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Correto manejo nutricional da mandioca

Eli Carlos de Oliveira

Engenheiro agrônomo, doutor e professor da Universidade Estadual de Londrina (UEL)

elioliveira.agro@gmail.com

Crédito Mário Takahashi
Crédito Mário Takahashi

De todas as plantas cultivadas de interesse econômico, a mandioca (Manihotesculenta Crantz) é a mais brasileira de todas, dada sua ligação com o desenvolvimento histórico, social e econômico de nosso País, como cultura de subsistência.

Atualmente, no Brasil, faz-se obrigatória na alimentação de vários segmentos da população. No mundo, alimenta mais de 500 milhões de pessoas, por se tratar da quarta cultura mais rica em fonte de calorias.

Condições para a mandioca

Plantas de mandioca crescem em diferentes condições tropicais, seja nos trópicos úmidos até regiões subtropicais, com invernos frios e chuvas de verão.Durante muito tempo adotou-se a concepção que a mandioca deveria ser destinada a solos mais pobres do ponto de vista de fertilidade, havendo até mesmo quem acreditasse, de certa maneira, que ela é uma planta de terras fracas.

O que ocorre é que a mandioca apresenta certa vantagem quando comparada com outros cultivos, devido a sua capacidade de oferecer colheitas com rendimentos significativos e rentáveis em solos ácidos e de baixa fertilidade.

Entretanto, qualquer tipo de solo com boa fertilidade pode proporcionar boas colheitas, inclusive à mandioca, desde que não sejam sujeitos a fatores que impeçam ou comprometam o cultivo, como: excesso de umidade, compactação, elementos tóxicos, deficiências de nutrientes essenciais e tantos outros.

De maneira resumida, um bom solo para cultivo de mandioca deve ser leve, solto, fresco, de boa drenagem, profundo, livre de encharcamento e inundações, e de boa fertilidade.

Exigências

A mandioca, como qualquer outra cultura, exige um bom solo, o que é dependente de região, clima, características físicas, químicas e biológicas e outros, como o cultivo anterior, topografia e grau de mecanização.

Os plantios podem ser bem sucedidos em áreas anteriormente ocupadas por pastagens, assim como áreas após a colheita de outras culturas, com bom aproveitamento de restos culturais e adubação residual.

O preparo de solo para cultivo da mandioca atende basicamente a sequência: destoca, caso na área se encontrem árvores secas, tocos e arbustos, depois o enleiramento destes materiais, dessecação antes do preparo egradagem pesada (normalmente esta operação é executada duas vezes, com intervalo de 15 a 30 dias).

Há operações que também são efetuadas no preparo do solo para plantio, como aração, terraceamento, gradagem niveladora e subsolagem. Outra operação de plantio ainda em fase de estudos e ajuste é o cultivo mínimo, feito sobre os restos culturais de aveia, milho, sorgo e milheto.

O plantio direto propriamente dito, sem o revolvimento do solo na cultura da mandioca, não é possível devido à colheita das raízes.

 A época de aplicação de cada nutriente é essencial para sucesso na nutrição - Crédito Mário Takahashi
A época de aplicação de cada nutriente é essencial para sucesso na nutrição – Crédito Mário Takahashi

Correção e adubação do solo

Definida a área e o solo preparado para plantio, é hora do manejo de correção e adubação. Na literatura são vários os resultados de experimentos com fertilidade, e estes trazem conclusões similares no que diz respeito à ordem de necessidade de nutrientes, como por exemplo, o nutriente potássio (K), uma vez que todos os trabalhos concluem que a falta deste elemento é a principal restrição nutricional para o desenvolvimento da mandioca.

Para uma produção média de 25 t ha-1, considerando raízes e parte aérea, em ordem decrescente são extraídos: 146 kg de K, 123 kg de N, 46 kg de Ca, 27 kg de P e 20 kg de Mg.

Quanto ao tipo de adubo para a cultura da mandioca, há uma variação grande, desde os formulados ou elementos simples. Para o nutriente fósforo, pode-se lançar mão de fontes mais solúveis, como superfosfato simples ou termofosfatos, que contêm ainda cálcio, magnésio, cobre, zinco e manganês.

Já para adubação em cobertura com nitrogênio, a ureia deve ser evitada, principalmente em solos arenosos, devido às perdas por volatilização e lixiviação. O potássio poderá ser fornecido por meio do cloreto de potássio. Quanto aos adubos foliares, ainda não existem resultados consistentes que comprovem sua eficácia em aumentar a produtividade, assim como não há também uma definição clara de doses e épocas de aplicação.

Atenção

A cultura da mandioca extrai nutrientes do solo como qualquer outra cultura, e se não for adubada corretamente ao longo do tempo, pode esgotar as reservas nutricionais do solo.

Como supramencionado, sua diferença em relação a outras culturas e sua eficiência em produzir mesmo em solos de baixa fertilidade, nesta condição não alcança altas produtividades.

A mandioca exporta praticamente tudo o que foi absorvido, sendo que quase nada retorna ao solo sob a forma de resíduos culturais. Isto porque as raízes tuberosas são destinadas à indústria e a parte aérea (manivas e folhas) para novos plantios e alimentação humana e animal.

Essa matéria completa você encontra na edição de janeiro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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