O magnésio, utilizado em conformidade com as análises de solo e folha, pode ajudar a lavoura em condições de altas temperaturas
O magnésio é um constituinte da molécula de clorofila da planta, envolvido também no metabolismo de carboidrato, e por isso é importante no fornecimento de energia para o tomate. Sua deficiência é caracterizada pelo amarelecimento entre as nervuras das folhas, sendo detectada, primeiro, nas folhas mais velhas, e em estágios mais avançados, em toda a planta.
Os danos começam pela redução de produtividade, consequência da diminuição da capacidade fotossintética da planta, que passa a ter dificuldade para encher o fruto. Izabela Teixeira, engenheira agrônoma da Futura Agronegócios, explica que essa deficiência é causada pelo desequilíbrio nutricional da lavoura.
“Quando a planta começa a encher o fruto, a tendência do produtor é colocar cálcio e potássio, e por competição a planta acaba deixando de absorver um pouco de magnésio. Mas isso pode acontecer em qualquer fase. Se não for feito um preparo de solo adequado para a implantação da lavoura essa deficiência pode aparecer antes mesmo do florescimento – depende muito da nutrição da planta“, adverte a especialista.
A deficiência do magnésio pode ser decorrente também do excesso de potássio. Isso porque, quando a planta está enchendo o fruto, a tendência é que o produtor coloque potássio, que ajuda nessa etapa, fazendo com que o fruto fique graúdo. Já o cálcio, principalmente com a falta de água dessa época, juntamente com as temperaturas elevadas, entra para que o fruto fique bem firme. “E o magnésio, por ter mesma carga positiva do cálcio e do potássio, compete para se absorvido“, alerta Izabela Teixeira.
Por outro lado, se a planta estiver bem nutrida, obviamente a deficiência nutricional não se manifestará em nenhuma fase.
Manejo ideal
O manejo ideal da lavoura é feito de acordo com a variedade escolhida, sendo que cada uma tem a sua necessidade em determinada fase. “É o que chamamos de curva de absorção, e com esse posicionamento em mãos, o produtor pode aplicar adequadamente a quantidade que a planta pede“, expõe a agrônoma.
Para saber a quantidade e os nutrientes a ser suprida, o ideal é analisar o solo e as folhas, e de acordo com os resultados programar as manutenções da lavoura. “Na análise de folha a gente constata se ela está realmente absorvendo o que precisa e, dessa forma, conseguimos manter a planta sempre bem nutrida“, garante Izabela Teixeira.
Alerta para o clima
Com as mudanças climáticas atuais, que trouxeram consigo o aumento do ataque de pragas, os produtores têm optado por novas variedades mais tolerantes às mudanças no clima e com pacote de resistências às viroses. “Por tudo isso, as situações acabam nos surpreendendo, e exigindo que acompanhemos de perto para tomar as decisões mais assertivas“, pontua a agrônoma.
Ela confirma que no campo as lavouras de tomates estão, de fato, sofrendo mais por deficiência de magnésio, o que foi agravado pelas mudanças climáticas. “A partir do momento que a planta está sob estresse devido a uma temperatura muito alta e falta de água, ela não consegue extrair do solo os nutrientes que precisa. O veículo para a planta absorver o nutriente é a água, e isso geralmente ocorre do meio mais concentrado para o menos concentrado, ou por trocas iônicas. Portanto, o nutriente que estiver mais disponível no momento é o que será absorvido pela planta nesse momento que acontece a competição entre cálcio, potássio e magnésio. E o produtor tem se preocupado em repor apenas cálcio e potássio, esquecendo-se do magnésio“, adverte.
Na maioria das lavouras essa deficiência de magnésio aparece no enchimento de fruto, justamente pelo excesso de cálcio e de potássio.
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