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Controle de pragas e doenças no sistema orgânico

 

 

Joara Secchi Candian

Natália de Brito Lima Lanna

Bacharel em Agroecologia e doutorandas em Agronomia (Horticultura)

Antonio Ismael Inácio Cardoso

Professor da UNESP/FCA ““ Departamento de Horticultura, Botucatu (SP)

ismaeldh@fca.unesp.br

 Créditos Shutterstock
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Ainda que predomine o sistema convencional de produção no setor hortifrúti, o cultivo em sistemas alternativos, como o orgânico, cresce a cada ano devido a uma maior preocupação, por parte dos consumidores, com a qualidade dos alimentos e a preservação do ambiente.

Assim, vem crescendo a utilização de técnicas e processos agrícolas que buscam integrar saúde, produção, preservação e lucro com o intuito de diminuir o uso de materiais sintéticos e de alto valor energético, os quais causam impactos ambientais, econômicos e sociais.

Aliadoàs necessidades de mudança, a sociedade, cada vez mais preocupada com as questões ambientais, vem pressionando o sistema de produção e conseguindo gerar alterações positivas no cenário agrícola do País. E o agricultor, que é impulsionado pelas exigências do mercado, volta a dar atenção a valores antigamente utilizados e que vinham sendo deixados de lado com a introdução dos pacotes tecnológicos.

Destaca-se que, em média, os produtos orgânicos são comercializados por um preço superior aos convencionais e que há menor oscilação de preços ao longo do ano dos produtos orgânicos, permitindo maiores lucros ao produtor.

Créditos Shutterstock
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Agricultura convencional

Na chamada agricultura convencional, o controle de pragas e doenças é feito com a utilização dos defensivos agrícolas (agrotóxicos) que, se mal utilizados, deixam resíduos nos produtos, o que pode ser prejudicial aos consumidores, contaminar o próprio produtor e a sua propriedade, e favorecer o aparecimento ou multiplicação de insetos ou patógenos resistentes a esses produtos.

Com isso, a busca por alimentos mais saudáveis e com menos resíduos de agroquímicos está aumentando, além da produção de alimentos com a mínima degradação dos recursos naturais. Sendo assim, sistemas de cultivo mais sustentáveis têm sido desenvolvidos, portanto, menos dependentes do uso de agrotóxicos.

Antes da facilidade dos produtos químicos, os agricultores preparavam e utilizavam insumos obtidos a partir de materiais disponíveis nas proximidades de suas propriedades para controlar os problemas fitossanitários.

Com a popularização do uso dos agrotóxicos, aqueles produtos foram quase que totalmente abandonados e, hoje, muitos deles são chamados de alternativos. Por isso, muitos creem que os métodos utilizados na agricultura orgânica são um retrocesso tecnológico. No entanto, muitas das estratégias atualmente utilizadas são fruto de modernas pesquisas, sem descartar o conhecimento mais antigo.

A demanda por alimentos orgânicos tem demanda crescente - Créditos Shutterstock
A demanda por alimentos orgânicos tem demanda crescente – Créditos Shutterstock

Estratégias

Como forma de reduzir a utilização de agrotóxicos no controle de pragas e doenças, estratégias de cultivo e de proteção vêm sendo realizadas como incentivo ao consumo de plantas da época, como o redesenho espacial da área de cultivo, buscando diversificar as espécies trabalhadas e aproximar-se do ambiente natural das plantas.

A capina seletiva serve para aumentar a população de inimigos naturais, enquanto a aplicação de extratos vegetais ebiofertilizantes, além da utilização de produtos oriundos da propriedade e/ou arredores são formas de minimizar a dependência de insumos externos e melhorar a qualidade dos vegetais oferecidos, uma vez que são consumidos, em sua maioria, in natura pelo consumidor.

Deve-se destacar, também, que muitas técnicas utilizadas no sistema orgânico também podemser utilizadas no sistema convencional, como cultivares/híbridos resistentes ou mais tolerantes, rotação de culturas, plantio em épocas mais favoráveis à hortaliça que se quer produzir, cultivo em ambiente protegido, dentre outras.

Controle efetivo

Sempre que possível e disponível, a primeira opção deve ser a utilização da resistência ou tolerância genética, pois ela já vem “dentro“ da semente ou do propágulo vegetativo a ser utilizado.

Há exemplos em quase todas as hortaliças, tais como tomateiros resistentes a diversos patógenos de solo (nematoides, Fusarium, Verticillium), alface resistente a viroses ou fungos (míldio), melão resistente a oídio, abóboras e abobrinhas mais tolerantes a viroses e fungos, etc.

Estas resistências podem ser encontradas tanto em cultivares tradicionais como nos mais modernos híbridos, e podem ser utilizadas pelos produtores orgânicos, com poucas restrições como, por exemplo, os transgênicos.

Claro que uma cultivar resistente somente será bem-vinda se também for adaptada ao sistema de manejo, ao clima do local ou época do ano e produzir um produto olerícola (frutos, raiz, “cabeça“, etc.) que seja bem aceito no mercado.

Época e local de plantio

Cada espécie de hortaliça prefere um clima, assim como os patógenos causadores de doenças e os insetos-pragas. Por exemplo, melancia e melão não se adaptam tão bem a temperaturas baixas. Por outro lado, muitos patógenos também têm sua adaptação.

Essa matéria completa você encontra na edição de dezembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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