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Diversificação – A opção inteligente da hidroponia

Adriano Alves Fernandes

Doutor e professor de Agronomia – DCAB/CEUNES/UFES

Rodovia BR 101 Norte, Km. 60, Bairro Litorâneo, CEP 29932-540, São Mateus ““ ES

afernandesufes@gmail.com

Diversificação ““ a opção inteligente da hidroponia - Crédito Jorge Barcelos
Diversificação ““ a opção inteligente da hidroponia – Crédito Jorge Barcelos

Uma vida saudável está associada ao consumo constante de hortaliças de qualidade, coloridas e frescas. Seja na hora do almoço ou do lanche, a salada é sempre bem-vinda. Com o crescimento populacional e a agitação da vida moderna, o dia a dia nos cobra atitudes práticas.

Cada vez mais optamos pela refeição fora de casa. Em 2014, esse aumento foi de 9,96% (sala de imprensa, IBGE 2015), acompanhado pelo aumento da rede de franquias de fast food. O consumo está em alta e necessita de fornecedores com atendimento personalizado para esse mercado. Há relatos de restaurantes e redes de hotéis que estão passando por dificuldades de fornecimento de produtos de qualidade.

As hortaliças são produtos altamente perecíveis e para a manutenção de sua qualidade é preciso que o local de produção esteja próximo ao mercado consumidor. Com o aumento do valor das propriedades no entorno dos grandes centros urbanos e o uso intensivo do solo, há um comprometimento na produção, sendo necessária a busca por alternativas de cultivo.

Adriano Alves Fernandes, professor da UFES - Crédito Arquivo pessoal
Adriano Alves Fernandes, professor da UFES – Crédito Arquivo pessoal

A hidroponia

A hidroponia é um sistema de cultivo de plantas sem uso de solo e que utiliza a solução nutritiva como recurso de produção, tornando-se uma alternativa importante para a agricultura brasileira. Dentre suas vantagens está a menor contaminação microbiológica, melhor qualidade do produto, maior rendimento por área, melhor ergonomia de trabalho (plantas suspensas em bancadas), menor incidência de pragas e doenças, ausência ou menor uso de agrotóxicos, escalonamento da produção, colheitas programadas e maior dinamismo do capital de giro.

Além disso, é fundamental salientar como vantagem a maior eficiência no uso da água e nutrientes. Estima-se uma economia de água entre 50 e 70% em relação ao sistema tradicional.

Artigos científicos recentes têm destacado, inclusive, a viabilidade de produção de alface com água salobra ou com água de reuso proveniente de agroindústrias. São opções de reciclagem de água que agregam valor ecológico ao sistema hidropônico e protegem o planeta.

Manejo

O manejo básico da hidroponia consiste na reposição dos nutrientes de acordo com a necessidade de cada espécie vegetal. Semelhante à nutrição humana a planta também tem um dieta apropriada. Outro fator importante é a correção do pH que, para um bom desenvolvimento e nutrição adequada, deve ficar entre 5,5 e 6,5.

Controle fitossanitário

O controle de pragas e doenças deve ser feito com auxílio de observações diárias, procedendo-se a catação manual, uso de caldas alternativas, retirada das folhas contaminadas e uso de produtos biológicos. Os produtos químicos só deverão ser utilizados em último caso, sob recomendação e rigoroso acompanhamento do engenheiro agrônomo.

A hidroponia induz à melhoria das qualidades do vegetal - Crédito Weber Velho
A hidroponia induz à melhoria das qualidades do vegetal – Crédito Weber Velho

Diversificação

Teoricamente, a maioria das hortaliças pode ser cultivada nesse sistema. A alface ainda é a mais cultivada, mas pode-se produzir tomate, pepino, pimentão, rúcula, agrião, morango, brócolis e berinjela. Somando-se a isso, surge uma linha promissora de comercialização voltada para o requinte de temperos, como salsa, cebolinha, coentro, alecrim, alfavaca, manjericão, manjerona, sálvia, orégano, dentre outros.

Comercialização

As formas de comercialização podem ser in natura, minimamente processados ou produtos agroindustrializados, como, por exemplo, o tomate seco ou páprica defumada, sendo essa última obtida a partir de pimentões vermelhos maduros, os quais são secos, defumados e posteriormente moídos.

Vale a pena?

A viabilidade do investimento está atrelada ao mercado consumidor, mão de obra qualificada e assistência técnica especializada. A pesquisa de mercado é o primeiro passo a ser dado. Conhecer a preferência do consumidor local é fundamental, pois existem variações regionais, como por exemplo, a preferência por alface tipo crespa, lisa ou americana.

A localização dos pontos de venda e a capacidade de consumo são determinantes para logística e planejamento da produção. A mão de obra qualificada permite que um único trabalhador cultive 10.000 plantas por mês. A consultoria de um engenheiro agrônomo especializado em hidroponia deve iniciar com a idealização do projeto e seguir com visitas mensais.

Após um período de adaptação, estabilização e segurança no manejo, as visitas podem ser mais espaçadas, ou de acordo com a necessidade do hidroponicultor.

Essa matéria completa você encontra na edição de março da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira a sua para leitura completa.

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