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Citricultura enfrenta grandes desafios

 

Crédito Shutterstock
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O Brasil permanece como maior produtor mundial de laranjas, com 18,4 milhões de toneladas colhidas de 715 mil ha. Àfrente dessa produção está São Paulo, com 515 mil ha, ou 72% da área plantada. A safra de laranja neste Estado estende-se de maio a janeiro.

Na produção mundial, seguem-se os EUA, com 7,8 milhões de ton, da China, com 6,85 milhões de ton, e Índia, com 5,33 milhões de ton.

Oferta e demanda

Segundo dados da Associtrus, a laranja, no Brasil, é destinada à produção do suco, cujo mercado é controlado pelas indústrias nacionais, que respondem por mais de 80% das exportações mundiais. Os EUA vêm em seguida, sendo que a maior parte da produção de laranjas também é destinada ao mercado de suco norte-americano.

Embora a demanda de suco venha caindo, esta queda é concentrada no mercado dos EUA, e observa-se uma diminuição da oferta maior que a demanda, o que tem aumentado as importações norte-americanas de suco de laranja e os preços pagos aos citricultores.

Estima-se que, na safra atual, os citricultores da Flórida receberão pela laranja US$ 17 por caixa, enquanto que no Brasil o produtorrecebe menos de US$ 4 por caixa. Tanto no Brasil como na Flórida os custos de produção estão no mesmo patamar de US$ 9 por caixa.

Assim, enquanto o produtor americano desfruta de uma margem de US$8/cx, quase 90%, o citricultor brasileiro tem um prejuízo de US$ 5/cx, recebendo 45% de seu custo de produção.

Safra de laranjas

2014/15 413 milhões de caixas 40,8 kg

2015/16

400 milhões de caixas 40,8 kg (previsão de dezembro 2014, os problemas climáticos devem reduzir a produção).

Exportação/importação

Na média das últimas três safras a produção foi de 1.036 mil ton,e 65 ºBrix, enquanto as exportações foram de 1.125 mil ton, o que provocou uma queda nos estoques de mais de 200 mil ton, para um nível de 100 mil ton, no final da safra 2015/16, muito abaixo das necessidades técnicas e de atendimento do mercado.

Custo de produção x rentabilidade

O custo de produção, como foi dito anteriormente, está na faixa de US$9. A queda de produção, causada pelo clima, pelas doenças e os baixos preços pagos pelas indústrias, a inflação e a variação cambial deverão alterar significativamente este custo.

O produtor brasileiro está acumulando prejuízos há vários anos, e está altamente endividado,tendo em vista a inação do governo em relação à concentração, verticalização e à eventual cartelização, sob investigação no CADE, reivindicando a securitização das dívidas dos citricultores.

Para a Associtrus, a citricultura está enfrentando grandes desafios, principalmente por causa das pragas e doenças que afetam a cultura, porém, no Brasil enfrentamos adicionalmente as três processadoras que, abusando do seu poder de mercado, apoderam-se da renda e do patrimônio dos produtores.

O mercado para a laranja e os produtos cítricos vai continuar a crescer mas, no Brasil, se não houver uma regulamentação do setor por meio de uma ação do governo, o processo de concentração e evasão da renda da cadeia produtiva vai se agravar, com maior impacto nas regiões produtoras.

Essa matéria você encontra na edição de maio da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua!

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