Maria Elisa de Sena Fernandes
Doutora em Genética e Melhoramento de plantas e professora da Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio ParanaÃba (MG)
Flávio Lemes Fernandes
Doutor em entomologia e professor da Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio ParanaÃba
Myller Marques de Oliveira Assunção
Bolsista de pesquisa, Universidade Federal de Viçosa, Campus de Rio ParanaÃba
A cultura do pinus possui importância para a silvicultura brasileira, por ser utilizada como fonte de resina, fabricação de placas e móveis e também na recuperação de áreas degradadas. Os plantios se concentram nas regiões sul e sudeste do Brasil, por proporcionar condições ideais para o desenvolvimento.
Atualmente, as principais espécies plantadas no Brasil são Pinus elliottii e P.taeda, com potencial para atingir produtividade média de até 35 m3/ha/ano. Este valor é condicionado ao uso de tecnologia de cultivo adequados e alta capacidade técnica.
Um dos fatores que pode reduzir essa produtividade dos plantios comerciais é a ocorrência de doenças. As perdas por doenças podem chegar a 30% nos cultivos comerciais, desde inviabilizando o uso da madeira até a morte da planta. As principais doenças que ocorrem no pinus são: seca dos ponteiros, armilariose, tombamento de mudas e queima de acÃculas:
Seca dos ponteiros
Esta doença é causada pelo fungo Sphaeropsissapinea, patógeno que sobrevive em galhos, acÃculas, cones e sementes de pinus. É caracterizada inicialmente a partir de lesões deprimidas e com exsudação de resina de coloração púrpura e cinza, geralmente na base do ponteiro.
O ponteiro pode encurvar-se como resultado do crescimento deste patógeno e os tecidos afetados ficam escurecidos a azulados. As acÃculas que apresentaram o crescimento do patógeno morrem e adquirem uma coloração palha, ficando ligadas à planta até o momento que os ponteiros morrem e surgem logo abaixo novas brotações que circulam o ponteiro. Assim, causam deformação principalmente nas mudas e consequentemente perda da qualidade.
O controle pode ser realizado com a aplicação de fungicidas, principalmente em mudas de pinus que estão no viveiro. Além disso, recomenda-se o uso de espécies resistentes como Pinus caribaea, P. elliottii e P. taeda e evitar o plantio em regiões com elevada ocorrência de precipitação e deficiência nutricional.
No caso do azulamento damadeira, recomenda-se o controle após o corte das árvores, em toras de árvores sadias. Porém, se o fungo estiver instalado em árvores vivas, ocorre o manchamento da madeira. Recomenda-se a realização da secagem e o processamento das toras, logo após o abate.
Armilariose
Esta doença também é conhecida como podridão de raízes, sendo causada pelo fungo Armillariasp. A diagnose da doença pode ser feita observando-se as raízes mais grossas e a base do tronco, uma vez que esta doença é caracterizada pela exsudação de resina presente ao redor das raízes e no tronco, formando uma grossa camada de resina solidificada. O fungo infecta os tecidos do lenho e da casca levando ao apodrecimento.
Recomenda-se como medida de controle a retirada dos restos culturais das áreas desmatadas, evitar plantio de espécies suscetÃveis e sistema radicular enovelado, para isso recomenda-se o uso de mudas em tubetes. Estas medidas são importantes para reduzir a suscetibilidade da planta a este patógeno.
Tombamento de mudas
Esta doença é causada pelos fungos do gênero Cylindrocladium, Fusarium, Phytophthora, Pythium e Rhizoctonia na fase de germinação, destruindo os tecidos e levando a plântula à morte. O tombamento das mudas é caracterizado devido à ocorrência de lesões ao nível do colo da planta e posteriormente murcha e morte da parte aérea.Estes patógenos podem ser disseminados por meio de sementes, solo e até substratos contaminados.
O controle eficiente desta doença pode ser feito com o uso de substratos esterilizados ou inertes e de procedência confiável. Além disso, deve ser realizado o controle da umidade na produção das mudas e semeadura diretamente em tubetes suspensos, evitando assim a repicagem.
Deve-se selecionar e descartar plantas doentes e mortas, realizar adubação e irrigação adequada. Recomenda-se também a aplicação de fungicidas e desinfestar o substrato com vapor ou água quente.