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sábado, novembro 23, 2024
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Corte de soqueira – Opção sustentável para controle de fitonematoides em cana

Autores

Cibele Medeiros
Gerente Técnica do Mercado da Biovalens
Renato Passos Brandão
Gerente Especialista em Nutrição Vegetal
Rafael Bianco Roxo Rodrigues
Gerente Técnico de São Paulo e Sul de Minas Gerais

Crédito Ana Maria Diniz

A colheita da cana no Centro-Sul do Brasil teve início em março e a partir deste momento, reiniciando um novo ciclo. As usinas e os fornecedores de cana realizarão práticas culturais com o intuito de preparar a cana para a colheita da próxima safra.

O mercado sucroalcooleiro nacional é influenciado pelo preço internacional do petróleo e pela produção mundial de açúcar, havendo a necessidade da adoção de tecnologias que possam aumentar a produtividade da cana e a rentabilidade, minimizando as oscilações que ocorrem frequentemente neste importante mercado agrícola. Dentre as práticas culturais utilizadas em cana, destaca-se a aplicação de nematicidas microbiológicos no corte de soqueira.

Pragas de solo

A cana-de-açúcar é afetada por diversas pragas de solo, dentre as quais os fitonematoides. Mais de 275 espécies de nematoides são encontradas em associação com a cana, mas, nas condições brasileiras, somente três são importantes pelos danos que causam à cultura: Meloidogyne javanica, Meloidogyne incognita e Pratylenchus zeae (Dinardo-Miranda, 2008).

O ataque dos fitonematoides é restrito às raízes da cana. Injetam toxinas no sistema radicular ocasionando deformações graves, como as galhas provocadas pelo Meloidogyne spp, e extensas áreas necrosadas pelo Pratylenchus zeae. Em consequência do ataque dos nematoides, o sistema radicular da cana fica comprometido, reduzindo a absorção de água e nutrientes e a produção de citocinina, fitohormônio responsável pela divisão celular.

Levantamento realizado pelo Instituto Agronômico de Campinas (IAC) mostra que o fitonematoide com maior distribuição nos canaviais paulistas é o Pratylenchus zeae. Segundo Leila Luci Dinardo-Miranda, pesquisadora do IAC, cerca de 97% das amostras de solo dos canaviais paulistas continham Pratylenchus zeae; 35% Meloidogyne javanica e 20% Meloidogyne incognita.

Em variedades muito suscetíveis e níveis populacionais muito altos, as perdas provocadas pelos fitonematoides podem atingir até 50% da produtividade da cana. Em lavouras com alta infestação, o ataque desta praga é tão intenso que em muitas situações é recomendada a antecipação da reforma do canavial. Os danos dos fitonematoides são mais intensos em canaviais conduzidos em solos arenosos.

Na fase inicial da infestação dos fitonematoides nos canaviais, é difícil a visualização dos sintomas em cana. Entretanto, ao aparecimento dos primeiros sintomas em cana os fitonematoides já causaram danos econômicos à cultura.

BOX

Sintomas

Os sintomas mais usuais do ataque dos fitonematoides em cana são:

9  Plantas menores, raquíticas e necróticas;

9  Murchamento nas horas mais quentes do dia;

9  Reboleiras;

9  Estande desuniforme;

9  Redução no perfilhamento;

9  Tombamento de plantas (dependendo da infestação e severidade);

9  Diminuição drástica da longevidade da soqueira.

Causas

A disseminação dos fitonematoides nos canaviais é reflexo de um desequilíbrio microbiológico dos solos. A utilização de nematicidas reduz a população dos fitonematoides, mas também afeta negativamente a população dos inimigos naturais, causando um agravamento do desequilíbrio microbiológico comentado anteriormente.

O uso continuado de nematicidas tende a selecionar indivíduos resistentes ao princípio ativo, causando em pouco tempo a reinfestação da área.

Controle

Basicamente, o método mais eficiente para o controle dos fitonematoides é o manejo integrado, utilizando várias ferramentas para a manutenção da população desta praga abaixo do nível que causaria danos econômicos à cana.

O uso de variedades resistentes ou tolerantes seria, sem dúvida, o método de controle mais prático e econômico dos fitonematoides. Entretanto, ainda é muito pequeno o número de variedades comerciais resistentes a uma ou mais espécies de fitonematoides que atacam à cana.

As adubações orgânicas resultam na diminuição da população dos fitonematoides, criando condições favoráveis à multiplicação dos inimigos naturais, principalmente fungos, e por liberar, durante sua decomposição, substâncias orgânicas, como ácidos graxos voláteis, que podem ter ação nematicida (Dinardo-Miranda, 2008). A rotação de cultura com plantas não hospedeiras aos fitonematoides, seria uma outra prática cultural, visando a redução da população dos fitonematoides.

Dentre os métodos de controle dos fitonematoides na cana, destaca-se o controle biológico com bactérias do gênero Bacillus. Conforme comentado anteriormente, o uso em larga escala de nematicidas ocasiona um maior desequilíbrio microbiológico nos solos e a seleção de populações de indivíduos resistentes a este grupo de defensivos agrícolas, ocasionando um agravamento a longo prazo dos danos dos fitonematoides em cana.

Portanto, o controle biológico é uma importante ferramenta no controle dos fitonematoides, com consequente aumento na longevidade e produtividade dos canaviais. É importante mencionar que em muitas situações é necessário a associação do controle biológico com o químico

Atuação do Bacillus subtilis como biodefensivo

O Bacillus subtilis vem se destacando no controle de patógenos nas culturas, dentre os quais os fitonematoides. É uma rizobactéria com ocorrência generalizada nos solos agricultáveis, com grande adaptabilidade às mais diversas condições edafoclimáticas, possibilitando uma grande versatilidade no controle dos fitonematoides.

O Bacillus subtilis tem grande potencial para o biocontrole dos fitonematoides, devido aos múltiplos mecanismos de ação e a especificidade dos isolados. Alguns isolados do Bacillus subtilis são utilizados no controle de doenças fúngicas e bacterianas da parte aérea das plantas. Outros isolados são utilizados no controle de doenças de solo e há isolados promotores de crescimento radicular.

O controle dos fitonematoides pelos Bacillus subtilis ocorre pela produção de substâncias antimicrobianas. Os exsudatos do Bacillus subtilis formam um “biofilme” nas raízes da cana, desorientando os fitonematoides e inibindo a penetração nas raízes. Basicamente, o “biofilme” protege as raízes da cana do ataque dos fitonematoides (Figura 1). Além da formação do “biofilme”, isolados específicos de Bacillus subtilis produzem compostos que reduzem a capacidade reprodutiva e a mobilidade dos fitonematoides e a eclosão dos ovos. Tem ação direta nos fitonematoides, reduzindo a sua população;

Atuação do Bacillus subtilis como promotor de crescimento

Além do excepcional controle da população de fitonematoides, o Bacillus subtilis destaca-se como uma bactéria promotora de crescimento vegetal. O seu efeito está diretamente ligado a síntese de fitohormônios, solubilização de nutrientes e melhoria das condições da rizosfera – camada do solo adjacente às raízes das plantas.

Soluções

O Biobaci® é um nematicida microbiológico formulado com isolado exclusivo BV09, do Bacillus subtilis, desenvolvido pela Biovalens, empresa do Grupo Vittia. O BV 09 coloniza o sistema radicular das plantas, produzindo fitohormônios que estimulam o enraizamento. É ideal para aplicação no corte da soqueira da cana.

A dose do Biobaci® no corte da soqueira varia de 1,0 a 2,0 L/ha, sendo que a maior dose deve ser direcionada aos ambientes de produção com maiores limitações à cana.

Diferenciais do Biobaci®:

” Acelera o desenvolvimento das plantas e o enraizamento de mudas;

” Aumenta o volume do sistema radicular, principalmente das radicelas;

” Melhora a sanidade do sistema radicular;

” Formação de biofilme protetor na raiz da planta;

” Promotor de crescimento da cana e indutor de resistência às doenças (metabólitos);

” Segurança para a cana em situações de estresse hídrico.

Mecanismos de ação do Biobaci®:

” Ativa os genes de resistência das plantas;

” Forma um “biofilme protetor nas raízes, desorientando os fitonematoides e inibindo sua penetração;

” Produz compostos voláteis que matam diretamente os fitonematoides;

” Reduz a capacidade reprodutiva, mobilidade e eclosão dos ovos dos fitonematoides;

” Produz fitohormônios, favorecendo o maior desenvolvimento radicular;

” Aumenta a tolerância da cana aos veranicos e à seca.

Não há tempo de carência do Bacillus subtilis, podendo ser aplicado até a colheita do produto agrícola, pois possui baixíssima toxicidade e compatibilidade em misturas de tanque com produtos registrados, tais como cobre, enxofre, micronutrientes, inseticidas e fungicidas.

Considerações finais

Os solos cultivados com cana, normalmente, apresentam algum grau de infestação de fitonematoides, reduzindo o potencial produtivo da cultura. De maneira geral, os danos dos fitonematoides são mais evidentes em solos de textura média a arenosa.

Inicialmente, o produtor de cana deve realizar o monitoramento da população dos fitonematoides para verificar a necessidade da adoção de práticas culturais visando o controle desta praga.

O corte de soqueira é uma prática cultural utilizada em larga escala para a aplicação de inseticidas em canaviais com alta incidência de pragas de solo, dentre os quais o Sphenophorus levis. Além da aplicação dos inseticidas, os biofertilizantes e micronutrientes também são aplicados no corte da soqueira.

Entretanto, até o presente momento, os nematicidas microbiológicos no corte da soqueira são pouco utilizados para o controle de fitonematoides em canaviais com alta incidência desta praga.

O Biobaci®, nematicida microbiológico da Biovalens, proporciona uma série de benefícios à cana. O controle da população dos fitonematoides melhora a sanidade do sistema radicular da cana, aumentando a produtividade e a longevidade dos canaviais. Além disso, os metabólitos do Bacillus subtilis são promotores de crescimento de plantas e indutores de resistência tornando à cana mais tolerante aos veranicos e seca.


Quer saber mais?

Para mais informações, consulte o site do Grupo Vittia – www.vittia.com.br, nossos representantes comerciais ou os profissionais do Departamento Agronômico.

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