17.5 C
Nova Iorque
domingo, novembro 24, 2024
Início Revistas Hortifrúti Como alcançar alta produtividade da beterraba?

Como alcançar alta produtividade da beterraba?

 

Carla Verônica Corrêa

Engenheira agrônoma e doutoranda em Agronomia nas áreas de Fisiologia vegetal e Metabolismo mineral – UNESP/Botucatu

cvcorrea1509@gmail.com

 

A beterraba ocupa o 10° lugar no ranking das hortaliças “legumes“ - Crédito Bejo Sementes

Para se obter alta produtividade, o primeiro ponto corresponde à preparação do solo, que devem ser bem drenados e de textura pouco argilosa. Além disso, deve-se realizar a análise química do solo e uma adubação adequada para a cultura, para que não ocorra desbalanço e deficiência nutricional.

A questão nutricional é uns dos aspectos mais importantes. Por exemplo, o potássio garante que as beterrabas fiquem mais doces e com a coloração mais acentuada, garantindo assim maior aceitabilidade pelo consumidor.

Outro aspecto de extrema importância é a escolha do genótipo. Desta forma, o produtor deve ficar atento para as diversas opções de genótipos disponíveis e optar por aquelas que são cultivadas mais intensamente na região em que se encontra.

Importante ressaltar que se trata de uma cultura de melhor desenvolvimento no outono e inverno, sendo sua produção bastante complicada em altas temperaturas. Desta forma, o produtor deve se atentar para época de cultivo, nutrição e genótipo para obter alta produtividade e qualidade. O cultivo fora das condições climáticas é possível, porém, requer maiores cuidados e há aumento do custo de produção.

Correto manejo

O primeiro ponto a ser considerado na produção de beterrabas é a escolha do genótipo. A escolha deve levar em consideração a precocidade, pelo fato de quanto menor o tempo de permanência da cultura no campo, menores as chances de intempéries e ataque de pragas e doenças, tolerância/resistência às principais doenças, forma, cor e tamanho da raiz, atendendo as exigências do mercado consumidor e adaptação desse genótipo às condições climáticas da região produtora. No entanto, são muitas as opções de híbridos no mercado.

O próximo passo corresponde ao tipo de semeadura. Pode ser direta em canteiros, em bandejas mantidas em viveiros ou semeadura direta mecanizada. A escolha do modo de semeadura dependerá do nível tecnológico e tamanho da área de cultivo.

No entanto, o cultivo de mudas de qualidade é o primeiro passo para o sucesso da atividade. A preparação da área de cultivo em solo bem drenado e com textura de leve a média são os tipos mais adequados para a cultura. Além disso, o produtor deve ter total atenção à nutrição da cultura, procurando equilibrar, principalmente, a adubação nitrogenada com a potássica, visando obter raízes de cor e tamanho adequadas ao mercado consumidor.

Dicas importantes

A calagem deve elevar a saturação de base para 80% e ser realizada em torno de 30 dias antes da semeadura ou plantio da cultura. Dependendo do tamanho da área e da disponibilidade de esterco, o produtor pode utilizar de 20 a 30 t ha-1 de esterco curtido.

No entanto, em grandes áreas, uma opção que garante excelentes resultados é o plantio em palhada, pois, além de reduzir o aparecimento de plantas daninhas, também permite a elevação dos teores de matéria orgânica no solo.

De acordo com a análise de solo, que é outro ponto crucial, deve-se aplicar na adubação de plantio 20 a 30 kg ha-1 de N; 180 a 360 kg ha-1 de P2O5; 60 a 180 kg ha-1 de K2O, incorporando ao solo pelo menos 10 dias antes da semeadura ou transplante das mudas.

Em solos deficientes, aplicar 02 a 04 kg ha-1 de boro e 03 kg ha-1 de zinco. A adubação de cobertura deve apresentar 80 a 160 kg ha-1 de N; 30 a 60 kg ha-1 de K2O, parcelando em três aplicações, aos 15, 30 e 45 dias após a emergência das plântulas ou transplante das mudas.

Além disso, aplicar em pulverizações, aos 15 e 30 dias após a emergência das plântulas (ou transplante das mudas), 05 g de molibdatode Na ou molibdato de amônio, diluído em 10 L de água. Esses micronutrientes permitirão maior qualidade das raízes, como doçura, coloração acentuada e melhor aproveitamento da adubação nitrogenada.

A irrigação é totalmente necessária, pois se tratade uma cultura exigente em água.Porém, deve ser realizada de modo a evitar solos excessivamente molhados, pois o excesso de água no solo aumentará a incidência de doenças e reduzirá tanto a produtividade quanto a qualidade das raízes.

O controle fitossanitário é mais intenso em cultivos em épocas chuvosas e elevada temperatura. A principal doença é a mancha-das-folhas causada por Cercosporabeticola, que reduz drasticamente a produtividade.

Híbridos de beterraba com alto potencial produtivo

São vários os materiais presentes no mercado com alto potencial produtivo, além de beterrabas de coloração diferenciada, outras que apresentam raízes brancas ou amareladas. Essas duas últimas são opções para os mercados de produtos diferenciados.

Em todos os casos, as raízes devem apresentar coloração uniforme e de preferência sem anéis claros quando se realiza o corte dessa raiz. Além disso, não deve apresentar defeitos, como presença de lesões causadas pela sarna, rachaduras e defeitos ocasionados por nematoides.

Outro mercado interessante é a comercialização de beterraba em “maços“, ou seja, com a presença de folhas. Neste caso, a parte aérea também precisa estar livre de defeitos, doenças, pragas e com coloração verde.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de outubro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

- Advertisment -

Artigos Populares

Chegam ao mercado sementes da alface Litorânea

Já estão disponíveis no mercado as sementes da alface SCS374 Litorânea, desenvolvida pela Estação Experimental da Epagri em...

Alerta: Patógenos de solo na batateira

Autores Maria Idaline Pessoa Cavalcanti Engenheira agrônoma e Doutoranda em Ciência do Solo – Universidade Federal da Paraíba (UFPB) idalinepessoa@hotmail.com José...

Maçãs: O que você ainda não sabe sobre a atividade

AutoresAike Anneliese Kretzschmar aike.kretzschmar@udesc.br Leo Rufato Engenheiros agrônomos, doutores e professores de Fruticultura - CAV/UDESC

Produção de pellets de última geração

AutorDiretoria Executiva da Brasil Biomassa Pellets Brasil Crédito Luize Hess

Comentários recentes