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Evento prossegue com mais dois painéis que vão debater Protagonismo e Ética
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Reforçar os investimentos em inovação tecnológica para alavancar a produtividade do agronegócio brasileiro foi o tema dominante no primeiro painel do 15º Congresso Brasileiro do Agronegócio, que está sendo promovido pela ABAG ““ Associação Brasileira do Agronegócio, nesta segunda-feira (8), em São Paulo, e cujo tema central é Liderança e Protagonismo. “Entre as várias prioridades que o grave momento vivido pelo país demanda, pedimos muito atenção com a propriedade intelectual e com a inovação tecnológica“, reforçou o presidente da ABAG, Luiz Carlos Corrêa Carvalho, na solenidade de abertura do evento, que contou com a presença de 900 participantes.
O presidente da ABAG também ressaltou a importância do agronegócio para o Brasil, seu crescimento contÃnuo e sua competitividade perante ao mercado global, enfatizando a necessidade de se promover diversas reformas para consolidar essa liderança. “As grandes reformas, trabalhistas, tributária, previdenciária e polÃtica, precisarão acontecer. Para tanto, as questões transversais ganham grande relevância e é preciso um posicionamento conjunto, não isolado“, pontuou Carvalho.
Para secretário da Agricultura e do Abastecimento do Estado de São Paulo, Arnaldo Jardim, que representou o governador Geraldo Alckmin na solenidade de abertura, o agronegócio nacional está pronto para ter liderança e exercer seu protagonismo, uma vez que o segmento não apenas produz alimentos e fibras, mas também, produz bioenergia. “Nosso setor está sempre em busca de agregar valor e de criar oportunidades para nosso país. O que precisamos é unidade de ação e uma boa governança e sintonia entre nossas entidades“, afirmou. Â Ele ainda ressaltou a questão da sustentabilidade. “O Brasil aceitou definitivamente fazer uma agricultura sustentável. Por isso, aqui, o meio-ambiente e a agricultura não rivalizam“.
A competitividade, a qualidade e a produtividade somadas aos aspectos ambientais, a sustentabilidade, o cuidado com o bem-estar animal, em um ambiente de evolução tecnológica crescente, estão exigindo dos lÃderes do agronegócio nacional um embate efetivo, uma liderança mais assertiva, inclusive, muitas vezes, tomando o papel de instituições públicas para que o setor avance e exerça realmente seu protagonismo. A conclusão é da senadora Ana Amélia Lemos, durante o primeiro painel Liderança no Agronegócio
Segundo a senadora, o estado do Mato Grosso, que está se consolidando como um importante celeiro do agronegócio nacional, estabeleceu como uma de suas prioridades a aplicação de tecnologia e inovação no campo, visando obter o máximo de produtividade e qualidade no cultivo, resultando, dessa maneira, em alta competitividade frente ao mercado nacional e mundial. “Há 20/30 anos, o Rio Grande do Sul era considerado o grande celeiro agrícola do Brasil. No entanto, o agricultor migrou suas tecnologias para outros estados em função de melhores condições de trabalho. E, com o isso Estado perdeu a liderança para o Paraná e, agora, vemos o mesmo movimento com o Mato Grosso. Tudo isso devido as escolhas e as prioridades“, afirmou Ana Amélia.
A questão das escolhas deve estar também na pauta dos lÃderes do agronegócio, de acordo com a senadora, em especial em assuntos que prejudicam a produtividade do setor. O estado de Santa Catarina, um dos maiores produtores de suÃnos e aves do país, com um consumo de cerca de sete milhões de toneladas de milho, compra esse produto do Mato Grosso por um preço final que pode chegar a ser o triplo do valor dele, devido a logÃstica. “Esse tipo de contradição, onde o custo do transporte é maior do que o preço do produto, vai exigir das lideranças do setor atitudes assertivas“, enfatizou Ana Amélia.
Para outro participante do primeiro Painel, Eduardo Leduc, presidente do Conselho Diretor da ANDEF ““ Associação Nacional de Defesa Vegetal, o desafio para a consolidação da liderança do agronegócio brasileiro no mundo depende de um posicionamento mais firme em relação a qualidade, tecnologia e posicionamento de marca. “Mesmo com o agro crescendo no ritmo que conhecemos, liderar é uma coisa muito diferente. Ser o maior exportador de carne não significa ser lÃder. Para consolidar essa liderança temos de aumentar muito nossa produtividade. Para isso, é fundamenta termos uma visão de toda a cadeia produtiva“, observou Leduc salientando a importância de se dedicar ao conceito de marca e de percepção do consumidor final.
Nesse aspecto, outro palestrante do Painel, Carlos Alberto Paulino da Costa, presidente da Cooxupé ““ Cooperativa Regional dos Cafeicultores em Guaxupé, relatou o trabalho de constante aprimoramento tecnológico e de processo produtivo que tem levado a conquista de novos mercados em várias partes do mundo. “Você só pode melhorar o que é medido. Para tanto, desenvolvemos uma série de instrumentos para avaliar os processos e repassamos os avanços para todos os nossos 13 mil cooperados“, explicou.
Na sequência, o economista José Roberto Mendonça de Barros, sócio da MB Associados, afirmou que o que falta ao agronegócio brasileiro é um visão estratégica. “Nossa estratégia básica é nos tornarmos, nos próximos dez anos, o maior player de produtos agrícolas do mundo, sem perda da qualidade do abastecimento local. Para isso, temos de equacionar alguns problemas como melhorar a infraestrutura de transporte e logÃstica; resolver as questões tributária e trabalhista; pensarmos em termos de cadeia produtiva; agregar valor, para deixarmos de vender um quilo de café em grãos a R$ 16,00, para exportarmos café capsulas num valor que pode chegar a R$ 275,00; e entrarmos firmes na pauta da agricultura de precisão“. O painel Liderança no Agronegócio foi moderado pelo jornalista Celso Ming.
A Abag homenageou, com o Prêmio Norman Borlaug, o engenheiro agrônomo Sizuo Matsuoka, geneticista e responsável pela maioria das variedades de cana em produção; sócio fundador da Vignis, empresa especializada na produção de biomassa para o fornecimento de cana-energia para a indústria e usinas termelétricas. O prêmio foi entregue por Ismael Perina Junior, agricultor do segmento canavieiro e presidente da Câmara Setorial do Açúcar e Álcool, órgão consultivo do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA).
Foi entregue também o Prêmio Personalidade do Agro Ney Bittencourt de Araújo, que este ano homenageou o governador do Mato Grosso, Pedro Taques, que tem se destacado nacionalmente como um dos principais defensores do agronegócio. O prêmio foi entregue por Rui Prado, presidente da FAMATO ““ Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de Mato Grosso.
Promovido pela ABAG desde 2002, o Congresso Brasileiro do Agronegócio, já faz parte da agenda dos principais formadores de opinião do País e na edição deste ano também contou com a presença das mais importantes lideranças polÃticas, empresariais e setoriais do agronegócio brasileiro. O evento contou ainda com uma palestra inaugural, proferida pelo cineasta e jornalista Arnaldo Jabor e que teve como tema Brasil: Hoje e Amanhã.
Assessoria de Imprensa da Abag
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