pensar em produtividade com qualidade.

Manejo facilitado

Além das características das raízes, o produtor sempre busca outras características nos materiais que possam facilitar seu manejo, tais como plantas com arquitetura menor e folhas mais eretas, que facilitam a penetração dos defensivos agrícolas utilizados nas pulverizações, e automaticamente tem-se uma maior eficiência no controle de pragas e doenças.

Essa matéria você encontra na edição de dezembro 2015  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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