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domingo, novembro 24, 2024
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Deficiência de fósforo limita produção florestal

 

Gustavo Alves Santos

Engenheiro agrônomo e doutorando em Agronomia/solos na UFU

Lísias Coelho

Engenheiro florestal, Ph.D. e professor da UFU

lisias@iciag.ufu.br

 

Deficiência de fósforo limita produção florestal - Crédito Ademir Torchetti
Deficiência de fósforo limita produção florestal – Crédito Ademir Torchetti

Resumidamente, a importância do fósforo (P) para as plantas está no fato de que esse nutriente é um componente das moléculas de preservação e transferência de energia, que é usada pela célula nos processos de fotossíntese, biossíntese de amido e de gorduras, além do processo ativo de absorção de nutrientes.

Além disso, o fósforo faz parte também da estrutura de carboidratos, fosfolipídeos de membranas celulares, coenzimas e ácidos nucleicos.

Fósforo x produção

A limitação da produção florestal se dá devido à participação desse nutriente nos processos citados acima, os quais são fundamentais pra o bom desenvolvimento e produção vegetal. Ou seja, a deficiência de fósforo compromete a produção de energia pela planta, e consequentemente o processo de fotossíntese e também a absorção de demais nutrientes essenciais.

Como consequência, pode-se citar o exemplo do que ocorre no campo, quando em condições de deficiência severa ocorre drástica redução do tamanho das plantas, que ficam completamente arroxeadas.

O efeito da deficiência de fósforo na produção de espécies florestais precisa ser determinado em campo, o que exigiria um período muito longo (sete anos ou mais).

Indisponibilidade do fósforo pela planta

Um dos fatores responsáveis pelas perdas de fósforo, tornando-o indisponível para a absorção pela planta, é a erosão do solo, que resulta em perdas de matéria orgânica e partículas coloidais às quais o fósforo está ligado.

Além dessa, outra importante forma pela qual o fósforo se torna indisponível no solo é pela fixação. Esse fenômeno ocorre quando o fósforo se liga aos óxidos de ferro e alumínio, ricamente presentes em solos ácidos. Essa ligação resulta na indisponibilização do nutriente para as plantas devido à formação de compostos de ferro e alumínio com o fósforo.

Isso faz com que o fósforo, mesmo sendo aplicado pela fosfatagem, “desapareça“, e a planta não consiga absorvê-lo em quantidades adequadas.

Dosagem ideal

A dose de fósforo depende basicamente do tipo de solo onde o eucalipto será plantado, visto que todo o fósforo exigido deve ser fornecido na adubação de plantio. Para a produção de mudas, em mistura com o substrato a ser utilizado, recomenda-se doses de P2O5 em torno de 640 g m-3.

Na ocasião do plantio das mudas no campo, caso os teores de fósforo no solo da área estejam acima do nível crítico (4,3 a 4,5 mg dm-3 para solo arenoso e 6,2 a 6,5 mg dm-3 para solo argiloso, considerando respectivas produções de 20 a 50 m-3 ha-1 ano-1), deve-se aplicar aproximadamente 20 g de P2O5 por cova (20 x 20 x 20 cm) de plantio, se o solo for arenoso, e 30 g de P2O5 se o solo for argiloso.

No caso de solo com textura média, recomenda-se uma quantidade intermediária de P2O5, em torno de 22,5 g por cova. Nessas duas situações, enfatiza-se a importância da utilização do superfosfato simples, como fonte de P, de modo a suprir a necessidade de enxofre (S) das mudas, em razão da grande resposta que tem sido obtida pela aplicação desse outro nutriente.

Para teores do nutriente no solo inferiores à metade dos níveis críticos citados, deve-se incorporar 600 kg ha-1 de fosfato natural, em um sulco ao lado da linha de plantio. Caso a disponibilidade de P no solo esteja entre a metade e o nível crítico, reduzir essa dose para a metade.

Se for detectada deficiência de fósforo por monitoramento nutricional entre 12 e 24 meses de idade, realizar adubação de correção ou manutenção, entre 18 e 30 meses, com o uso de fontes solúveis como superfosfato simples, superfosfato triplo ou MAP. A aplicação poderá ser realizada sobre a superfície do solo em área total em solos arenosos.

Normalmente, as raízes ativas nesses solos encontram-se nos primeiros centímetros. Em solos argilosos, deve-se dar preferência para a aplicação em sulcos superficiais de 10-15 cm de profundidade, em entrelinhas alternadas, desde que não haja a presença de tocos nas entrelinhas.

Custo

O custo da aplicação de fósforo deve considerar, como nos demais casos, a dose a ser utilizada e a concentração do nutriente no fertilizante. Fertilizantes mais concentrados e de maior solubilidade tendem a ser mais caros, porém, economiza-se com transporte e aplicação, além de resultarem em pronta disponibilização do nutriente ao solo.

Em contrapartida, fontes de baixa solubilidade e/ou de menor concentração podem ser mais baratas, mas há de se considerar maiores despesas, tanto para transportar quanto para aplicar os maiores volumes desse tipo de material.

A vantagem na sua utilização está no fato de que a floresta apresenta um ciclo bastante longo, o que faz com que a liberação a longo prazo do fósforo contido nesses materiais possa atender a necessidade da planta quando não há mais fornecimento do nutriente proveniente de uma fonte solúvel aplicada a priori.

Essa matéria completa você encontra na edição de fevereiro/março da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira a sua para leitura integral!

 

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