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Cresce o uso de inseticidas biológicos na agricultura

Geraldo Papa

gpapa@bio.feis.unesp.br

Fernando Juari Celoto

Professores doutores da Universidade Estadual Paulista Júlio de Mesquita Filho ““ Campus Ilha Solteira

Doença branca do curuquerê - Crédito Geraldo Papa
Doença branca do curuquerê – Crédito Geraldo Papa

Geraldo Papa, professor doutor da UNESP
Geraldo Papa, professor doutor da UNESP

Helicoverpa contaminada com vírus Hz, em experimento - Crédito Geraldo Papa
Helicoverpa contaminada com vírus Hz, em experimento – Crédito Geraldo Papa

Lagarta imobilizada por controle biológico - Crédito Geraldo Papa
Lagarta imobilizada por controle biológico – Crédito Geraldo Papa

O histórico do Manejo Integrado de Pragas (MIP) está ligado à mudança de conceito no controle de pragas que ocorreu na década de 1960, período em que o mundo foi alertado para os perigos do uso abusivo de pesticidas.

O MIP visa à integração de várias táticas de manejo, constituindo-se na melhor estratégia para o controle das pragas agrícolas. Sendo um método ecologicamente orientado, utiliza diversas técnicas de controle que, combinadas num sistema dinâmico e harmonioso, conferem à cultura um modelo sustentável que leva em conta os interesses dos produtores e os impactos na sociedade e no ambiente.

Com a crescente pressão mundial para que o ambiente seja preservado, bem como as exigências cada vez maiores do mercado internacional em relação à qualidade dos produtos comercializados (a chamada produção integrada), o controle biológico tende a ser utilizado de forma mais intensa, juntamente com outras alternativas de controle, como o uso de feromônios sexuais, armadilhas para coleta massal, as plantas resistentes etc.

Controle biológico

Os microrganismos entomopatogênicos são encontrados em abundância na natureza, causando doenças em ácaros e insetos. Ao considerar que existem mais de 2,5 milhões de insetos na natureza e que cada inseto tem um microrganismo associado, que pode ser um fungo, bactéria ou vírus, verificamos que o potencial de controle de pragas com a utilização de inseticidas biológicos é muito grande.

Existem alguns bioinseticidas à base de microrganismos entomopatogênicos registrados para uso agrícola no Brasil, sendo as bactérias as mais produzidas, pela facilidade de fermentação em meio líquido e da formulação do inseticida (Tabela 1).

Como exemplo, temos os inseticidas à base de bactérias, como Bacillus thuringiensis var. kurstaki e var. israelensis, para o controle de lagartas e larvas de mosquitos; e os bioinseticidas à base de fungos entomopatogênicos, dentre os quais Beauveria bassiana e Metarhizium anisopliae, empregados para o controle de diversas pragas.

Entre os vírus, podemos citar principalmente os Baculovirus, que apresentam grande potencial de utilização no controle de insetos-pragas.

Tabela 1. Inseticidas biológicos registrados no Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (MAPA) para uso agrícola.

Agente de controle

Cultura

Praga

Bacillus thuringiensis Abacaxi, abobrinha, alfafa, algodão, álamo, amendoim, arroz, batata, brócolis, cana-de-açúcar, café, citros, couve, couve-flor, coco, eucalipto, fumo, mandioca, maçã, maracujá, melão, milho, pastagens, repolho, soja, tomate, trigo, uva Anticarsia gemmatalis, Brassolis astyra, Condylorrhiza vestigialis, Strymon basalides, Spodoptera frugiperda, Ascia monuste orseis, Dione juno juno, Manduca sexta paphus, Eacles imperialis magnifica, Plutella xylostella, Tuta absoluta, Mocis latipes, Alabama argilacea, Trichoplusia ni, Erinnys ello, Pseudoplusia includens, Rachiplusia nu, Helicoverpa sp., Helicoverpa armigera, Neoleucinodes elegantalis, Diatraea saccharalis, Ecdytolopha aurantiana, Grapholita molesta, Diaphania nitidalis, Agyrotaenia sphaleropa, Thyrinteina arnobia
Baculovirus anticarsia Soja Anticarsia gemmatalis
Beauveria bassiana Crisântemo, eucalipto, erva-mate Gonipterus scutellatus, Hedypathes betulinus, Tetranychus urticae
Metarhizium anisopliae Cana-de-açúcar Mahanarva fimbriolata
Steinernema puertoricense Cana-de-açúcar Sphenophorus Levis
VPN-HzSNPV Algodão, soja Helicoverpa sp., Helicoverpa zea
Thrichoderma stromaticum Cacau Moniliophthora perniciosa

Fonte: Agrofit, 2014.

Evolução

O uso de inseticidas biológicos no controle de pragas tem aumentado à medida que cresce o interesse por uma agricultura com diminuição de defensivos químicos. Como vantagens, podemos citar baixa toxicidade, especificidade, facilidade de multiplicação, dispersão e produção, possibilidade de uso associado com outros métodos de controle, uso da engenharia genética (plantas Bt), tecnologia de aplicação semelhante à utilizada para defensivos químicos, controle mais duradouro, evita desequilíbrios e ressurgência de pragas, custo de desenvolvimento e registro relativamente baixo.

 

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