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Cupins causam sérios prejuízos às lavouras de eucalipto

Bianca Vique Fernandes

M.Sc. Ciência Florestal e pesquisadora em Proteção Florestal da Vallourec Florestal

bianca.vique@vallourec.com

Cupins causam sérios prejuízos às lavouras de eucalipto - Foto 01 - Crédito Compo
Cupins causam sérios prejuízos às lavouras de eucalipto – Foto 01 – Crédito Compo

A crescente demanda por produtos de origem florestal, como carvão e celulose e, mais recentemente, madeira serrada, tem levado à expansão das áreas de florestas cultivadas, especialmente do gênero Eucalyptus, sobre áreas anteriormente ocupadas por pastagens, favorecendo o surgimento de insetos-praga como os cupins.

Os cupins são insetos sociais que apresentam castas reprodutoras e não reprodutoras, vivendo em colônias permanentes chamadas termiteiros ou cupinzeiros. São mastigadores e se desenvolvem por paurometabolia (ovo-ninfa-adulto).

Prejuízos

Danos por cupins são os mais severos em países tropicais como o Brasil, Índia e alguns países africanos. Esses insetos danificam plantas novas de Eucalyptus spp., pelo descortiçamento do pião e danos às raízes finas, com consequente murchamento e seca das folhas. Entretanto, nesse estágio os cupins não são mais encontrados no local de ataque.

Os danos podem não atingir grandes proporções, mas é necessário o replantio que, além de oneroso, vai ocasionar uma desuniformidade futura nos plantios.           Além disso, o fato de se encontrarem cupins nas proximidades de plantas mortas não é para associá-los ao dano, pois de 27 gêneros de cupins coletados em plantios de eucalipto, somente um causava danos ao cerne e nove estavam se alimentando das raízes dessas plantas.

Espécies

No Brasil existem três famílias de cupins de importância econômica:

Família

Danos

Gêneros

Kalotermitidae

atacam madeira seca

Cryptotermes, Neotermes e Rugitermes.

Rhinotermitidae

constroem ninhos subterrâneos, atacando plantas vivas e mortas

Coptotermes e Heterotermes

Termitidae

constroem diferentes tipos de ninhos e possuem hábitos variados

Conitermes, Nasutirmes, Syntermes e Anoplotermes

Fonte: Berti Filho, 1993

 

Formação das colônias

As colônias são formadas anualmente, no início do período chuvoso a partir do surgimento dos reprodutores alados (siriris ou aleluias). No entanto, o isolamento de indivíduos de uma colônia grande também pode dar origem a uma nova colônia.

A revoada dos adultos alados ocorre nos dias em que a umidade do ar está alta, sendo que durante o voo não há o acasalamento, diferente do que ocorre com as formigas e abelhas. Ao caírem no solo, livram-se de suas asas, estando aptos para realizar a primeira cópula.

Após a formação do casal real inicia-se a escavação do primeiro cupinzeiro, com formação de galerias, onde serão colocadas as posturas. Após um mês aparecem as primeiras formas jovens, que vão se desenvolvendo até a forma ninfal, se diferenciando e passando a desempenhar todas as funções da colônia, exceto a procriação. O povoamento do cupinzeiro pode chegar a ter milhões de indivíduos.

A rainha pode viver 10 anos e as rainhas de substituição 25 anos. Esta, completamente desenvolvida, possui abdome volumoso, chegando a ter 200 vezes o volume do resto do corpo, processo conhecido por fisogastria ou fisiogastria.

 O número de ovos varia de espécie para espécie, mas em média ovipositam 50 mil ovos durante aproximadamente seis a 10 anos.

A colônia também pode ser formada por fragmentação de uma colônia adulta, seja por quebra natural ou danificada por animais ou o homem. Isto porque os reis e as rainhas em substituição servem para tomar o lugar do rei ou rainha quando morrem. Se você quebrar um cupinzeiro, ou invés de matá-lo, este irá se multiplicar.

Monitoramento e controle

A amostragem por cupins pode ser realizado de duas formas:

ð Pré-plantio: esta amostragem consiste em dividir toda a área de plantio em parcelas de 50x50m (2.500m²). No centro de cada parcela é enterrado um rolo de papelão corrugado (termitrap) pelo menos 30 dias antes do plantio. A avaliação é feita pouco antes do plantio, contando-se os ninhos de cupins subterrâneos Syntermes (montículos de terra solta) em cada parcela e o número de cupins nos tremitrap.

As parcelas que tiverem densidade maior que 1 ninho de Syntermes e 10 cupins por termitrap devem receber nota 1 e as demais nota 0. Assim, com uma mapa de infestação, as parcelas receberão mudas tratadas com calda de inseticida (nota 1) e não tratadas (nota 0).

ð Pós-plantio: esta amostragem é realizada após o plantio, utilizando a amostragem por transectos, considerando as linhas de plantio. Em cada linha conta-se o número total de mudas e o número de mudas atacadas, e posteriormente calcula-se a percentagem de mudas atacadas. O nível de controle é de dois a 5% de mudas atacadas.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura integral!

 

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