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Enxertia controla murcha-bacteriana em tomateiro

Autor

Edvar de Sousa da Silva
Doutor em Agronomia – Horticultura e professor do Instituto Federal do Acre
edvardasilva@gmail.com

A murcha bacteriana é causada pela bactéria Ralstonia solanacearum. É considerada uma das mais importantes e prejudiciais doenças de plantas no Brasil e no mundo, devido a atacar um grande número de espécies de aproximadamente 50 famílias botânicas.

A família botânica das solanáceas é que mais sofre com a presença da murcha bacteriana, principalmente tomate, pimentão e pimenta, sendo que o tomate é a mais prejudicada. Esta doença é um fator limitante para a produção em áreas de clima úmido, com altitudes baixa a média, em regiões tropicais e subtropicais. As perdas econômicas são elevadas e difíceis de mensurar.

Se as condições forem favoráveis à doença, pode ocorrer perda de até 100% da produção.

Sintomas:

_ Redução do transporte de água na planta;

_ Consequente murcha das folhas, sem alteração na coloração da planta, semelhantemente ao que ocorre na deficiência hídrica, progredindo para morte da planta.

_ Se cortar parte do caule, é possível observar o escurecimento do sistema vascular e, dependendo do grau de infestação, é possível observar a exsudação do pús bacteriano do caule suspenso dentro de um copo de vidro transparente com água.

Condições para o ataque

A bactéria cresce em temperatura entre 25 a 35°C, áreas de clima úmido, com altitudes baixa a média, em regiões tropicais e subtropicais. É tolerante a sais. O crescimento nestas condições citadas pode variar de acordo com os isolados de bactérias existentes.

Enxertia

A eficiência da enxertia contra doenças depende do grau de incidência do patógeno na área e da tolerância do porta-enxerto à doença. Em áreas com incidência muito elevada, tem se observado passagem do patógeno pelo porta-enxerto chegando ao enxerto, causando murcha e ocorrendo até morte de plantas. Em alguns destes casos, afeta a produção. Já em áreas com baixa incidência da doença as plantas enxertadas resistem e elevam a produção.

O enxerto deve ter compatibilidade com o porta-enxerto. Esse enxerto deve ter boa aceitação no mercado consumidor. É importante que o produtor consulte um profissional da área para que o mesmo recomende e a aquisição das mudas seja feita em viveiros idôneos.

A enxertia tem se mostrado efetiva, em especial em cultivo protegido, porque promove resistência à salinização causada pelo uso contínuo de fertilizantes em ambiente protegido; promove resistência a patógenos de solo, como, por exemplo, fusarium e ralstonia; aumenta o ciclo das plantas.

Produtividade

A enxertia aumenta a produtividade em consequência da resistência às doenças e salinização do solo e do aumento do ciclo das plantas. O pimentão, por exemplo, chega a aumentar o ciclo em até um ano, dependendo do manejo.

O preço de uma muda enxertada varia de acordo com os viveiros e os híbridos utilizados. Nos viveiros mais tecnificados, idôneos, o custo chega a ser três vezes mais que uma muda pé-franco (muda não enxertada).

BOX

Custo-benefício

A utilização de duas sementes de híbridos, o ambiente que as mudas enxertadas são colocadas, o tempo que leva a mais no viveiro em torno de 15 a 20 dias, a mão de obra especializada e clipes de enxertia elevam naturalmente o custo das mudas enxertadas, porém, o custo de uma muda enxertada não deve ser analisado somente pelo seu valor, mas é necessário observar os benefícios que ocasionarão retorno ao produtor, principalmente em condições adversas ao cultivo, como, por exemplo, áreas com presença de patógenos de solo e salinizadas. 

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