Carlos Antonio dos Santos
Danielle Perez Palermo
Engenheiros agrônomos e mestrandos em Fitotecnia na Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro (UFRRJ_
Margarida Goréte Ferreira do Carmo
Engenheiraagrônoma, doutora em Fitopatologia e professora – UFRRJ
O tomateiro (Solanum lycopersicum) é uma das hortaliças de maior importância econômica no Brasil e no mundo. Apesar de ser uma cultura de grande rentabilidade e retorno econômico, caracteriza-se por ser muito exigente em manejo e vulnerável a diversos distúrbios de natureza abiótica ou biótica que podem prejudicar o seu desenvolvimento, elevar os custos de produção e reduzir a produtividade e qualidade dos frutos.
Desafios
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Dentre os problemas de ordem abiótica listam-se aqueles decorrentes de estresses hídricos, desequilíbrio nutricional e exposição a temperaturas extremas (<10º C e > 30ºC). Temperaturas elevadas prejudicam, especialmente no período noturno, inibem o florescimento e depreciam a frutificação e o pegamento do frutos.Temperaturas muito baixas, por sua vez, retardam a germinação, emergência eo crescimento vegetativo, além de aumentarem os danos por geadas.
Exigências
O tomateiro é altamente exigente em nutrientes que são supridos por meio de adubações de plantio e cobertura e, eventualmente, por adubações foliares. Adubações em quantidades abaixo da requerida para atender as demandas da cultura podem provocar deficiências e, em quantidades acima, fitotoxidez.
Aplicações em quantidades desbalanceadas ou desproporcionais em relação às necessidades da planta podem causar desequilíbrios nutricionais. A deficiência de nutrientes como cálcio e boro, por exemplo, podem provocar anomalias fisiológicas nos frutos, como podridão apical e lóculo aberto, elevando o percentual de descartes de frutos.
Estresses ou desordens de origem biótica
O tomateiro é uma das culturas mais atacadas por pragas e doenças e bastante sensÃvel à competição com plantas invasoras que limitam o seu desenvolvimento e produção. Por conseguinte, aplicações frequentes de defensivos, inseticidas, fungicidas e herbicidas, são feitas.
Dependendo do produto, da dosagem e da frequência das aplicações destes produtos, injúrias podem ser causadas nas plantas e comprometer o seu bom desenvolvimento. Relatos de fitotoxidez por resíduos de herbicidas, por exemplo, são frequentes e preocupantes.
Fitotoxidez
Os efeitos fitotóxicos decorrentes de aplicações excessivas de defensivos e fertilizantes podem levar a uma séria de reações fisiológicas indesejáveis na planta e resultar em sintomas variáveis de acordo com o problema em questão.
Entre os sintomas mais comuns estão subdesenvolvimento da planta, cloroses foliares, queimas, manchas, crescimento anormal, etc. Estes efeitos, especialmente quando combinados com condições edafoclimáticas adversas ao tomateiro, podem reduzir ou comprometer o seu crescimento e produção.
Alternativa antiestresse
A primeira medida para se reduzir estes estresses é a adoção de práticas corretas de manejo, incluindo uma adubação racional e o manejo integrado das pragas e doenças, de forma a reduzir a aplicação de defensivos. A utilização de fertilizantes foliares contendo aminoácidos que atuem como fornecedores de nutrientes e bioativadores vegetais tem sido proposta como alternativa complementar.
Os aminoácidos são moléculas formadas por um carbono central, ligado a um grupamento carboxila (COOH), um grupamento amino (NH2) e um átomo de hidrogênio. Adicionalmente, também possui um radical chamado genericamente de R, que os diferencia uns dos outros.Os aminoácidos são utilizados na agricultura como substâncias complexantes de nutrientes e outros agroquímicos e promovem a absorção mais restrita de íons ou moléculas aplicados via foliar.
Mais benefícios
Na planta, seus benefícios se estenderiam à participação na síntese de proteínas, hormônios vegetais, redução dos estresses provocados pelos sais dos fertilizantes e agressividade dos defensivos, além de atuação em diversos mecanismos metabólicos benéficos. A diminuição dos estresses e o suplemento de nutrientes, via foliar, pode contribuir para que a planta concentre mais energia para a produção.
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