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Doenças – É preciso cuidar para não ter prejuízos

Givago Coutinho

Doutor em Fruticultura e professor efetivo doCentro Universitário de Goiatuba (UniCerrado)

givago_agro@hotmail.com

Herick Fernando de Jesus Silva

Engenheiro agrônomo e doutorando em Fitotecnia ““ Universidade Federal de Uberlândia (UFU)

herickfernando@gmail.com

A ameixeira é uma espécie proveniente de clima temperado e tem seu cultivo

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

no Brasil na faixa que compreende desde a região sul do País até o Estado de Minas Gerais, onde representa grande relevância na fruticultura local. Os cultivos são realizados com base em duas espécies distintas e seus híbridos: Prunus domestica L. e Prunussalicina Lindl.

A ameixa europeia (P. domestica) apresentacaracterísticas e exigências de cultivo distintas da ameixa japonesa (P. salicina),principalmente em relação às necessidadesclimáticas e aptidão de frutos.A primeira apresenta maior exigência em frio para quebra da dormência e constitui a principal espécie de ameixeira cultivada no mundo. É a base tanto para a oferta de frutas para consumo in natura como também para a produção de ameixas desidratadas. Já a ameixa japonesa pode ser cultivada em regiões de clima mais ameno e seus frutos são muito utilizados para o consumo in natura.

A ameixeira é uma espécie proveniente de clima temperado - Crédito Shutterstock
A ameixeira é uma espécie proveniente de clima temperado – Crédito Shutterstock

Entraves

O Brasil atualmente produz somente ameixas do tipo japonesa,não ocorrendo o cultivo da ameixeira europeia. Praticamente toda a ameixa passa consumida é importada de países como o Chile e a Argentina.

Somado a isto se encontram osproblemas fitossanitários que, juntamente com o problema do requerimento térmico e a falta de qualidade dos frutos, representam os principais entraves ao desenvolvimento da cultura da ameixa europeia no Brasil.

As ameixeiras dessa espécie podem ser infectadas pela maioria dos patógenos que causam doenças nas outras fruteiras de caroço. Daí a importância de se conhecer a biologia dos patógenos e as principais formas de controle, a fim de se minimizar danos e, juntamente com o uso de cultivares mais adaptadas, expandir os cultivos para regiões até então não cultivadas.

 

As ameixeiras podem ser infectadas pela maioria dos patógenos que causam doenças nas outras fruteiras de caroço - Crédito Shutterstock
As ameixeiras podem ser infectadas pela maioria dos patógenos que causam doenças nas outras fruteiras de caroço – Crédito Shutterstock

Principais doenças da ameixa

Basicamente, podem incidir dois tipos mais relevantes de patógenos causadores de doenças na ameixeira: doenças associadas ao ataque de bactériase fungos. Este último possui maior representatividade em número de doenças e nele se encontram também as principais podridões de frutos e doenças em fase de pós-colheita.

Dentre as principais doenças bacterianas podemos citarescaldadura das folhas (Xylella fastidiosa) e a mancha bacteriana (Xanthomonascampestrispv.pruni). Quanto às fúngicas, destacam-se a podridão parda (Moniliniafructicola (Winter) Honey), ferrugem(Transcheliadiscolor f. sp. domesticae) e a sarna (CladosporiumcarpophilumThum.).

Dentre os principais causadoresde podridões nos frutos no período pós-colheita, podemos citar as espécies de fungos:Rhizopusstolonifer, Mucorpiriformis, Penicilliumexpansume Geotrichumcandidum, alémde algumas espécies de Aspergillus.

Doenças associadas ao ataque de bactérias e fungos são as mais comuns na ameixa - Crédito Shutterstock
Doenças associadas ao ataque de bactérias e fungos são as mais comuns na ameixa – Crédito Shutterstock

Prejuízos

ÃœPodridão parda: ataca ramos, flores e frutos, causando podridões e queda dos mesmos.Além disso, o fungo possui capacidade de sobrevivência em ramos com flores e frutos infectados e também nos frutos mumificados.

ÃœFerrugem: ataca as folhas, preferencialmente no final do ciclo.

ÃœSarna: o fungo sobrevive nos ramos colonizados e afeta principalmente os frutos e os ramos novos.

ÃœEscaldadura das folhas: assim como a podridão parda, ataca ramos flores e frutos da ameixeira.

ÃœMancha bacteriana ou bacteriose: provoca o secamento dos ramos e a morte da planta.

ÃœPodridões de frutos e doenças em pós-colheita: os patógenos inclusos neste grupo podem causar altos índices de perda durante o período de armazenagem dos frutos secos devido à secagem imprópria das ameixas.

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

Sintomas

â–ºPodridão parda: sua ocorrência pode ser observada na primavera, quando o patógeno causa um tipo de requeima de ramos novos e das flores e podridão de cor marrom nos frutos, tanto maduros como ainda imaturos. Nas flores a podridão se inicia com o escurecimento das sépalas e outros órgãos florais e, posteriormente, quando o patógeno coloniza o pedúnculo, ocorre o murchamento da flor e dos restos florais, culminando no desenvolvimento de suas estruturas.

Cancros desenvolvidos no local onde ocorreu a mortedas flores podem ser encontrados em cultivares mais suscetíveis e os frutos podem ser infectados na planta ou mesmo quando foram destacados dela. Sobre as lesões desenvolve-se uma massa marrom acinzentada com conídios dos patógenos, e na superfície de frutos mumificados parcialmente cobertos pelo solo desenvolve-se a estrutura sexuada, denominada apotécio.

Essa matéria completa você encontra na edição de abril 2018  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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