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É hora de fazer análise de solo

 

Laercia Lima Moura Ferreira

Proprietária e engenheira agrônoma do Laboratório Solo & Companhia Análises para Agropecuária

 

 Crédito Alexandre Puglisi
Crédito Alexandre Puglisi

Ao optar pela análise de solo, o ideal é que o produtor entenda que estará fazendo um investimento e não um gasto desnecessário.Tomada a decisão, deve-se amostrar ou coletar o solo, conforme o processo escolhido, seja uma coleta ao acaso, recomendada para a agricultura tradicional ou sistematizada, ou para aplicação das tecnologias da agricultura de precisão, sendo este o método mais atual e adequado para estudar a variabilidade espacial das propriedades do solo de uma área, que em todas as direções é levada em consideração.

Quando amostrar

As amostras podem ser coletadas em qualquer época do ano, mas, levando-se em conta o tempo que elas levam para chegar ao laboratório, serem submetidas às análises e o agricultor receber os resultados, torna-se necessário que a operação seja feita no mínimo três meses antes de se iniciar a aplicação do corretivo e as adubações.

Recomenda-se que, em áreas novas, a coleta seja feita cerca de seis meses antes do início do período de implantação da cultura, enquanto que em áreas já cultivadas a amostragem deve ser feita no início do período da seca, logo após a colheita, a tempo de colocar em prática todas as recomendações do engenheiro agrônomo responsável pela lavoura.

E, o mais importante, o produtor precisa estar atento à confiabilidade do laboratório para o qual encaminha suas amostras.

Alvo ““ o solo

Os solos são corpos heterogêneos, com características diferentes, em virtude dos fatores de formação e de manejo, quando já trabalhados, que devem ser considerados na amostragem.

É necessário, então, que a coleta do solo seja confiável para se atingir o objetivo; caso contrário, perde-se dinheiro porque os resultados podem não refletir as reais condições químicas e físicas do perfil, levando a uma interpretação equivocada e, consequentemente, a recomendações de calagem e adubação erradas, visto que, no laboratório, não se consegue minimizar ou corrigir os erros cometidos na amostragem de solo.

Para isso, quanto mais homogênea a área amostrada em relação às características físicas do solo – cor, textura e profundidade do perfil; tipos de cobertura – se naturais ou implantadas; relevo – delimitadas pelas mudanças de declividade e histórico de utilização da área referente ao emprego de corretivos e fertilizantes, menor será o erro.

Portanto, o fator homogeneidade do solo é o que vai determinar a área de abrangência da amostragem, que pode ser de poucos metros quadrados ou vários hectares, para cobrir bem a variabilidade local.

O importante é que as amostras compostas – reunião de várias amostras simples – colhidas ao acaso dentro de cada área ou gleba homogênea, represente-a da melhor forma possível.

Profundidades recomendas para retirada das amostras - Crédito Impar Consultoria
Profundidades recomendas para retirada das amostras – Crédito Impar Consultoria

Detalhes importantes

Em geral, sempre devem ser coletadas pelo menos 15 amostras simples (subamostras) para se fazer uma amostra composta. Essa é a metodologia mais adequada para avaliação da fertilidade do solo. Assim sendo, ressalta-se que o tamanho da área a ser amostrada não deve ser definido por hectares, mas sim pelas características que determinam a homogeneidade local.

Definida a área, recomenda-se seguir alguns critérios de amostragem observando vários aspectos importantes, que são:

ÃœCulturas anuais: metade das amostras simples na linha misturada com metade das amostras simples da entrelinha.

ÃœCulturas perenes: na projeção da copa da entrelinha das plantas.

Ãœ Cana-de-açúcar: em culturas já implantadas, retirar as amostras a cerca de um palmo da linha.

Na profundidade certa

A profundidade da amostragem depende de alguns fatores, mas geralmente deve ser realizada de 0-20 e 20-40 cm(plantio tradicional) ou 0-10 e 10-20 cm(plantio direto).

Em áreas novas ou sob suspeita de acidez na subsuperfície, é conveniente amostrar o perfil até 60 cm de profundidade (de 0 a 20 cm; de 20 a 40 cm e de 40 a 60 cm), seja para culturas anuais ou perenes.

O objetivo dessa amostragem permitirá avaliar a necessidade da correção de impedimentos químicos ao desenvolvimento radicular, tais como: elevada acidez, elevados teores de Al3+ e baixos teores de Ca2+ e Mg2+, para, se for o caso, corrigir qualquer impedimento químico para o crescimento de raízes e evitar que a lavoura corra o risco de maior perda de produtividade devido a veranicos.

O importante é levar em consideração a camada de solo onde se concentra o maior volume do sistema radicular.

No caso de adubação superficial em culturas perenes, coletar na área de projeção da copa amostras até 10 cm de profundidade e periodicamente avaliar a disponibilidade de nutrientes no perfil. Havendo interesse em amostrar toda a área, devem-se amostrar separadamente a área adubada na projeção da copa e a área das entrelinhas. Para tanto, coletam-se amostras simples em cada uma das áreas para obter duas amostras compostas distintas.

Para pastagens a serem estabelecidas, recomenda-se amostragem a 20 cm de profundidade. Em pastagens estabelecidas e adubadas em cobertura, recomenda-se amostragem a 10 cm de profundidade, à semelhança das culturas perenes.

Essa matéria completa você encontra na edição de julho 2016 da revista Campo & Negócios Grãos. Adquira já a sua para leitura integral.

 

 

 

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