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Colheita seletiva garante café de qualidade

Carlos Johnantan Tolentino Vaz

Engenheiroagrícola e ambiental, consultor em Sustentabilidade e Qualidade na AgrocertConsultoria

carlos_gm_4@hotmail.com

 

 Crédito Veloso Trading
Crédito Veloso Trading

A colheita seletiva é a retirada dos frutos do cafeeiro, selecionando principalmente os frutos cereja, isto é, os que atingem o pico máximo de maturação. A colheita seletiva é realizada principalmente de maneira manual, isto é, os frutos são colhidos ‘a dedo’, selecionando apenas os maduros.

Outro método utilizado, que atualmente possui maior aceitação por parte dos produtores, é a colheita seletiva mecanizada, na qual se atua diretamente na regulagem da colheitadeira (vibração, velocidade, retirada de varetas e peso de freios do eixo de vibração), de forma que a colheitadeira evite a retirada de frutos imaturos, os quais causam problemas de bebida, devido à adstringência.

Especialistas não consideram este método como colheita seletiva, uma vez que não há a seleção de apenas um tipo de fruto, colhendo desde frutos maduros, secos e também imaturos. Entretanto, o teor de imaturos é menor que se a colheita fosse realizada para a retirada integral destes frutos, e desta forma, a prática de regulagem da colheitadeira é sim um método de colheita seletiva, priorizando a qualidade.

Benefícios da colheita seletiva

A colheita seletiva é uma ferramenta para auxiliar na formação de lotes de qualidade superior, acima de 84 pontos. São lotes que podem proporcionar a abertura de novos mercados para o produtor com a criação de microlotes, com destinos diretos para cafeterias, clientes externos e outros.

Outra vantagem interessante é a criação de lotes para a participação em concursos de qualidade de café, os quais proporcionam visibilidade da propriedade, ainda que não chegue a primeiro colocado, sendo apenas finalista, já há uma abertura de mercado interessante e visibilidade da propriedade.

A colheita seletiva é uma ferramenta para auxiliar na formação de lotes de qualidade superior - Crédito Marcelo André
A colheita seletiva é uma ferramenta para auxiliar na formação de lotes de qualidade superior – Crédito Marcelo André

Café de qualidade

A colheita seletiva garante que será realizada uma colheita com padrão adequado de cafés, selecionando apenas os frutos cereja (manual), ou possibilitando não colher frutos verdes (mecanizada).Desta forma, é possível realizar lotes de cafés, tanto naturais quando descascados, de excelente qualidade, pois o maior potencial está nos frutos cereja, que são totalmente aproveitados neste processo de colheita.

Técnicas de colheita seletiva

Conforme já discutido anteriormente, a colheita seletiva manual, aquela em que os frutos maduros são selecionados a dedo, tem maior potencial de apresentar qualidade. Um fator importante a se considerar é a capacitação dos colhedores, uma vez que estes devem ser capazes de identificar e colher apenas os frutos já totalmente maduros e que ainda não foram atacados por fungos.

Já a colheita seletiva mecanizada é realizada com a regulagem da máquina, retirando varetas, diminuindo vibração e peso e aumentando a velocidade, principalmente para evitar a colheita de frutos imaturos, prática que não ocorre integralmente, mas já diminui bastante o teor de frutos imaturos no lote de café.

Qual escolher?

A colheita seletiva manual é mais apropriada para estudos de potencial de qualidade e para a formação de microlotes, tanto para concurso quanto para atender um mercado diferenciado, uma vez que este tipo de colheita possui um rendimento baixo e demanda grande quantidade de mão de obra, elevando, desta forma, os gastos e, em consequência, os custos da saca produzida.

Já a colheita seletiva mecânica é recomendada em todos os casos, sendo que permite o início da colheita antes do normal, aumentando a janela de colheita e, por consequência, levando a uma maior quantidade de café de qualidade.

Por permitir que se inicie antes a colheita, esta prática permite também a produção de um maior volume de café cereja descascado, o qual tem menor tempo de secagem e processamento. Esta prática também eleva os custos de produção, uma vez que demanda mais passadas na lavoura com a colheitadeira para finalizar a retirada total dos frutos, sendo praticamente inviável para aqueles que têm a colheita terceirizada.

Essa matéria você encontra na edição de junho 2017 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua.

 

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