Fernando Simoni Bacileri
Msc. e doutorando em Agronomia – Universidade Federal de Uberlândia (UFU)
Nas plantas o fósforo (P) desempenha funções importantes na fotossíntese, respiração, armazenamento e transferência de energia, divisão e crescimento celular, dentre outros processos. Além disso, este nutriente promove a rápida formação e crescimento do sistema radicular.
O aumento da disponibilidade de P no solo reflete diretamente no incremento do conteúdo de P observado nos tecidos das plantas, ou seja, há resposta positiva ao fornecimento de pela adubação.
Fundamental para as florestas
Como o P se move rapidamente dos tecidos velhos para os mais jovens, os sintomas de deficiência aparecem primeiro nas folhas velhas. Quando a deficiência é severa, ocorre o aparecimento de áreas mortas nas folhas com coloração púrpura ou avermelhada, associada ao acúmulo de antocianinas.
Plantas mal nutridas em P terão o crescimento em altura e diâmetro reduzidos, ciclo prolongado e a produção de madeira limitada.
Suplementação de fósforo
A maioria dos solos cultivados com espécies florestais é intemperizada, deficiente em fósforo e possui alta capacidade de adsorção do P, tornando a disponibilidade deste nutriente reduzida para as árvores.
Entre os fatores que influenciam na adsorção do P no solo, portanto, na disponibilidade deste às plantas, destacam-se o a quantidade de argila, os teores de ferro (Fe) e alumÃnio (Al), matéria orgânica, pH e temperatura.
Para a maior eficiência no uso de P pelas plantas, a correção do solo pela prática da calagem torna-se fundamental. A aplicação de gesso com objetivo de neutralizar o Al também favorece a disponibilidade de P, pois no solo o Al + P podem formar compostos insolúveis. Para isso, recomenda-se a realização de análise de solo, em que será observada a necessidade de gesso, a quantidade e composição do calcário mais adequado para cultura.
A fosfatagem em área total de forma corretiva melhora a disponibilidade de P, sendo que as doses recomendadas são dependentes do teor de argila no solo. Quanto maior o teor de argila de um solo, maior sua capacidade de adsorção e maior a demanda de fertilizante para elevar o teor do nutriente.
Além do adubo mineral, os resíduos provenientes das cidades (lixo e lodo urbano), da atividade agrícola e de algumas atividades industriais, podem também ser utilizados como fonte de matéria orgânica. Os resíduos normalmente usados são: cinzas, resíduos da indústria de celulose, resíduos orgânicos urbanos, estercos, etc. Os resíduos só devem ser utilizados após devidamente curtidos, livres de contaminantes químicos e biológicos, e sempre com orientação técnica.
Dicas importantes
As características e quantidade de adubos a serem aplicados dependem das necessidades nutricionais da espécie, da fertilidade do solo, da reação dos adubos com o solo, da eficiência dos adubos, além de fatores de ordem econômica.
O fósforo no solo apresenta baixa mobilidade, fazendo com que seu fornecimento ocorra próximo às raízes, facilitando assim sua absorção. A adubação de plantio terá como finalidade principal promover o arranque inicial de crescimento das mudas, basicamente nos primeiros seis meses pós-plantio, suplementando o solo com montantes adicionais de nutrientes que irão atender a demanda nutricional das mudas.
O método mais indicado é a aplicação localizada das fontes de P em filetes contÃnuos no interior dos sulcos de plantio ou em covas. Essas recomendações são válidas para adubos simples ou mistos que têm, como fontes de P, fertilizantes com alta solubilidade em água, como por exemplo: superfosfato simples, superfosfato triplo, fosfato monoamônio e fosfato diamônio, dentre outros.
Os termofosfatos e os fosfatos naturais parcialmente acidulados podem ser aplicados em área total ou em faixas, de preferência sob a linha de plantio.
Custo
A rentabilidade e a produtividade estão intimamente associadas. Boas produtividades são alcançadas quando são combinadas práticas silviculturais adequadas Dentre elas estão a adubação, especialmente a fosfatada, que pode contribuir com o aumento da produtividade de espécies florestais.