A Embrapa lança na área de hortaliças uma nova cultivar de batata-doce, a BRS Gaita, que possui dupla finalidade: para consumo humano e animal, e ainda para produção de etanol.
A nova cultivar foi obtida a partir do Banco Ativo de Germoplasma de Batata-Doce da Embrapa Clima Temperado (Pelotas, RS), e possui características atraentes para o mercado internacional de batatas-doces pela sua forma alongada e a polpa de cor branca a creme.
Quanto à possibilidade de uso na produção de etanol, a cultivar apresenta cerca de 27% de amido em sua composição, o que lhe garante um alto desempenho como fonte de energia, pois os valores padrões trabalhados giram em torno de 19 e 24g.
Adaptação
Embora a nova cultivar tenha sido testada nas condições da região sul do Brasil, segundo o pesquisador responsável pela condução do trabalho, Luís AntonioSuita de Castro, da Embrapa Clima Temperado (Pelotas – RS), a BRS Gaita terá boas condições de adaptação nas demais regiões do País.
Características
A batata-doce possui folhas grandes, de cor verde e em forma de coração. A estrutura da raiz desenvolve, em média, cinco batatas por planta. É alongada, a cor predominante da pele e da polpa é creme, e sob condições corretas de cultivo, com mudas de alta sanidade, foram obtidas produções de até 75 toneladas por hectare. As raízes não apresentam constrições, aspereza de casca, veias ou rachaduras.
Para a produção de biocombustÃveis, além da concentração de amido, a cultivar apresenta um tamanho de tubérculo desejável para este mercado – a BRS Gaita pode chegar ao tamanho de 1,5kg – já que quanto maior for o produto, mais interessante ele se torna para este fim.
Por esta característica, ela também apresenta ampla utilização para consumo animal, que prefere produtos maiores do que os usados para o consumo humano. Em termos de aceitação sensorial pelo consumo humano, a nova cultivar é classificada como boa a ótima, devido ao sabor caracterÃstico moderadamente intenso com regular doçura.
Aquisição e multiplicação de mudas
Mudas de alta sanidade são fornecidas por viveiristas credenciados pelo MAPA com o acompanhamento de técnicos da Embrapa Clima Temperado e da Embrapa Produtos e Mercado, Escritório do Capão do Leão.
As mudas são produzidas com elevados padrões técnicos, por pessoas treinadas e em estruturas de multiplicação com ambiente monitorado. Considerando o custo, recomenda-se que o agricultor compre e multiplique as mudas matrizes de batata-doce adquiridas, utilizando canteiros de multiplicação para produção de batatas com elevados padrões fitossanitários, que posteriormente fornecerão as ramas utilizadas em plantios nos próximos três ou quatro anos.