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Desbaste aos 48 meses é o mais rentável

De acordo com estudos, existe maior viabilidade econômica para os projetos que realizam desbaste mais cedo, ou seja, aos 48 meses, gerando maior rentabilidade

Fotos Daniel Papa
Fotos Daniel Papa

Uma equipe de pesquisadores da Universidade Federal de Viçosa realizou um estudo denominado “Avaliação econômica de plantações de eucalipto submetidas a desbaste“. O grupo verificou que existe maior viabilidade econômica para os projetos que realizam desbaste mais cedo, ou seja, aos 48 meses, gerando maior rentabilidade. Observa-se, também, que o desbaste na intensidade de 20% de remoção da área basal é a opção mais rentável.

O objetivo deste estudo foi determinar, por meio de métodos de avaliação econômica, a idade econômica de corte de plantações de eucalipto submetidas a desbaste. Para tanto, foram utilizados dados de um experimento de desbastes estabelecido na região nordeste da Bahia. Foram consideradas as variações de intensidades de desbaste (0, 20, 40 e 60% de retirada em área basal) para projeções realizadas em diferentes classes de local.

Como forma de aproveitar áreas já desmatadas e diminuir a pressão exercida sobre as florestas nativas, bem como atender a mercados específicos, cada vez mais as florestas plantadas passam a desempenhar um importante papel como fonte alternativa de matéria-prima para a indústria florestal.

Quebra de paradigmas

No Brasil os povoamentos de eucalipto têm sido mais utilizados como termo redutor para o setor siderúrgico e como fonte de matéria-prima para fabricação de celulose, pelo fato de sua madeira ser considerada de qualidade inferior.

Atualmente a pesquisa vem rompendo este paradigma, pois já existem trabalhos que mostram a multiplicidade de produtos possíveis de serem obtidos a partir dos povoamentos de eucalipto, o que permite à empresa florestal direcionar suas atividades para a produção de madeira serrada, laminados, aglomerados, entre outros produtos.

A qualidade e a produtividade dos povoamentos florestais são os fatores mais importantes para a conquista de bons mercados e para obter um fluxo contínuo de matéria-prima. Para que isto seja conseguido é necessário executar tratos silviculturais. Neste contexto, o desbaste é um dos mais importantes, por proporcionar espaço para o desenvolvimento da copa e do sistema radicular e, consequentemente, o melhor aproveitamento de luz, nutrientes e água disponíveis no sítio.

Entretanto, desbastes intensos podem levar ao aumento desproporcional do tamanho da copa e dos galhos, reduzindo a qualidade da madeira, bem como, em geral, diminuem a produção volumétrica da floresta.

Por outro lado, desbastes de intensidade adequada, aplicados no momento certo, permitem melhorar a qualidade da madeira, homogeneizar os sortimentos e aumentar a dimensão das árvores, sem levar a perdas significativas de volume.

Desrama atrasada - Fotos Daniel Papa
Desrama atrasada – Fotos Daniel Papa

Mais segurança

Para que se possa ter maior segurança quanto ao sucesso desses novos produtos é importante determinar a idade econômica de corte da floresta, também denominada de rotação econômica, que é a idade de corte da floresta que maximiza o lucro. Assim, para calculá-la deve-se levar em consideração o valor do volume de madeira produzido em função do horizonte de planejamento.

Existem vários fatores que podem influenciar a idade econômica de corte, como: o horizonte de planejamento, os custos envolvidos na produção, o preço da madeira, a produtividade do local e a taxa de desconto utilizada.

Todos estes fatores fazem parte de um conjunto de informações que o economista florestal deve dispor para avaliar economicamente qualquer projeto de investimento florestal.

Para determinar a rotação econômica, é necessário conhecer todos os custos e receitas decorrentes do processo de formação e condução do povoamento, bem como a sua distribuição ao longo do tempo.

As receitas consideradas na realização das análises foram aquelas provenientes da venda da madeira no momento do desbaste e no corte final. Elas ocorreram no ano em que foram efetuados o desbaste e a colheita.

Neste estudo, considerou-se que o preço de venda da madeira varia em função da idade do povoamento. Assim, para obter a taxa de variação do preço ao longo dos anos empregou-se a fórmula de juros compostos, por meio da expressão:

Para madeira advinda de povoamento desbastado foram estipulados preços de US$ 8,00 e US$25,00/m³ nas idades de cinco e 25 anos, respectivamente, obtendo-se uma taxa de variação do preço de 5,86% a.a. Já para madeira advinda de povoamento não desbastado, foi considerado o preço de US$8,00/m³, independentemente da idade final de corte.

Na análise econômica, foi consideradaa taxa de desconto de 10% a.a. e a ocorrência de desbaste aos 60 meses.

Resultados

Entre as principais conclusões deste estudo está o fato de que a opção mais lucrativa é remover 20% da área basal na idade de 60 meses. A rotação econômica ocorreu aos 12, 13 e 14 anos, quando o desbaste foi efetuado aos 60 meses, para as intensidades de desbaste 20 e 40%, respectivamente.

Quando o desbaste foi efetuado aos 60 meses, a rotação econômica ocorreu aos 13, 14 e 15 anos, para a intensidade de desbaste de 60%.A pesquisa concluiu que a rotação econômica propicia menor lucratividade quando não são realizados desbastes.

O estudo foi desenvolvido pelo professor do Departamento de Engenharia Florestal da UFV, Márcio Lopes da Silva, e pelos pesquisadores Thelma Shirlen Soares, João Ricardo Vasconcelos Gama, Rosa Maria Miranda Armond Carvalho e Rodrigo Silva do Vale.

Essa matéria você encontra na edição de setembro /outubro 2016  da revista Campo & Negócios Floresta. Adquira já a sua.

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