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Como a análise de solo pode ajudar seu cultivo

Douglas José Marques

Doutor e professor de Olericultura e Melhoramento Vegetal da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas)

douglasjmarques81@yahoo.com.br

Hudson Carvalho Bianchini

Professor de Fertilidade do Solo e Adubos e Adubação – Unifenas

hudson.bianchini@unifenas.br

 

 Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Deve-se fazer a análise de solo como parte de um planejamento da instalação das culturas agrícolas, como prevenção para futuros problemas nutricionais que podem facilitar o aparecimento de pragas e doenças. Com a realização da análise pode-se chegar a aumentar a lucratividade, pois haverá um aumento da produção e da resistência da planta, diminuindo os gastos com inseticidas, herbicidas e fungicidas.

Quando analisar

Para que possa ser estimada a capacidade do solo para fornecer quantidades adequadas de nutrientes para as plantas há necessidade de se fazer uma amostragem criteriosa e representativa.

A amostragem é a parte mais crítica de todo o processo de análise do solo, visto que uma pequena porção de terra representará vários hectares, e não há meios para se corrigir uma amostra malfeita.

De nada adianta uma correta interpretação da análise do solo se os resultados desta análise forem obtidos a partir de um solo mal amostrado, o que irá gerar recomendações inadequadas, com reflexos negativos no rendimento das culturas.

Cuidados

A amostra deve representar a condição em que se encontra a fertilidade do solo, sendo parte essencial do planejamento para a instalação de culturas agrícolas ou florestais.

Portanto, para que haja representatividade da gleba devemos levar em consideração condições de homogeneidade de determinadas características, tais como: cor, textura, topografia, vegetação natural ou uso agrícola, drenagem, histórico de manejo e produtividade agrícola (práticas corretivas, adubação, rotação de culturas, cultura anterior, manejo da palhada, etc.).

Não se recomenda considerar como homogênea uma área superior a 10 hectares, evitando-se coletar amostras em áreas ou manchas com aspecto muito diferente do restante do solo. Evitar também a coleta de amostra próximas a casas, instalações como retiros, depósito de adubo e corretivos, de esterco, resíduos orgânicos, estradas, sulcos de erosão, etc.

A análise de solo faz parte do planejamento do plantio agrícola - Crédito Shutterstock
A análise de solo faz parte do planejamento do plantio agrícola – Crédito Shutterstock

Como fazer

Em cada gleba uniforme deve-se coletar 10 a 20 amostras simples, de maneira aleatória, em vários pontos uniformemente distribuídos, o que será obtido realizando a coleta ao longo de um caminhamento em ziguezague pela gleba, padronizando a profundidade de amostragem em 20cm, sempre com o mesmo volume (utilizar trados, pá reta, enxadão, etc.).

A mistura homogênea das várias amostras simples irá formar uma amostra composta, da qual se retira aproximadamente 500 g para ser enviada ao laboratório de análise.

Quando for necessária a obtenção de maiores informações sobre características do solo em profundidade, além da amostra superficial de 0 a 20cm, há necessidade de se amostrar as camadas de 20 a 40 cm e, eventualmente, de 40 a 60 cm.

A amostragem em maiores profundidades fornece informações sobre fatores que podem interferir no desenvolvimento das raízes, como altos teores de alumínio, baixos teores de cálcio e magnésio, camadas compactadas, drenagem insuficiente, etc.

Recomenda-se a amostragem profunda para a implantação de culturas perenes, recomendação da quantidade de gesso agrícola que se pretende aplicar, entre outros. Neste caso, cada amostra composta das diferentes profundidades deve ser enviada para o laboratório em sacos plásticos separados, sempre devidamente identificados com etiquetas.

Identificação

Para facilitar a identificação e facilitar a interpretação dos dados da análise da área amostrada, é desejável que se envie também uma ficha com informações sobre cada amostra de solo coletada.

A amostragem do solo deve ser feita pelo menos quatro meses antes do plantio, em pastagens estabelecidas: três meses antes do máximo crescimento vegetativo, em culturas perenes: dois meses após a última adubação de produção, ou logo após a colheita.

Levar em consideração também que a última adubação mineral tenha sido realizada a pelo menos quatro semanas e que a adubação orgânica tenha ocorrido com uma antecedência mínima de oito semanas.

 

A análise garante equilíbrio nutricional - Crédito Ademir Torchetti
A análise garante equilíbrio nutricional – Crédito Ademir Torchetti

Frequência

Realiza-se a amostragem em intervalos de um a quatro anos, sendo que áreas irrigadas intensivamente devem ser amostradas anualmente, enquanto que em áreas com culturas anuais recomenda-se fazer nova amostragem após o terceiro ano para solos arenosos e após o quarto ano para solos argilosos.

Considerar também que solos cultivados sob o sistema de plantio direto têm maior variabilidade dos parâmetros indicativos da fertilidade do solo, quando comparados com solos sob cultivo convencional.

Porém, é importante lembrar que a frequência de amostragem irá depender, essencialmente, da intensidade do uso da área, por exemplo, em áreas sob pivô central a amostragem deve ser feita anualmente, já em áreas de uso menos intensivo pode-se amostrar o solo com uma frequência menor.

Contra pragas e doenças

Uma das principais causas para a ocorrência e predisposição das plantas a doenças e pragas é o desequilíbrio nutricional (carência ou excesso) que, quando aliado ao estado fenológico do hospedeiro, à herança genética e às condições climáticas reinantes no período, pode provocar prejuízos significativos para a cultura.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

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