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Como produzir mais na safrinha

 

Como referência geográfica, considerando produção e produtividade, as principais regiões produtoras de milho safrinha são Rio Verde (GO), Lucas do Rio Verde (MT), Maracaju (MS), Toledo (PR) e Balsas (MA)

 

Crédito Cristiano de Oliveira
Crédito Cristiano de Oliveira

O milho safrinha ocupa 33% da área de soja cultivada no verão, isso porque na região sul parte da lavoura de soja é ocupada com cereais de inverno, enquanto que nas regiões centro-oeste e norte/nordeste o clima não permite duas safras devido ao longo período seco.

Contudo, o milho safrinha é cultivado em duas vezes a área de milho verão, porque na região centro-oeste ele predomina absoluto, depois da soja.

Crédito DuPont Pioneer
Crédito DuPont Pioneer

Manejos

Considerando que o milho safrinha é semeado após a soja, e que não há tempo para preparo mecanizado do solo, GessíCeccon, analista de pesquisa da Embrapa, explica que a semeadura é realizada em plantio direto. Com isso, o cuidado com o solo, em termos de correção da acidez e manutenção da fertilidade,é primordial para altas produtividades.

“Depois, são importantes as tecnologias para produção de cobertura do solo com palha e cultivo em plantio direto, com menor revolvimento possível do solo, no sentido de manter mais água no solo, e consequentemente maior atividade microbiana que disponibilize os nutrientes para as culturas, as quais respondem com mais produtividade“, considera.

Erros primários

Segundo GessíCeccon, são muitos ainda os erros cometidos pelos produtores, porque a interferência do clima (seca ao Norte e frio ao Sul) não permite que o agricultor faça grandes planejamentos e investimento seguro na safrinha.

“A escolha adequada do híbrido para determinado tipo de solo nem sempre tem acontecido, embora o agricultor sempre procure pelo híbrido mais produtivo. Acontece que o mais produtivo pode ser dependente de maiores investimentos em adubação e defensivos, tornado o custo de produção ainda maior“, expõe o pesquisador.

Lavoura de milho intercalada com braquiária ruziziensis - CréditoGessíCecon
Lavoura de milho intercalada com braquiária ruziziensis – CréditoGessíCecon

Produtividade

A produtividade varia com os anos, justamente em função do clima que se traduz em maiores ou menores investimentos. Em 2015, com clima normal, a produtividade foi de 6.000 kg ha-1, enquanto que em 2016 foi de apenas 3.800 kg ha-1, devido à seca e ao frio, segundo dados da Embrapa.

Conjugando a safra e a safrinha, o Paraná é o Estado com melhor média, com 7.220 kg/ha, seguido por Goiás/Distrito Federal, com 6.107 kg/ha. No milho da primeira safra, o Paraná ficou à frente do Distrito Federal com R$ 8.584 kg/ha e Mato Grosso do Sul com 8.500 kg/ha.

O Paraná une alta produtividade com alto volume de área plantada. Segundo a Conab, na safra 2016/17 o milho de primeira safra deverá ter uma produção de 4,7 a 10,4% superior à passada, alcançando de 27,1 a 28,6 milhões de toneladas no País.

Segundo Amir Werle, mestre e melhorista de milho, o Brasil vem aumentando sua média de produtividade de milho por hectare plantado, embora existam pequenas oscilações de um ano para outro devido a variações climáticas. “O importante, neste momento, é conquistar esta evolução de forma gradativa, corrigindo o solo e adotando práticas de manejo, escolhendo híbridos e tecnologias adequadas à realidade de cada ambiente e de suas necessidades“, recomenda.

Amir Werle, mestre e melhorista de milho - Crédito Arquivo pessoal
Amir Werle, mestre e melhorista de milho – Crédito Arquivo pessoal

O especialista acrescenta que o agricultor deve buscar evoluir, adotando metas de produção e respeitando seus próprios limites.“O ideal é estipular metas de aumento entre 05 a 10% de seus níveis de produtividade a cada ano, e adotar investimentos e práticas que o levem aos níveis máximos possíveis dentro da sua realidade“.

Para GessíCeccon, as tecnologias têm contribuído muito para a produtividade, especialmente o melhoramento de soja, que permitiu a antecipação da semeadura no verão e, por consequência, sua colheita, e assim a semeadura do milho safrinha tem sido realizada em época com maior potencial produtivo.

Porém, avalia o pesquisador, com a antecipação da semeadura do milho safrinha também ocorrem condições para maior surgimento de doenças em função da maior umidade, que o agricultor entende que deve controlar com fungicidas, aumentando o custo de produção.

O futuro já chegou

As biotecnologias estão cada vez mais presentes também em milho safrinha, devido à menor utilização de defensivos e à comodidade na atividade, contudo, elevam o custo de produção e encarecem o controle de plantas invasoras na cultura em sucessão pela necessidade de utilizar químicos com diferentes princípios ativos e de maior preço.

Em média, o custo de produção do milho safrinha está entre R$ 2.200 a R$ 2.700 por hectare, variação que acontece em função da região, do solo e da escolha do híbrido.

“O investimento em biotecnologias tem evoluído na safrinha, mas com consequente aumento no custo de produção. A utilização de cultivares de ciclo e produtividade intermediários pode significar maior retorno econômico. O maior benefício é aquele de longo prazo, como a conservação da base de produção: o solo“, considera o pesquisador da Embrapa.

As tecnologias têm contribuído muito para a produtividade da safrinha - Crédito Ana Maria Diniz
As tecnologias têm contribuído muito para a produtividade da safrinha – Crédito Ana Maria Diniz

Essa é parte da matéria de capa da revista Campo & Negócios Grãos, edição de janeiro 2017. Adquira a sua para leitura completa.

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