Marco Alexandre Bronson e Sousa
Presidente da Associação Brasileira dos Produtores de Sementes de Soja (ABRASS).
O processo de tratamento das sementes de soja tem aumentado significativamente em importância, Ã medida que as empresas têm trabalhado para produzir novas variedades mais produtivas, que são adaptadas para atender às necessidades dos agricultores. Atualmente 35% das sementes de soja produzidas no País passam pelo tratamento industrial.
Vantagens de se plantar soja com semente tratada:
- O uso somente de produtos registrados para tratamento de sementes;
- Equipamentos adequados para o tratamento das sementes e em boas condições operacionais;
- Mistura adequada de todos os componentes da calda durante o processo de tratamento das sementes;
- Aplicação em taxas/doses corretas, seguindo as recomendações contidas nos rótulos e nas bulas dos produtos.
- Utilização de sementes de soja alta qualidade.
- Pureza da mistura dos componentes do tratamento, por exemplo, evitando a contaminação da mistura de tratamento utilizada anteriormente.
- Operação industrial dos processos de tratamento, utilizando pessoal treinado para a manipulação e uso correto dos produtos químicos.
- Facilidade e comodidade no momento do plantio, otimizando a mão de obra do produtor para outras tarefas, por meio da eliminação da operação de tratamento de sementes na fazenda.
- Menor exposição do agricultor e de seus funcionários aos produtos químicos, uma vez que a semente já vem tratada de forma industrial.
- Menor descarte de embalagens de produtos químicos, reduzindo o impacto ambiental.
- Uso de produtos mais seguros e que garantem o cuidado e manutenção da qualidade física e fisiológica da semente;
- Uso de equipamentos industriais de aplicação fechados, melhorando continuamente os processos de mistura e secagem, criando um ambiente para uma melhor aplicação de ingrediente ativo na semente;
- Uso de polímeros que potencializam o revestimento e fixação dos ingredientes ativos na semente, além de evitar a liberação de poeira durante e após o tratamento.
Tratamento de Sementes Industrial
O tratamento de sementes industrial (TSI) é uma aplicação precisa de produtos químicos e/ou organismos biológicos na semente para suprimir, controlar ou repelir patógenos, insetos ou outras pragas que atacam a planta no estágio inicial. Portanto, ajuda o agricultor a produzir com maior qualidade, além de minimizar os impactos para os seres humanos, animais e meio ambiente.
Essa tecnologia é um excelente exemplo de como a indústria de sementes está inovando para o futuro da agricultura moderna, ou seja, o tratamento químico das sementes, que antes era realizado somente nas propriedades rurais pelo próprio agricultor, evoluiu para o tratamento com processos e operações diretamente na indústria de produção das sementes, ou seja, nas sementeiras de soja.
Resultados
A escolha do produto de tratamento de sementes, materiais de revestimento, micronutrientes e/ou outros aditivos é o fator-chave para o bom desempenho do tratamento de sementes de soja. A seleção dos produtos e as combinações devem ser baseadas na avaliação de dados significativos em nível de campo, capaz de demonstrar resultados consistentes nas lavouras, aliada à comodidade e à segurança para o agricultor, além de todos os benefícios citados anteriormente.
Realidade brasileira
Ao contrário do que é amplamente divulgado na mÃdia, o Brasil ocupa o 6º lugar no consumo de defensivos por área tratada, atrás da Holanda, Japão, Bélgica, França e Inglaterra. O Brasil é de clima tropical, onde ocorre maior incidência de pragas e, como consequência, tem maior necessidade de intervenção na lavoura, mesmo quando comparado com nossos vizinhos Argentina e Uruguai, que são países de clima temperado.
Além disso, nestes países o inverno rigoroso promove um controle natural das pragas, ao contrário do Brasil, que faz até três safras por ano, com a necessidade de controle de pragas em cada uma.
Com o tratamento de sementes ocorre uma redução do impacto ambiental do processo de produção, diminuindo o número de aplicações de pulverização dos defensivos nas plantações, a quantidade de produtos químicos aplicada no solo, além de diminuir os riscos de exposição das espécies não-alvo, incluindo os seres humanos e os insetos polinizadores.
A exposição do solo é reduzida em mais de 90%, comparada com outros métodos de aplicação de defensivos, tais como aplicações em sulco, na base da planta ou aplicações foliares.
Todos os defensivos utilizados no Brasil são aprovados e registrados pelos órgãos governamentais responsáveis pelas áreas de agricultura, saúde do trabalhador e meio ambiente, passando por rigorosos testes de eficácia e de impacto ambiental.
Além dos estudos citados, os produtos para tratamento de sementes passam por estudos mais específicos, como o de geração de poeira, plantabilidade e fluidez. Graças aos avanços da tecnologia, apenas miligramas de ingredientes ativos são usados na aplicação de cada semente.