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Cultivo do agrião em estufas

 

Entre as folhosas mais consumidas no Brasil, o agrião pode contar com o cultivo protegido para otimizar a logística produtiva

 

Crédito Weber Velho
Crédito Weber Velho

O agrião está entre as três hortaliças folhosas mais produzidas em hidroponia no Brasil, atrás apenas da alface e rúcula. E para não deixar faltar esses produtos na mesa do consumidor, a hidroponia tem sido uma solução inteligente, e uma tendência em todo o País, a ponto de muitos supermercados terem os alimentos convencionais e hidropônicos dividindo igualmente suas gôndolas. “O produto hidropônico já faz parte do dia a dia do consumidor, porque apresentam durabilidade maior em sua pós-colheita, o que está relacionado às raízes, que são preservadas“, explica Nilton Nélio Cometti, professor do Instituto Federal de Brasília.

Segundo ele, no cultivo convencional, a raiz é separada da parte aérea no momento da colheita, causando o chamado rompimento do xilema, o que se torna uma porta para o fluxo de ar e acelera o murchamento da folhosa, diferente do produto hidropônico, que mantém as raízes.

Tendência

O cultivo protegido de folhosas é uma tendência natural, assim como a hidroponia, pois há possibilidade de se produzir mais em menos espaço, cada vez mais perto da cidade e com melhor qualidade. “Enquanto a hidroponia trabalha a nutrição e a qualidade das plantas, as estufas fazem a proteção. Com as estufas o produtor consegue fazer o melhor controle da sua produção, especialmente na época das chuvas, que favorece as doenças e traz muito prejuízos para os produtores que cultivam a céu aberto. Alguns chegam a perder toda a produção. Na hidroponia não tem esse tipo de problema e a produção é mais estável no decorrer do ano“, compara Nilton Cometti.

Outro ponto assinalado por ele é que a partir da hidroponia o ciclo do agrião é reduzido pela metade, ou seja, de 90 cai para 45 dias, com o dobro de produtividade.

 

O agrião está entre as três hortaliças folhosas mais produzidas em hidroponia - Crédito Hidrogood
O agrião está entre as três hortaliças folhosas mais produzidas em hidroponia – Crédito Hidrogood

Manejo

O agrião cultivado em hidroponia é formado por um conjunto de plantas cultivadas em uma célula de espuma fenólica onde são colocadas várias sementes para germinar. Entre as principais cultivares estão: Agrião D’Água, Agrião d’Água Folha Larga, Gigante Redondo, Folha Larga Melhorada e Agrião da Terra.

O cultivo protegido é especialmente indicado para duas situações distintas – para regiões frias, pois para folhosas a baixa temperatura é improdutiva; e para regiões que enfrentam chuva ou granizo, como o Sudeste, no final e no início do ano.

Além disso, a proteção do cultivo vai auxiliar em todos os momentos no aumento de produtividade.

O manejo do agrião é muito semelhante a das outras culturas de folhas, e a cada ano têm entrado novas cultivares no mercado. A célula de espuma fenólica em seu tamanho adequado para o cultivo de agrião deve ser umedecida com água, onde serão depositadas as sementes. Depois de germinada, quando estiver com um ou dois centímetros de altura, o material é levado para outra bancada, chamada de berçário, para aguardar o crescimento dessas plantas.

Quando atingem três folhas verdadeiras (definitivas), as plantas germinadas são transferidas para o canal de cultivo, que é mais estreito, e é onde serão formadas as mudas.

“Esse canal em geral tem largura de 50 mm de diâmetro. Nele as plantas podem ficar mais próximas para economizar espaço. Vinte dias depois, elas são transplantadas para canais com diâmetro entre 75 e 100 mm. Com o espaçamento maior a planta tem mais condições para se desenvolver, e depois de 30 dias nesse canal, que já é o definitivo, o alimento para a planta passa a ser a solução nutritiva que corre por ali. Essa solução nutritiva fica em um reservatório, e é recirculada por bombeamento pelo canal“, esclarece Nilton Cometti.

A solução nutritiva passa pelas raízes da planta, e é bombeada a cada dez minutos durante o dia. Ànoite a frequência é menor – funciona por dez minutos e para por duas horas. “Pela raiz a planta absorve os macro e micronutrientes, recebe oxigênio pela raiz, além de capturar CO2 pela parte aérea“, pontua o professor.

Controle fitossanitário

Entre as principais doenças fúngicas do agrião estão: antracnose, ferrugem, míldio e cercosporiose, enquanto entre as viroses se destaca o Turnip Mosaic Virus (TuMV).

As principais pragas são: pulgão, tripes, mosca Fungus Gnats e larva minadora.

O agrião, assim como todas as outras culturas, pode ter dois tipos de manejo fitossanitário. “Pode ser natural, com o princípio ativo do neem, ou com produtos de controle biológico, com bactérias e insetos que são utilizados para combater outros insetos e até mesmo doenças. Há, ainda, os defensivos agrícolas químicos“, assinala Nilton Cometti.

Investimento x retorno

“Com certeza o custo de produção no sistema hidropônico é maior, mas diante de tantos benefícios, ele se paga rapidamente. A margem de lucro das folhosas, em geral, é de no mínimo 30%“, pontua o professor do Instituto Federal de Brasília, garantindo que vale a pena o investimento.

Essa matéria você encontra na edição de agosto 2016  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua.

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