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Escolha da variedade da manga – O ponto-chave

Moacir Brito Oliveira

Rafael Pereira Sales

Irani Pereira

Mangaclara ““ Consultoria e Serviços Especializados em Fruticultura

mangaclara@nortecnet.com.br

 

Crédito Shutterstock
Crédito Shutterstock

A escolha da variedade de manga a ser plantada é um dos fatores principais que determina o sucesso econômico do empreendimento, sendo que a opção errada pode comprometer todo o investimento, uma vez que o custo é alto e o tempo para alcançar a plena produção é muito longo.

Assim, as perguntas a serem feitas são: qual mercado consumirá minha fruta? Quais as tendências desse mercado? O segundo ponto é conhecer o potencial produtivo e as características pós-colheita da variedade, e depois, as limitações fitossanitárias, a sensibilidade e a resposta ao manejo de indução floral.

Uma a uma

Dentre as cultivares mais plantadasatualmente, podemos citar: Tommy Atkins, Palmer e Kent, e ainda, Haden, Espada Vermelha, Rosa e Ubá, além de outras, em uma proporção muito menor.

Tommy Atkins

A cultivar Tommy Atkins, originada na Flórida, introduzida na década de 70 no Brasil, apresenta bompotencial produtivo, casca de coloração vermelha e facilidade no manejo de indução floral (dose de PBZ de cerca 1,5 g de i.a por metro de copa), menor suscetibilidade à antracnose e maior resistência aos danos mecânicos.Tais características favoreceram a adoção desta variedade pelos produtores.

Apresenta problemas com colapso interno (distúrbio fisiológico induzido pelo desequilíbrio nutricional entre N e Ca, levando ao amolecimento interno da polpa). Em função de suas características, como tamanho (frutos médios a grande ““ 500g), coloração, firmeza, teor de sólidos solúveis (16ºBrix) e médio conteúdo de fibra, além de sua boa vida de prateleira, essa cultivar dominou o mercado internacional (Mouco, 2008), representando quase 90% das exportações do Brasil, sendo, portanto, a cultivar mais plantada no Brasil.

Palmer

A cultivar Palmer, originada na Flórida em 1945, apresenta-se em contínua expansão no Brasil. Seus frutos têm coloração verde-arroxeada e vermelho-escuro, quando imaturos e maduros, respectivamente. É a variedade que melhor responde ao manejo de indução da floração, requerendo baixas doses de PBZ (0,7 a 1 g i.a. por metro de copa).

A polpa é amarelada, firme e praticamente sem fibra, além de apresentar agradável aroma e um teor de sólidos solúveis de 21,6ºBrix, levando a um sabor superior ao da Tommy Atkins.A Palmer é, no entanto, suscetível à antracnose, porém, com pouco colapso interno (Genúe Pinto, 2002)

Crédito Shutterstock
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Kent

A cultivar Kent, também originada nos EUA, é uma árvore vigorosa que não responde tão bem ao manejo de indução como a Palmer e a Tommy, requerendo doses de PBZ até três vezes superioresà da cultivar Palmer. O fruto é ovalado, de coloração vermelho purpúreo, grande (550 a 1.000 g), saboroso (20,1ºBrix) e polpa quase sem fibra.

Apresenta suscetibilidade à antracnose e ao colapso interno do fruto e baixa vida de prateleira(Genúe Pinto, 2002). O principal destino dessa fruta é a exportação, uma vez que tem baixa ou quase nenhuma aceitação no mercado interno.

Haden

A cultivar Haden, cuja origem é também americana,é caracterizada por árvores grandes e com copa densa, responde bem à indução floral, porém apresenta problemas com a polinização e pegamento de frutos, sendo importante a utilização de polinizadores como a Tommy Atkins e a Palmer.

Os frutos são médios (350 a 680 g), ovalados, amarelo avermelhados, polpa amarela e compouca fibra. É uma cultiva precoce, suscetível à antracnose, apresenta problema com colapso interno do fruto(Genúe Pinto, 2002)e, devido à dificuldade de produção, de ponto de colheita e pós-colheita, vem sendo substituída pela Palmer e Tommy.

Espada vermelha

A cultivar espada vermelha foi desenvolvida no ICA, no Brasil, e apresenta frutos amareloavermelhados, formato oblongo, tamanho pequeno (média de 283 g), precoce, polpa com muita fibra, e responde bem ao manejo de indução floral com PBZ.

Porém, se perde facilmente o controle do momento de floração, podendo florescer precocemente após a aplicação do PBZ. É um fruto que alcança altos preços no mercado interno, contudo, atinge um nicho de mercado muito específico.

 

Essa matéria completa você encontra na edição de setembro 2017  da revista Campo & Negócios Hortifrúti. Adquira já a sua para leitura integral.

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