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Como combater a fitotoxicidade do tomateiro

Diego Henriques Santos

Engenheiro agrônomo da Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo (Regional Noroeste) – CODASP

dihens@bol.com.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

O tomateiro é uma cultura de estação quente, sendo muito sensível à geada em qualquer estágio de crescimento. Se exposto a temperaturas abaixo de 10ºC, as plantas podem ser prejudicadas por demora na germinação e crescimento inicial menos vigoroso.

Temperaturas frias também reduzem o pegamento dos frutos e atrasam a maturação. Da mesma forma, temperaturas extremas, acima de 35ºC reduzem o pegamento de frutos e restringem a coloração vermelha nos frutos. Se o estresse hídrico e altas temperaturas ocorrerem ao mesmo tempo, a planta irá produzir frutos mais frágeis.

O tomate é uma das culturas mais comuns do mundo, sendo uma fonteimportante de vitaminas e uma cultura comercial importante para pequenos e médiosagricultores. O uso intensivo de fertilizantes, ou a fertirrigação localizada por umperíodo prolongado, proporciona o acúmulo de sais, elevando o potencial osmótico dasolução do solo, o que dificulta a absorção de água pelas raízes das plantas.

As plantascultivadas nestas condições apresentam, inicialmente, murchamento foliar nos períodosmais quentes do dia, mesmo o solo estando úmido. Posteriormente ocorre a queima dosbordos foliares e, por fim, a morte da planta. Outro problema bastante comum é afitotoxicidade pelo uso de defensivos agrícolas, seja herbicida, inseticida ou fungicida.

O estresse e a fitotoxicidade causam diversos danos a lavoura - Crédito Ana Maria Diniz
O estresse e a fitotoxicidade causam diversos danos a lavoura – Crédito Ana Maria Diniz

Os desvios da produtividade

A produção de alimentos permanece em crescente busca por patamares maisprodutivos, colocando a técnica agronômica sob pressão no intuito de encontraralternativas sustentáveis para tornar esta prática possível, o que nem sempre podeapresentar resultados satisfatórios.

Quanto maior for a área a ser tratada com defensivosagrícolas, por exemplo, maior é o problema logístico dentro da fazenda, remetendo aaplicações com alto risco de comprometimento da eficácia do controle químico, além dereflexos negativos sobre a cultura a ser trabalhada.

Há cada vez mais relatos deagricultores com problemas de fitotoxicidade pela aplicação de defensivos,comprometendo, por exemplo, a área foliar da planta. A fitotoxidez é a concentração excessiva do ingrediente ativo na superfície da folha, podendo estar em estresse ou não,causando queima ou destruição das células pela dificuldade da planta metabolizartamanha quantidade de ingrediente ativo, como no caso do herbicida metribuzin, o maisutilizado na cultura do tomate, e que pode causar severos danos por toxicidade nacultura.

A fitotoxicidade reduz o número de cachos, flores e frutos de tomate - Crédito Ana Maria Diniz
A fitotoxicidade reduz o número de cachos, flores e frutos de tomate – Crédito Ana Maria Diniz

Fitotoxicidade

A fitotoxicidade reduz a altura da planta, o número de cachos, flores e frutos detomate, independentemente do estádio de desenvolvimento da cultura.É importante ressaltar que todo produto químico aplicado sobre as plantas étóxico, seja herbicida, inseticida ou fungicida.

Assim, a planta precisa ter mecanismosde desintoxicação da presença daquele produto externo no seu interior celular, tambémchamado de xenobióticos. Desta forma, quanto maior for o período para desintoxicação, maior será o residual dentro da planta. Entretanto, o grande desafio dos produtores émanter este ingrediente ativo no interior celular sem comprometer o seu desempenho.

Prejuízos

O estresse e a fitotoxicidade causam diversos danos à cultura, a depender do produto aplicado, sendo muito comum a necrose e o aborto de botões florais, resultando em menor número de frutos por planta, clorose nos cachos florais, reduzindo a área foliar fotossinteticamente ativa, acarretando problemas durante o período reprodutivo, uma vez que as folhas, juntamente com o colmo, são as principais fontes para suprir, neste período, a alta demanda por fotoassimilados formados por meio da fotossíntese. Portanto,há queda de produção, já que se tem menor produção de cachos florais, bem como redução do número de flores e, consequentemente, de frutos por planta.

Pulverização em tomate indústria - Crédito Hellen Geórgia
Pulverização em tomate indústria – Crédito Hellen Geórgia

Produto antiestresse

As lavouras de tomate estão sempre passivas de sofrer com as intempéries ambientais, como estiagem, excesso de luz, calor, salinidade, ocorrência de pragas e doenças. Tais fatores causam condições de estresse, além de afetar de maneira significativa o desenvolvimento e interferir no potencial produtivo da cultura.

Soma-se a isso a fitotoxicidade causada pela aplicação de defensivos. Para minimizar esses estresses, surgiu uma nova classe de fertilizantes, os chamados produtos protetores, baseados em aminoácidos que ajudam a aumentar a produtividade da lavoura,pois garantem maior proteção de fotossíntese e reduzem a fitotoxicidade.

Portanto, estes produtos antistresse são responsáveis por um maior estímulo do crescimento das plantas nas lavouras sob condições de estresse, proporcionando aumento na produtividade.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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