Diego Henriques Santos
Engenheiro agrônomo da CODASP – Companhia de Desenvolvimento Agrícola de São Paulo
         dhenriques@codasp.sp.gov.br
Os fertilizantes de liberação lenta, também conhecidos como de liberação controlada, fazem parte de um grupo maior de produtos denominados genericamente de fertilizantes de eficiência aprimorada. Estes são capazes de garantir a disponibilidade de nutrientes coincidindo com as necessidades das culturas, ou seja, permitem que a nutrição chegue à planta de forma gradativa, no momento que ela precisa.
Mudas de melhor qualidade vão produzir árvores de melhor qualidade, com ganhos no volume de madeira, desenvolvimento mais uniforme e, consequentemente, maior valor da floresta.
O osmocote é um exemplo de fertilizante de liberação lenta que vem sendo bastante utilizado para garantir esta melhor qualidade. Este fertilizante possui a característica de liberação lenta dos nutrientes devido à propriedade da membrana orgânica presente no entorno dos grânulos do fertilizante.
Assim, Ã medida que ocorre a alteração da umidade no substrato, a resina no entorno da membrana vai sendo dissolvida, liberando gradativamente os nutrientes ali presentes. Essa liberação também é diretamente relacionada com a temperatura. Sendo assim, umidade ou temperatura elevada acarreta em maior liberação dos nutrientes, e o inverso pode ser considerado para temperatura e umidade inferiores.
Vantagens
Como vantagem da utilização dos adubos de liberação lenta tem-se a praticidade e o ganho operacional, sendo possível, na maioria dos casos, reduzir o número de operações de adubação, bem como o risco de salinização e a flexibilidade, já que os produtores de mudas podem escolher no mercado diferentes fertilizantes de liberação controlada, tendo a velocidade da liberação definida do nutriente conforme a demanda de cada cultura.
Várias longevidades estão disponíveis para atender as necessidades da cultura do pinus, com tempo de liberação que chega a seis meses.
Culturas beneficiadas
A produção de mudas em recipientes demanda uma exigência de aplicações periódicas de nutrientes em função da lixiviação e do volume de substrato limitado. Logo, só existem duas alternativas – maior parcelamento, principalmente quando se trata do nitrogênio, com aumento significativo no custo operacional, mesmo considerando o uso da fertirrigação, ou a utilização de fontes que apresentam uma liberação mais lenta ou controlada dos nutrientes de acordo com as necessidades de crescimento e desenvolvimento das plantas.
Eucalipto, pinus, acácia, seringueira, dentre outras culturas florestais respondem positivamente à adubação de liberação lenta.
Para o pinus
Um dos fatores de grande influência no estabelecimento de espécies florestais para que se obtenha uma boa produtividade e qualidade dos povoamentos é a produção das mudas em quantidade e com qualidade.
Devido a este fator, trabalhos vêm sendo realizados buscando maior qualidade e menor custo de produção do Pinus. Estes trabalhos vêm apontando que a utilização dos fertilizantes de liberação lenta na cultura do pinus garantem mudas mais vigorosas, resistentes, rústicas e, principalmente, bem nutridas.
Manejo
No caso da produção de mudas florestais, o fertilizante de liberação lenta deve ser homogeneizado com o substrato de cultivo das mudas. Os métodos, as doses e as épocas de incorporação de adubos nos substratos de cultivo devem ser bastante criteriosos, pois, além de garantir o bom crescimento e a qualidade das mudas, a adubação é o principal meio que os viveiristas dispõem para “segurar“ ou “adiantar“ o crescimento destas nos viveiros.
Isso proporciona maior flexibilidade de tempo para o plantio das mudas no campo, sem perdas significativas da qualidade técnica delas.
Sem erros
Os conhecimentos relacionados à nutrição das plantas somente promoverão o desenvolvimento quando aplicados adequadamente pelos produtores. Para isso, devem ser entendidas as necessidades nutricionais de cada estádio de crescimento das plantas, a fim de maximizar a produção.